Todas as empresas têm se esforçado para fazer sua própria mina de dinheiro com os jogos como serviço, assim como Fortnite e Overwatch, ambos jogos como serviço que conseguiram angariar fundos violentos para suas empresas mães (Overwatch hoje em dia, nem tanto). No começo do ano, tivemos a principal tentativa da Warner Bros. com o jogo terrível do Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça, que apesar de boas animações, personagens carismáticos, ainda não era nem um pouco divertido, com um gameplay extremamente repetitivo e mal explorado, vemos que as tentativas ainda não se encerraram em 2024.
Concord é a alternativa da Sony para os jogos serviços, misturando elementos de Destiny com Overwatch, desenvolvido pela Firewalk Studios, o jogo é um hero shooter multiplayer com temática espacial, onde controlamos os tripulantes da nave Estrela-do-Norte contra os seus rivais. Os personagens, chamados de Freegunners, são todos come mecânicas na pegada do jogo da Blizzard, armas únicas e habilidades únicas, com personagens pesados com escudo, com personagens voadores com lança-mísseis e com um soldado típico para acostumar os que não jogam o gênero. O jogo conta com 16 personagens jogáveis, seis modos de jogo disponíveis e o estúdio disse que Concord receberá atualizações gratuitas que trarão mapas, roupas e toda semana uma cena cinematográfica nova da história dos personagens.
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Jogabilidade
Concord funciona nos moldes normais de um shooter, todos os personagens podem correr, pular (com o privilégio de ser um pulo duplo) e escorregar e um habilidade de desviar, essa sendo a única que tem um tempo de recarga depois de usada. Cada um dos Freerunners conta com duas habilidades diferentes, que variam entre si, vou exemplificar com os personagens que mais joguei, Roka, Jabali e a Duquesa.
Roka é uma personagem até ágil para sua arma principal, um lança míssil no formato da bazuca de Comando pra Matar, a arma é pesada, contando com apenas 8 disparos, e que se mirada em um inimigo por tempo demais, trava no inimigo até ele sumir do seu campo de visão. A personagem ainda possui uma habilidade de ficar parada em meio ao ar, assim que você dá os dois pulos pode ativá-la para ficar no ar, mas não pode se locomover livremente, a outra é um golpe que Roka levanta voo e atinge uma certa área para causar dano. Já vale levantar um ponto aqui, que na maioria dos jogos de hero shooter, suas habilidades são infinitas, você pode usar sem limite, apenas esperando o tempo de recarga dela, aqui se você utilizar demais, uma hora simplesmente o jogo bloqueia sua habilidade e avisa que se vai recarregar seu poder caso você elimine algum inimigo. O mesmo vale para as habilidades supremas, que até Valorant, um jogo que não se considera um hero shooter, possui, não existe em Concord, para nenhum personagem.
Jabali é o mais próximo do que pode ser considerado um personagem suporte dos que consegui jogar, ele carrega uma metralhadora de energia com 25 disparos, e tem como habilidades duas orbes, uma de cura e outra de dano, que funciona como uma granada, de longe foi o personagem que eu mais me diverti jogando de todos de Concord, já que Jabalii podia receber dano e não precisava necessariamente recuar para restaurar sua vida, com a orbe podendo curar tanto aliados como o próprio personagem. Outro ponto aqui para apontar é a falta de balanço na estrutura do jogo, em não deixar muito claro na tela de escolha a qual classe pertence cada personagem, mas isso é o de menos, já que Concord não exige nenhum curandeiro para a partida iniciar, sendo cada um livre para escolher o personagem que quiser, o que acaba beneficiando Freegunners que podem se curar sozinhos como Jabali e Leenox, para outros resta fugir e buscar por cura no cenário para restabelecer sua vida. Eu não acha essa mecânica ruim, com o tempo eu me acostumei a recuar com Roka para me curar, mas pode pegar de surpresa os jogadores de primeira viagem.
Por fim, a Duquesa conta com uma metralhadora que lembra alguma arma da segunda guerra, que é mais rápida que ambos os personagens que mencionei anteriormente, e suas habilidades são fazer uma parede invisível para aliados e barreira para inimigos, ela também pode produzir uma onda de energia em área para causar dano. Outra recurso é uma aba de Lore que o jogo possui, mostrando vários planetas e cenários com rotas e fotos feitas pela tripulação da nave que não serve de nada, sendo tudo basicamente um texto sobre a história e coisas que aconteceram no universo de Concord, mas nada disso é importante e não dá vontade nenhuma de pesquisar sobre, de ler sobre porque é tudo uma linha de texto e os desenvolvedores ainda avisaram que para contar essa história “rica”, eles vão lançar toda semana uma cena nova, para contar a trama do jogo, o problema é que talvez, Concord fique obsoleto antes mesmo de completar a história principal dele da temporada zero, devido a baixa adesão de jogadores.
Os males do jogo serviço
O maior problema de Concord, assim como todos os jogos serviço, são microtransações, poucos modos, mas para quem curte o gênero o próprio jogo já desestimula sua base, primeiro que ele não é gratuito como os demais jogos serviço, segundo que ele, apesar de querer ter conteúdo massivo, ele não entrega skins tão diferentes, nem de personagens, nem de armas, só são os modelos-base com cores trocadas ou variações das mesmas e ainda tem um sistema de variação que é totalmente inteligível, que praticamente não faz diferença a não ser um pequeno bônus que tem no jogo.
A Sony ter cobrado dinheiro para esse jogo ser adquirido foi um tiro no pé, porque 90% dos outros jogos que compõem essa base de jogo serviço são gratuitos, temos o caso muito especial do próprio Overwatch, um jogo multiplayer pago que se tornou gratuito para abranger mais jogadores, e que também aderiu às novas tendências criadas por Fortnite, como o passe de batalha, incluindo novas skins e variações de armas e itens, chegando ao patamar, ainda da mesma prática que o League of Legends faz, de cobrar por novos personagens, diferente de quando ele era um jogo pago que todos os personagens eram gratuitos, outro tiro no pé que mais tarde foi consertado com os personagens sendo gratuitos novamente.
Acredito que no fim das contas esses jogos serviços que não se adaptam ou que não entregam o que as pessoas estão familiarizados acabam perdendo público e vão indo parar num limbo, assim como Esquadrão Suicida: Mate Liga da Justiça virou um desses. Se Sony quer manter Concord vivo, é preciso uma reformulação urgente, não deixar necessariamente o jogo gratuito, mas, talvez, dar o jogo no serviço de assinatura deles, o PS Plus, assim a base de jogadores pode aumentar e pode dar uma sobrevida para os desenvolvedores criarem alguns fãs para o título, revelando o verdadeiro potencial que o jogo tem.
Cadê todo mundo?
Fora isso, ainda tem as dificuldades de se encontrar partidas para jogar Concord, eu mesmo, consegui encontrar partidas, na minha primeira jogatina, mas ao longo da minha experiência, teve momentos que foi muito difícil ter jogadores disponíveis para uma próxima partida. O jogo não parece ter vendido bem, mostrando um desinteresse geral pelo jogo, desde o episódio do beta, onde o teste gratuito no PC registrando em números totais na plataforma Steam dizem que o pico atingiu 2,300 pessoas, enquanto o lançamento do jogo chegou só a 600 jogadores simultâneos, o que torna tudo mais difícil para Concord, já que todo seu gameplay se baseia no online.
Essa falta de pessoas para jogar, acaba criando partidas desequilibradas, com pessoas que estão no level 40, enquanto outros acabaram de iniciar o jogo no level 2, essa discrepância de ranqueamento também prejudica o desempenho e a diversão dos jogadores, com as partidas igualmente desequilibradas.
Tem salvação?
Concord pode, sim, ter salvação. Se a Sony decidir logo de cara dar uma promoção no título, para mostrar para as pessoas que o jogo tem qualidade, talvez essa seja uma das possibilidades. No fim Concord tem qualidade, o estilo de jogatina é fluido como todo bom shooter, o jogo tinha muito potencial, mas aparentemente o marketing não quis investir e a Sony também não quis divulgar com tanta força o multiplayer, logo no ano que a empresa tem pouquíssimos lançamentos sendo Final Fantasy e Stellar Blade seus maiores destaques até agora, eu acredito que Concord tenha sido uma tentativa falha da empresa de chamar atenção e que acabou saindo pela culatra, dá para salvar o jogo ainda assim, mas precisa de uma reformulação urgente em quase tudo que ele oferece. Concord já está disponível para PlayStation 5 e PC.
*Está análise foi feita com uma cópia do jogo enviada pela PlayStation Brasil.
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