O espetáculo Órfãos, de Lyle Kessler, dirigido por Fernando Philbert, que traz em seu elenco Ernani Moraes, Rafael Queiroz e Lucas Drummond, é sucesso de público e crítica. Após temporada exitosa no Rio, a peça chegou a São Paulo em junho, em temporada que foi até 1 de agosto no teatro Faap, e, graças a repercussão, segue até 29 de setembro com sessões às quartas e quintas, às 20h.
Para coroar esse ciclo, a peça recebeu quatro indicações a um dos mais importantes prêmios do teatro, o Bibi Ferreira, nas categorias Melhor peça, direção, cenografia e ator para Ernani Moraes. O veterano, que começou a fazer teatro aos 18, já tem Órfãos como um dos trabalhos mais queridos da sua carreira.
"Esse reconhecimento tem sido incrível. Nós, que trabalhamos como ator, vivemos dos últimos trabalhos que estamos fazendo. Temos que matar um leão a cada espetáculo, a cada nova temporada e o reconhecimento que estou tendo como Órfãos tem sido um dos maiores da minha carreira. Estou com 68 anos, comecei a fazer teatro com 18 e a peça e meu personagem Harold vão para a galeria daqueles trabalhos que são referência na minha carreira. Ele é um personagem incrível, complexo, com várias nuances! É uma produção em que posso mostrar várias possibilidades da minha interpretação. Órfãos já me conferiu um prêmio APTR, várias críticas maravilhosas à minha atuação, tanto no Rio de Janeiro, quanto em São Paulo. Estou muito feliz e agradecido, queria muito que Órfãos se tornasse aqueles espetáculos de bolso que eu sempre possa fazer até a minha finitude", afirma Ernani.
Melhor ator
O ator, que já está na produção há dois anos, fala ainda sobre como recebeu a indicação para o Bibi Ferreira.
"A gente sabe que São Paulo é a meca do teatro. Estar concorrendo ao lado de Marco Nanini, José Rubens Chachá, Brian Penido Ross, que é um amigo antigo do grupo Tapa, fiz muitas peças com ele, é uma honra. Além deles, tem o jovem ator Caio Carvalho, que faz Primeiro Hamlet, que vai ter uma carreira linda pela frente e é um ótimo ator, excelente o seu trabalho no espetáculo. Então só me envaidece!", comemora o ator.
Moraes ainda fala sobre a dinâmica ao lado dos atores Lucas Drummond e Rafael Queiroz.
"São os mistérios do teatro: eu nunca havia trabalhado com eles. São raras às vezes que fazemos programas juntos, o Lucas é um jovem ator de 30 anos, o Rafael um jovem ator de 40 anos, então nossas realidades são muito diferentes no social. Porém, nossa integração fazendo teatro, no ofício de ser ator é realmente fora da curva. A gente se dá muito bem, nos gostamos, respeitamos e reconhecemos incrivelmente. Temos um jogo teatral impressionante. No espetáculo, qualquer variação de tom a gente corresponde. Muitas vezes, você vai em grupos e não vê essa afinação do time. Eu diria que eu, Lucas Drummond e Rafael Queiroz formamos um time absolutamente entrosado. Nunca discutimos ou brigamos, sempre, nesses dois anos de Órfãos, tivemos uma convivência harmoniosa. Amamos trabalhar, enfim, é uma atmosfera maravilhosa de se conviver e trabalhar. Eu só tenho a agradecer a Deus, pois é claro que esse reconhecimento de prêmios e crítica tem muito deles, do jogo que a gente estabelece, pois é vivo e prazeroso. Quero muito fazer mais trabalhos com eles e seguir fazendo a peça também ao lado deles", completa Ernani.