O rapper e empresário Sean Diddy Combs, conhecido como P. Diddy, foi preso nos EUA em 16 de setembro após enfrentar meses de processos civis que o acusam de tráfico sexual, abuso sexual e estupro. O rapper negou veementemente todas as alegações contra ele.
De acordo com os promotores federais do caso, Diddy e "associados" teriam ameaçado, abusado e coagido mulheres e outras pessoas "para satisfazer seus desejos sexuais". Entre as situações citadas, estaria forçar as vítimas a participar de atividades sexuais, que seriam gravadas, e eram referidas pelo rapper como "freak offs".
Em primeira aparição no Tribunal Distrital dos EUA em Nova York, os promotores descreveram Diddy como o "chefe de uma organização criminosa que abusava de mulheres, usando ameaças de violência para forçá-las a participar de orgias movidas a drogas com prostitutas".
O cantor ficará detido no Centro de Detenção Metropolitano do Brooklyn até o julgamento, que não tem data marcada. Ao todo, 11 processos de violência sexual foram abertos contra Diddy, o último divulgado na terça-feira (24/9).
Veja todos os processos
Primeira acusação
Cassandra Ventura, conhecida como Cassie, entrou com um processo contra Diddy, em 16 de novembro de 2023, onde afirma que ele a estuprou em 2018 e a submeteu a um relacionamento abusivo.
Cassie é uma cantora de R&B que assinou um contrato com a gravadora de Combs em 2005 e iniciou um relacionamento com ele, que durou mais de uma década, em 2007.
No processo, a cantora apresentou descrições gráficas de abuso violento e descreveu as festas "freak offs". Cassie também afirmou que os incidentes sofridos por ela foram testemunhados por uma "rede tremendamente leal" que "não estava disposta a fazer nada significativo".
Na ocasião, Diddy negou as acusações e acusou Cassie de extorsão. O caso foi decidido com um acordo que não teve valores divulgados.
Logo após o caso de Cassie, Diddy foi acusado por outras quatro mulheres por violência sexual em novembro e dezembro de 2023. Os casos datam de 1991 e, em alguns deles, as vítimas eram menores de idade.
Diddy também negou essas acusações em uma postagem nas redes sociais. "Deixe-me ser absolutamente claro: eu não fiz nenhuma das coisas horríveis que estão sendo alegadas. Eu lutarei pelo meu nome, minha família e pela verdade", disse ele à época.
"Contratos sexuais"
Em fevereiro de 2024, o produtor Rodney Jones Jr. processou Diddy, acusando-o de criar sem consentimento um contrato sexual e o forçando a contratar prostitutas para fazer sexo com elas.
No documento, o produtor que participou na criação do álbum The Love, afirmou ainda que o rapper teria tentado convencê-lo de fazer sexo com outro homem, sob a justificativa de que era "uma prática normal na indústria da música".
Vídeo vazado
Em 17 de maio, um vídeo de Diddy atacando Cassie Ventura em um corredor de hotel, em 2016, são divulgadas. Nas imagens, é possível ver um homem empurrando Cassie no chão, depois a chutando, arremessando algo contra ela e depois tentando arrastá-la pela blusa.
Um dia depois, Diddy se desculpou pelo caso e afirmou que assumiria "total responsabilidade por minhas ações naquele vídeo". "Fiquei enojado quando fiz isso. Estou enojado agora", disse.
Cassi se manifestou falando sobre como a violência doméstica a afetou. "Me reduziu a alguém que eu nunca pensei que me tornaria".
Mais acusações de violência sexual
Ainda em maio de 2024, o rapper foi acusado outras duas vezes por violência sexual. Em ambos os casos, as vítimas relataram abusos e violências sexuais envolvendo drogas. Um dos processos foi movido pela modelo e atriz Crystal McKinney.
Em julho, a ex-atriz de filmes pornôs Adria English fez relatos sobre ter "sido preparada para o tráfico sexual ao longo do tempo", para festas promovidas por Diddy entre 2004 e 2009.
A ex-cantora do grupo feminino Danity Kane, Dawn Richard, que era de Diddy, também fez acusações contra o rapper, dizendo que foi agredida fisicamente várias vezes.
A defesa do rapper negou todas as novas acusações à época.
Acusação mais recente
Na terça-feira (24/9), Thalia Graves deu entrada em um processo contra Diddy e o acusa de tê-la drogado e estuprado em 2001. Segundo documento, a vítima tinha 25 anos quando foi levada ao estúdio de Combs na cidade para uma reunião. Ela perdeu a consciência após receber do rapper e de um segurança uma taça de vinho.
"Ela acordou e se viu nua e amarrada", descreve a denúncia. Combs e Joseph Sherman "passaram a abusar dela brutalmente e a estuprá-la. Combs a estuprou sem piedade", dizem trechos da denúncia.
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