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Kenia Bárbara encara personagem com alta demanda emocional em 'Os outros'

Mineira de Juiz de Fora, Kênia Bárbara, 34 anos, vive mulher do vilão interpretado por Eduardo Sterblitch na série do Globoplay

Kênia Bárbara chegou com status de protagonista na segunda temporada de Os outros, a badalada série do Globoplay na qual ela atua desde a primeira temporada. A atriz de 34 anos volta a viver Joana, mulher de Sérgio (Eduardo Sterblitch) e mãe de Lorraine (Gi Fernandes), mas, agora, com maior carga dramática, mais peso e relevância na história.

"É uma temporada diferente em relação a primeira, quanto ao ritmo e como as histórias se desenrolam, principalmente nos primeiros episódios e os fãs da série percebem isso. Havia mais atenção sobre as intenções, os sentimentos, o interior, o emocional das personagens. A hipocrisia sobre o perdão, o quanto é difícil perdoar e que, geralmente, esperamos o perdão do outro, não de nós. A repercussão já era esperada pelo sucesso da primeira temporada e o quanto as pessoas ansiavam pela segunda", observou.

"Sem dúvida, essa temporada foi uma grande oportunidade de mostrar meu trabalho com uma personagem com tanta demanda emocional", conclui Kênia, que estreou em novelas, no ano passado, na pele da vilã Lucília Gouveia, em Amor perfeito.

A atriz pode ser vista, ainda, no cinema, nos filmes O juízo (Andrucha Waddington), Meu coração não aguenta mais (Fabrício Brambatti) e  Dispersão (Bruno Vianna), que ainda será lançado. Kênia também está no curta-metragem Assistindo Tom (Mia Lima Rocha).

A estreia profissional, contudo, se deu nos palcos cariocas com o premiado espetáculo Meninos e meninas, escrito e dirigido por Afra Gomes e Leandro Goulart. Nos tablados, destacam-se os espetáculos Yabá, mulheres negras, dirigido por Luiza Loroza, Pá de cal, de Jô Bilac, Caravana alucinada, de Paulo de Moraes, Cão gelado, de Gunnar Borges e JORGE pra sempre VERÃO, de Rodrigo França. Em 2018 apresentou O show do Mickey Mouse, realizado pela The Walt Disney Company Brasil, com direção de Roberta Cid.

Kênia define-se como cantora, poeta, compositora e "filha da Martins" (a carioca Escola Técnica Estadual de Teatro Martins Penna, a mais antiga escola de teatro da América Latina).

RODRIGO LOPES - Kênia Bárbara, atriz e cantora

Entrevista | Kênia Bárbara

Qual balanço você faz desta segunda temporada de Os outros? Ficou surpresa com a repercussão da série?

Foi uma temporada diferente em relação a primeira quanto ao ritmo e como as histórias se desenrolavam, principalmente nos primeiros episódios e os fãs da série perceberam isso. Havia mais atenção sobre as intenções, os sentimentos, o interior, o emocional das personagens. A hipocrisia sobre o perdão, o quanto é difícil perdoar e que, geralmente, esperamos o perdão do outro, não de nós. A repercussão já era esperada pelo sucesso da primeira temporada e o quanto as pessoas ansiavam pela segunda.

Sobre Joana, que veio com destaque e muita relevância na história, o que você tem lido, ouvido do público a respeito da personagem? Qual a importância da série, principalmente nesta segunda temporada, para você?

Tenho lido e ouvido coisas maravilhosas, não só sobre o meu trabalho mas por Joana ter mudado. A coragem dela e os riscos que ela correu por enfrentar o Sérgio foram muito comentados.
Sem dúvida essa temporada foi uma grande oportunidade de mostrar meu trabalho com uma personagem com tanta demanda emocional. Um trabalho de muita entrega e dedicação pra dar conta de toda a carga que Joana carrega.

O audiovisual ainda padece de representatividade, sem dúvida. Mas vivemos hoje um cenário diferente daquele visto até bem pouco tempo, quando papéis bem secundários ou estereotipados eram conferidos aos artistas pretos. Como você analisa a importância do protagonismo preto no audiovisual, seja ele no streaming ou na TV aberta?

É de fundamental importância que nos vejamos nas telas. No país em que vivemos, é irreal só termos histórias sendo contadas e interpretadas por pessoas brancas. Que bom que a nossa reclamação, como audiência, tem sido ouvida. Com o tempo, a gente foi perdendo o interesse por produções que só tinham mais do mesmo. É cansativo. A televisão precisa caminhar junto com os avanços políticos e sociais que conquistamos.

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