O Festival Superjazz retorna aos jardins do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) para a segunda temporada de celebração musical. Na programação desta quarta-feira (18/9), a abertura do festival será do DJ Dudão e as Histórias do Jazz no pôr do sol, seguido da Rádio Superjazz, com Dudão e o DJ Mario Sartô. A dupla explora um programa de rádio com a dinâmica de discotecagem em vinil com muito humor e conhecimentos musicais.
Na sequência, o multi-instrumentista Manassés de Sousa sobe ao palco do festival para celebrar os 70 anos de carreira musical. A apresentação é uma homenagem ao legado da MPB e às raízes nordestinas. Manassés é conhecido pela habilidade de tocar viola e outros instrumentos de forma inovadora, em uma sonoridade autêntica que combina tradição e contemporaneidade. O show promete ser uma viagem sonora que atravessa décadas de história da música brasileira, interpretada por um artista que vive e respira música em cada nota.
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Manassés antecipa que o repertório da noite transita entre o popular e o improvável. Com músicas autorais e releituras de grandes composições, ele afirma que a setlist será eclética. “O festival tira o jazz de casas elitizadas de pessoas de ternos e o traz para a rua com a música brasileira e a africana”, garante. Ao mesclar o gênero com a música nordestina, enaltece o improviso do ritmo.
Idealizador do Coletivo Superjazz, DJ Dudão diz que o aspecto menos conhecido do jazz é a origem e a iniciativa do projeto surge para suprir tal falta. “Temos que entender o jazz como uma música periférica, de resistência, em um contexto de cultura popular”, explica. Ele enfatiza que o gênero é uma sonoridade afro-americana, por mais que elitizada atualmente, e é a base do blues, soul, funk e rap.
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A evolução do jazz na cena de Brasília é algo animador para o idealizador. Morador da capital há quatro anos, o paulista percebe uma ressignificação do gênero em diversas camadas para além das elites. “Quero trazer o jazz para as manifestações da música popular. As vertentes latinas e brasileiras também”, afirma. Ele ressalta a semelhança do jazz com o samba brasileiro: ambos surgiram da influência periférica.
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A ideia de combinar o formato do rádio com a discotecagem foi intuitivo para o DJ. Vindo anteriormente de trabalhos radiofônicos, Dudão uniu a experiência profissional em caráteres musicais didáticos. “Quero continuar essa história do jazz junto com a bagagem de rádio informativa. Acho que consegui alcançar um upgrade no formato”, acredita.
Serviço
Festival Superjazz
Nesta quarta-feira (18/9), a partir das 17h, no CCBB. Entrada gratuita mediante a retirada de ingressos no local
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