ARTES CÊNICAS

O Espaço Cultural Casa dos Quatro recebe a peça Humaníssima trindade

A peça 'Humaníssima trindade' traz a realidade nordestina para Brasília em apresentação no Espaço Cultural Casa dos Quatro

Humanissíma trindade  -  (crédito: Divulgação. )
Humanissíma trindade - (crédito: Divulgação. )

Quando um casal resolve contar sua história, é normal que comece pelo primeiro beijo. A peça Humanissíma trindade parte deste princípio: um casal de senhores relembra a primeira manifestação de amor. Adaptada do livro A máquina, de Adriana Falcão, a história apresenta um casal que reside numa cidade chamada Nordestina que, apesar de existir na vida real, na ficção da autora surge como um cenário guarda-chuva para englobar as vivências interioranas . A entrada é gratuita com retirada de ingressos pelo Sympla. 

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A peça divide os personagens em três forças motoras: o coração, a cabeça (que desempenha o papel da razão) e a coragem, cada um interpretado por um ator diferente. A narração, feita pela versão mais velha do casal, volta até a festa de Nossa Senhora da Nordestina (entidade fictícia), onde ocorre o primeiro beijo. Composto por Antônio e Karina, o casal já é maduro quando começa a contar a história. Porém, ao lembrar da juventude e das confusões internas de quando tinha menos experiência, os personagens fragmentam as próprias memórias na construção da narrativa.

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O beijo de novela pedido durante um ensaio de quadrilha levou Karina e Antônio a se apaixonarem. Segundo a diretora da peça, Jéssica Ranny, o primeiro beijo é uma memória importante para todos os relacionamentos amorosos. “O primeiro beijo é uma memória de crescimento mesmo, uma memória de amadurecimento. Porém, com muita doçura, né? Ele fica na memória justamente por representar uma um início de uma parte de uma fase que lá na frente vai ser desafiadora”, diz.

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A pesquisa feita por Jéssica visa contemplar tradições nordestinas e adaptá-las para teatralidade sem cair em exageros e estereótipos. A festa da padroeira fictícia é um exemplo de como ela incorporou elementos das danças tradicionais do nordeste à peça. “A cultura nordestina é incorporada no espetáculo por meio da do registro linguístico. O sotaque foi trabalhado de maneira bastante orgânica… para que se evitassem estereótipos. Fizemos uma pesquisa também na área da trilha sonora, que traz músicas de autoria e composição de artistas nordestinos. A  representação técnica de dança com alguns elementos típicos aparece, por exemplo, na Festa da Padroeira. É um momento de valorização”, explica. 

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A peça também aborda o êxodo rural. Ao contrário do livro de Adriana, é Karina que vai para o mundo e volta para Antônio. A diretora diz que Karina percebeu que ela queria trazer os olhares do mundo para Nordestina em vez de ir embora. O amor romântico se entrelaça com a terra natal e as origens das personagens e a cidade desempenha um papel importante na construção deste casal. Sem a cidade, talvez o romance nem existisse, segundo o  produtor e um dos atores que interpreta Antônio, Gabriel Santanna: “Acredito que, se fosse em outro lugar ou em outra época, o romance deles não teria acontecido. O tempo do interior é outro e é mais cara a cara. Hoje também temos menos tempo ".

 

 Serviço:

Peça Humanissíma trindade

Sábado com sessões às 18h e 20h, domingo às 17h,  

 Casa dos Quatro - 708 Norte

 

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postado em 18/10/2024 17:38
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