A Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) começou nesta quinta-feira (10/10) e segue até domingo (13). A proposta desta edição é debater democracia, desigualdade social, emergência climática e desigualdade racial. Com uma conversa marcada para este sábado (12), Stênio Gardel, indicado pelo seu primeiro romance, A palavra que resta, ao Prêmio Jabuti de 2021, vai contar como divide a literatura e a repartição. Stênio é especialista em escrita literária e servidor do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará. Foi durante o trabalho com pessoas que não sabiam ler e escrever que a ideia do romance nasceu.
“São espaços diferentes, mas não completamente separados, afinal minha experiência no TRE ao atender pessoas que não sabiam ler e escrever constitui parte da ideia inicial do romance A palavra que resta", afirma. "Acho que ler e escrever literatura compõem minha visão de mundo e, portanto, têm influência na maneira como encaro meu trabalho e as relações com meus colegas. Tenho lidado bem com os dois espaços, até agora pelo menos, e espero que essa troca continue me trazendo novas oportunidades de escrita”, explica.
O servidor explica ainda que a importância do debate está em descobrir ligações que nem sempre são óbvias. Para Gardel, conversas na Flip é uma oportunidade para dois mundos, que talvez antes parecessem distintos, se conectarem.
“Discussões como essa são oportunidades para se descobrir ligações nem sempre muito aparentes, e isso pode mudar a nossa percepção sobre o que se discute. Um pouco como a literatura também faz. Trazer serviço e servidores públicos para falar sobre como estão inseridos hoje no cotidiano e nos problemas do país acho que é permitir diálogos que podem iniciar algum tipo de questionamento ou mudança, mesmo que pequena”, conta.
A programação da Casa República acontece na Rua Dona Geralda, número 25, no Centro Histórico de Paraty. Confira a programação completa:
QUINTA-FEIRA - 10/10
- 19h - A Caneta e o Cargo: Thiago Mio Salla e Bianca Tavolari conversam sobre Graciliano Ramos, o prefeito
- 16h - Exibição do filme Retrato de Um Certo Oriente, de Marcelo Gomes, adaptação do livro de Milton Hatoum, no Cinema da Praça
SEXTA-FEIRA - 11/10
- 15h - O Manual dos Inquisidores: Jeferson Tenório e João Paulo Cuenca contam para Julia Duailibi o que é ser censurado no Brasil
- 17h - Não somos iguais: Bruno Carazza e Rodrigo Candido conversam com Ana Clara Costa sobre o Brasil dos privilégios
- 19h - O Quilombo de Manuel Congo: Mario Magalhães, Marina Lourenço, Spiritu Santo e Tayguara Ribeiro debatem como uma história pouco conhecida contada em livro pelo jovem Carlos Lacerda moldou uma sociedade
- 20h30 - Roda de Jongo - Grupo de jongo do Quilombo do Campinho da Independência
- 20h - Exibição do filme Retrato de Um Certo Oriente, de Marcelo Gomes, adaptação do livro de Milton Hatoum, no Cinema da Praça
SÁBADO - 12/10
- 11h - Quando tudo arde: O escritor-servidor Pablo Casella, Paulina Chamorro e Bernardo Esteves refletem sobre um Brasil em chamas
- 15h - Ele é funcionário: Stênio Gardel conta para Bruno Barbosa como se divide entre a literatura e o serviço público
- 17h - Quem é o pato que paga o pato?: uma discussão sobre impostos. Daniel Loria e Cecília Machado são entrevistados por Ana Flor
- 20h - Retratos de uma Certa Adaptação: Milton Hatoum e Marcelo Gomes conversam com Melina Dalboni sobre a literatura adaptada ao cinema
- 16h - Exibição do filme Retrato de Um Certo Oriente, de Marcelo Gomes, adaptação do livro de Milton Hatoum, no Cinema da Praça
DOMINGO - 13/10
- 14h - Exibição do filme Retrato de Um Certo Oriente, de Marcelo Gomes, adaptação do livro de Milton Hatoum, no Cinema da Praça
*Estagiária sob supervisão de Mariana Niederauer
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