Exibida em formato de minissérie, com começo, meio e fim, A Rainha da Pérsia não terá vida longeva como a saga Reis, que já se encaminha para uma 13ª temporada na Record TV. Entretanto, a produção bíblica que narra o livro de Ester rendeu um derivado — o chamado spin-off. Trata-se de Neemias, um personagem secundário na história assinada por Cristiane Cardoso que, agora, terá seu protagonismo em um produto de sete episódios. Copeiro real de Artaxerxes (Enzo Ciolini), o eunuco vivido por Mario Bregieira tem um papel importante para o povo judeu. Título de um dos livros da Bíblia, ainda que um dos mais curtos, ele ficou conhecido como o reconstrutor das muralhas de Jerusalém. A obra estreia nesta segunda-feira (30/9), na Univer Vídeo.
Primeiro protagonista, Neemias é o quarto personagem bíblico que o ator, produtor e diretor paulista de 31 anos vive na Record. Para ele — que esteve em Jesus (2019), Gênesis (2020) e Reis (2022/2023) —, essas produções são "um bom exemplo a ser seguido". Nascido em Piracicaba e casado com a atriz Pérola Farias, com quem teve o herdeiro Joaquim, Mario José de Negri Bregieira converteu-se à religião evangélica e defende o propósito de interpretar papéis em produtos que acredita e que fazem sentido para a vida dele e da família.
"Tenho responsabilidade direta com aquilo que meu trabalho expressa para as pessoas", resume o artista, que é formado em cinema e audiovisual pela Unimep (2015) e em acting for film pela New York Film Academy-NY (2012).
Além de atuar, Mario é dono de uma produtora de vídeo chamada Manhattan Films, que tem como foco a produção de filmes, séries e curtas-metragens para o circuito de festivais. Recentemente, ele produziu e dirigiu um filme chamado A fantástica fábrica de sonhos, premiado no festival KIMFF que acontece na Eslováquia, e também está concorrendo a prêmios em festivais no circuito mundial. Atualmente, ele está produzindo uma série sobre psicanálise chamada Caminhos, baseada em fatos reais vividos pela psicanalista Ângela Sirino.
Entrevista | Mario Bregieira
Como você define o Neemias e, na sua opinião, qual a importância desse personagem para gerar um spin-off?
Neemias, para mim, é a personificação da fé inabalável, ele mostra a todos nós que a nossa maior arma é a oração. O que mais me cativa olhando para o homem que foi Neemias é a capacidade desse homem de ter uma empatia sem limites, pois tudo o que ele fez foi em prol do povo judeu e também para Deus. O livro de Neemias é curto e, muitas vezes, pouco falado entre as igrejas, mas é um livro poderoso que tem o potencial de tocar milhares de vidas com sua resiliência e perseverança.
Este é o seu quarto personagem na quinta produção bíblica. Qual é a importância desse tipo de obra para a teledramaturgia?
Acredito que, com a facilidade, hoje em dia, de se produzir conteúdo, muita coisa boa tem sido feita, porém também existem muitas coisas ruins que não dão um bom exemplo a ser seguido. Tenho certeza que as produções bíblicas alcançam pessoas que jamais teriam a oportunidade de estar em contato com a Palavra de Deus, assim levando amor e esperança para a casa das pessoas.
Você declarou recentemente ter se convertido à religião após esses trabalhos. Acredita que isso, de alguma forma, pode limitar seus próximos trabalhos?
Eu e minha família somos evangélicos e, para mim, a arte é uma forma de expressar ideias e sentimentos que tocam o coração do telespectador. Sendo assim, tenho responsabilidade direta com aquilo que meu trabalho expressa para as pessoas, então tomei a decisão de só interpretar papéis em produtos que eu acredite e que fazem sentido para minha vida e para a vida da minha família.
O que despertou o seu lado realizador a ponto de criar a sua produtora de filmes?
Eu fiz faculdade de cinema e audiovisual e me formei em 2015. Desde então, tenho trabalhado também como diretor de vários projetos. Acredito que minha carreira de ator foi muito beneficiada pelo meu interesse e estudo pela direção, pois, depois de várias experiências como diretor, hoje sei exatamente tudo o que se passa no backstage de uma produção quando estou atuando, e isso me abre várias possibilidades criativas para somar com a equipe técnica. Hoje, tenho minha produtora, que é a Manhattan Films, e meu foco, quando não estou atuando, é produzir séries e filmes que façam as pessoas pensar. Acredito que meu propósito é tocar a vida das pessoas através da arte.
Você estudou em Nova York. De alguma forma a carreira internacional faz parte dos seus planos?
Estudar e morar em Nova York foi uma das maiores experiências da minha vida. Porém, era outra época, eu tinha 19 anos, agora com 31, pensando na família e estabilidade, acredito que, como ator, quero me estabelecer no Brasil. Porém, como diretor, tenho vários sonhos de rodas filmes e séries internacionais.
Qual foi a principal mudança que a paternidade te trouxe?
Existe um Mario antes e um Mario depois da paternidade, eu acho que aprendo muito mais com o Joaquim do que ele comigo. Ele me motiva a ser alguém melhor todos os dias. Com ele, descobri o real sentido da vida, da família, do amor puro e sincero.
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