Música

Daniel traz show especial com orquestra para Brasília

O cantor sertanejo aproveita a oportunidade para fazer mais uma apresentação comemorando os 40 anos de carreira

 Daniel faz show com orquestra em comemoração aos 40 anos de carreira -  (crédito: Fabio Nunes/Divulgação)
Daniel faz show com orquestra em comemoração aos 40 anos de carreira - (crédito: Fabio Nunes/Divulgação)

Um dos principais  nomes da história da música sertaneja desembarca em Brasília para um show especial. Daniel chega à capital para apresentar os sucessos da carreira com uma roupagem única, afinal estará acompanhado de uma orquestra. O evento será hoje, às 21h, no Teatro Planalto do Centro de Convenções Ulysses.

Quem rege a orquestra, que fará os novos arranjos para canções como Estou apaixonado e Eu me amarrei, é o maestro Carlos Prazeres. A ação é do grupo Prudential do Brasil e a orquestra será formada por instrumentistas locais para valorizar e desenvolver a música da região Centro-Oeste.

O cantor sertanejo aproveita a oportunidade para fazer mais um show comemorando os 40 anos de carreira. No entanto, o sabor será especial, pois o palco é Brasília. A cidade acompanha e abraça o artista desde o início da carreira e viverá essa comunhão única na noite de hoje.

Ao Correio, Daniel fala sobre o show, Brasília, música de orquestra e a comemoração dos 40 anos de estrada sem esquecer do companheiro João Paulo que não pode acompanhar todo o sucesso que começou.

Entrevista // Daniel

Como é a sua relação com Brasília? Como o público da cidade te abraça nesses 40 anos de estrada?

Brasília, na verdade, é um lugar especial para mim, sempre nos acolheu muito bem desde a época com o querido saudoso João Paulo. Aliás, na década de 1990, Brasília foi uma das cidades que nos surpreendeu, porque a gente fazia uma imagem totalmente diferente do estilo que o pessoal curtia e o sertanejo é uma das predominâncias em Brasília. Então, todas as vezes que a gente ia para Brasília era motivo de festa e não é diferente nessa nova etapa da minha vida, da minha história em carreira solo. Sempre que a gente volta para Brasília eu acredito até por ficar um tempo maior sem comparecer, o público é muito caloroso. E, estar em Brasília esse ano com meu show, será um reencontro muito especial mesmo. Além disso, estarei me apresentando com esses músicos maravilhosos da orquestra nesse projeto da Prudential, será realmente um grande presente para mim.

Como é poder fazer esse formato diferente e dar uma nova vida às suas canções?

Por mais que eu tenha me apresentado algumas vezes com orquestra, é sempre diferente.  O estilo que eu faço se enquadra nessa sonoridade, é muito bacana. A música como um todo, ela se prova cada vez mais, num projeto igual esse, por exemplo, que ela é universal. Ela cabe bem em qualquer lugar. É muito bom saber que o nosso popular pode se enquadrar no erudito, enfim, e poder ter esses harmônicos diferentes que a orquestra traz.

Existe um sabor distinto em tocar acompanhado de orquestra?

Não só existe um sabor distinto, mas existe uma junção de coisas, quando o músico se une para tocar uma música, a sonoridade de cada um, a energia de cada um ali presente. Se eu já me sinto super bem com uma família bem menor que a minha banda, digamos assim, imagina só ter uma orquestra de muito mais elementos. Ou seja, é uma junção de coisas em cima do palco e isso me deixa muito feliz. É uma reunião de pessoas, de músicos, de pessoas que falam a mesma língua, em estilos diferentes, que estão se unindo ali para levar alegria, amor, esperança, descontração, um momento diferente para aquele que vai estar presente. Seria mais ou menos isso, então é muito boa essa sensação que eu sinto de estar apresentando a minha música de um jeito diferente. Apesar de que o repertório desse projeto é um bem diversificado porque nós reunimos canções que me ajudaram a contar um pouco desses 40 anos de carreira. Foram momentos que eu vivi para chegar até aqui que a gente escolheu através da música para trazer dentro desse show, de artistas que são referências para mim, de nomes que todo mundo conhece e de canções que são  que eu tive a honra de fazer, que eu tive a honra de gravar ao longo desse tempo todo. Então, é muito diferente tocar com a orquestra, é muito atraente para mim, é muito gostoso e é muito gratificante mais uma vez eu volto a dizer obrigado por poder fazer parte desse projeto.  A minha gratidão. Obrigado mesmo.

Na sua opinião, dá para misturar o sertanejo e a música de orquestra?

Eu talvez não seja a pessoa certa para dar essa resposta porque eu sou muito eclético, eu sempre acreditei que música é universal, independentemente de estilo. E eu acho que está aí uma grande prova que dá realmente para a gente misturar música sertaneja com música com orquestra, com música clássica, a música popular com a música mais erudita. Eu acho que é uma somatória muito legal, muito bacana, a sonoridade me atrai e muito.

Como você tem aproveitado esses 40 anos de carreira?

Eu, na verdade, tenho curtido cada momento dessa história, desses 40 anos. Primeiro,  tenho consciência de que somos apenas mais um diante de um cenário tão recheado, tão repleto de talentos, de potenciais que a gente tem no Brasil. A nossa música é muito rica em todos os sentidos, principalmente nos seus artistas, nos seus nomes. Então, eu sou mais um presenteado, mais um privilegiado. E cada momento é um momento diferente. Existem os momentos difíceis, os momentos alegres, tristes, a vida é isso como um todo. E numa carreira não é diferente. Então, eu sou consciente de que se ainda estou por aqui, depois de 40 anos de história, é porque realmente a minha música tem feito a diferença na vida de alguém e eu tenho uma missão belíssima pela frente. Então cada momento é um momento especial. Eu estou muito feliz e acabo transparecendo para as pessoas que estão presentes nos shows, e tenho certeza que estão sentindo a mesma satisfação que eu, sabe? E é isso, a vida é isso, ela é cheia de momentos, momentos especiais, de detalhes. A vida na verdade é um sopro, é um piscar de olhos, então que a gente possa aproveitar esse momento que a gente está tendo, não é? Curtir música faz muito bem, música faz bem para a alma, para o coração.

Como você trabalhou para se manter relevante durante todo esse tempo?

Acredito que, na verdade, não é ter trabalhado, é ter feito tudo com muita naturalidade, com muita transparência, com muita verdade, com dedicação, amor. Eu acho que é por isso que eu me mantive. Por incrível que pareça, nos dias em que vivemos dessa coisa tão momentânea, tão passageira, tão descartável, às vezes, eu consegui manter a minha essência. acho que é isso, mantive a minha verdade, trazendo à tona e acima de tudo, o amor por meio da minha música, das letras. Eu acho que é por isso que as coisas deram certo,  por isso que cheguei até aqui. Eu acho que falar de amor nunca é demais, nunca é excessivo e eu só falei de amor nesses 40 anos, então é muito gratificante. Deus me concedeu uma missão belíssima e espero cumpri-la da melhor maneira possível. Continuar cantando enquanto puder, enquanto eu tiver oportunidade, tomara a Deus. Quero estar diante das pessoas que eu sei que gostam da minha música e que, de repente, alguma das canções que eu gravei fez parte da trilha sonora de alguém e acabou modificando a vida dessa pessoa.

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postado em 23/10/2024 06:00 / atualizado em 23/10/2024 17:10
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