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Após trilogia Richthofen, Leo Bittencourt reencontra leveza em Rensga Hits!

Depois de viver assassino do casal Richthofen em trilogia dramática sobre o crime de 2002, Leonardo Bittencourt reforça o elenco da levíssima Rensga Hits!,que chega com segunda temporada no Globoplay nesta quinta-feira (26/9)

Leonardo Bittencourt, ator -  (crédito: Danilo Frield/Divulgação)
Leonardo Bittencourt, ator - (crédito: Danilo Frield/Divulgação)

Personagem novo da segunda temporada de Rensga Hits!, Cauã Almeida é um produtor musical, nascido em Goiânia, que retorna após uma longa temporada nos Estados Unidos. Cabe ao rapaz a função de rivalizar com o galã sertanejo Enzo Gabriel (Maurício Destri) pelo coração da mocinha Raíssa (Alice Wegmann) na história. "Ele é muito ligado às suas raízes e suas verdades. Um artista que reverbera o que não cabe no peito. Essas essências se conectam com a Raissa, e a vida de ambos se cruzam nessa história", adiantou o intérprete, Leonardo Bittencourt, ao Correio.

A série original do Globoplay já era um sucesso consolidado quando o ator manaura de 30 anos ingressou no elenco. Para ele, entretanto, não houve nenhum tipo de cobrança sobre manter o nível. "O elenco é muito unido e acho que o sucesso vem exatamente dessa conexão dos que já estavam na primeira temporada. Eles receberam a mim, e aos outros que entraram, com tanto carinho que nem pensamos em qualquer tipo de pressão", garantiu ele, que gravou as duas últimas temporadas da série de setembro de 2023 até fevereiro deste ano.

Leonardo Bittencourt e Alice Wegmann em Rensga Hits!
Leonardo Bittencourt e Alice Wegmann em Rensga Hits! (foto: Divulgação)

Desafio

Apesar de estar no ramo há apenas seis anos, Leonardo é um ator experiente, que se formou pela Casa das Artes de Laranjeiras (CAL) — endereço que adotou ao chegar ao Rio de Janeiro, aos 19 anos. Desde a estreia em Malhação — Vidas brasileiras, em 2018, vieram as séries Sob pressão, Segunda chamada (Globo) e No mundo da Luna (HBO Max) e o filme da Netflix Temporada de verão. O grande salto na carreira do artista, porém, veio na trilogia de filmes da Prime Video sobre o caso Richthofen. Em A menina que matou os pais, O menino que matou meus pais e A confissão, Biteco — como é chamado carinhosamente — deu vida a Daniel Cravinhos, o namorado e cúmplice de Suzane (Carla Diaz) — trabalho que considera uma grande responsabilidade e o maior desafio profissional enfrentado até então.

"A responsabilidade em interpretar um personagem biográfico é ser responsável com os fatos ocorridos e ser fiel a eles", explicou Leonardo, destacando que a figura de Suzane Richthofen sempre foi muito presente na cabeça das pessoas, mas o namorado, Daniel Cravinhos, tinha poucas aparições. "Eram poucas as referências visuais. Tive que estudar muito para reproduzir o que estava nos autos do processo e, após a realização do trabalho, ter a responsabilidade de ser a imagem que vai à cabeça das pessoas quando se fala desse personagem", defendeu ele, que tinha 8 anos quando o crime ocorreu.

Carla Diaz e Leonardo Bittencourt fazem o papel de Suzane von Richthofen e Daniel Cravinhos
Carla Diaz e Leonardo Bittencourt fazem o papel de Suzane von Richthofen e Daniel Cravinhos (foto: Adriano Vizoni/Prime Video)

Após uma temporada longa de cenas incorporando um personagem denso em uma trama macabra como a do duplo assassinato que chocou o país em 2002, o rapaz comemora a oportunidade de retornar a um clima mais ameno, com Rensga Hits!. "O trabalho do ator é passear por todos esses cantos e acredito que cada um vem na hora em que nós precisamos desse desafio. Segunda chamada, por exemplo, foi fundamental para mostrar meu trabalho além da linguagem leve e jovem de Malhação. Já Rensga Hits! chega em um momento em que gostaria de desfrutar mais da leveza no trabalho e poder mostrar outras facetas que gosto na minha vida pessoal, como a música", concluiu Leonardo.

 

Entrevista | Leonardo Bittencourt

Sua estreia foi em Malhação, assim como, ao longo de mais de 20 anos, foi de vários outros atores que hoje são considerados veteranos. Qual a maior lembrança que você tem daquela época e qual a importância que esse produto tinha para a teledramaturgia?

Lembro com muita gratidão de Malhação por ter sido o trabalho que me lançou nacionalmente. Era um produto ideal para lançar novos talentos e usar esse espaço de grande projeção como desenvolvimento para novos atores da casa. Com um pouco mais de um ano no ar, tive domínio do personagem e da linguagem da novela. Isso dava liberdade criativa para criar coisas além do roteiro e me divertir em cena. Hoje, com mais experiência e outros trabalhos no currículo, valorizo essas conquistas desde tão cedo.

Para interpretar o protagonista da trilogia dos filmes do caso Richthofen, imagino que o maior desafio de todos nesse processo tenha sido dar vida a um criminoso que existe na vida real. Mas interpretar personagens biográficos é algo que te instiga?

Tenho interesse por grandes histórias, personagens que coloquem na cabeça do espectador a dúvida, identificação e discordâncias. Somos seres complexos, com camadas. O mocinho não é aquele que faz sempre o correto e o vilão não é aquele personagem maniqueísta que nos acostumamos a ver - e hoje acho que não temos o mesmo interesse em ver. A responsabilidade em interpretar um personagem biográfico é ser responsável com os fatos ocorridos e ser fiel a eles. A figura da Suzane sempre foi muito presente na cabeça das pessoas e o Daniel tinha poucas aparições, poucas referências visuais. Tive que estudar muito para reproduzir o que estava nos autos do processo e, após a realização do trabalho, ter a responsabilidade de ser a imagem que vai à cabeça das pessoas quando se fala desse personagem.

Além dessa trilogia, você também atuou em outra trama densa, que foi Segunda chamada. Como foi ingressar em um universo tão mais leve como o de Rensga Hits?

O trabalho do ator é passear por todos esses cantos e acredito que cada um vem na hora em que nós precisamos desse desafio. A Segunda Chamada foi fundamental para mostrar meu trabalho além da linguagem leve e jovem de Malhação. Rensga Hits! chega em um momento em que gostaria de desfrutar mais da leveza no trabalho e poder mostrar outras facetas que gosto na minha vida pessoal, como a música.

Rensga já era um sucesso consolidado quando você entrou. Existiu algum tipo de cobrança de si mesmo sobre manter o nível?

O elenco é muito unido e acho que o sucesso vem exatamente dessa conexão dos que já estavam na primeira temporada. Eles receberam a mim, e os outros que entraram, com tanto carinho que nem pensamos em qualquer tipo de pressão. Já conhecia algumas pessoas do elenco e outros se tornaram amigos queridos. Equipe técnica, direção e elenco, o resultado dessa sintonia é o sucesso que você mencionou.

Quem é o Cauã? E o que o público pode esperar dessa nova temporada que vai estrear?

Cauã é um produtor musical, nascido em Goiânia e chega à trama de Rensga após uma longa temporada nos Estados Unidos. Ele é muito ligado às suas raízes e suas verdades. Um artista que reverbera o que não cabe no peito. Essas essências se conectam com a Raissa, personagem interpretada por Alice Wegmann, e a vida de ambos se cruzam nessa história. O desenrolar vocês vão poder acompanhar a partir de setembro, no Globoplay.

Você completou 30 anos. O que sente que mudou e como se preparou para avançar de fase, saindo do que foi estipulado como juventude para a vida adulta?

Acho que existe uma transição das coisas que você não quer levar para o novo ciclo. É uma mudança e resolução daquilo que não cabe mais e a busca dessa nova versão aos 30. Mas muita coisa se mistura, a juventude ainda está aqui e o que muda são as ambições e as responsabilidades. Simbolicamente, pude comemorar meus 30 anos viajando para o Peru, um lugar que sempre quis conhecer. E, a partir daí, também explorar mais esse lado comunicador, mostrando minhas viagens e meus hobbies através das redes sociais.

E as novelas? Elas virão ou prefere se manter no streaming?

Estou aberto às novelas, claro. Quem diz que a TV aberta está acabando está dentro de uma bolha ilusória. São centenas de milhares de pessoas ligadas todos os dias. Novela faz parte da cultura do brasileiro. Quero estar onde as boas histórias estão.

Quem é Leonardo quando não está atuando?

Atuar tornou-se a razão da minha vida desde os 19 anos, quando me mudei para o Rio de Janeiro, vindo de Manaus. Essa pergunta é uma eterna busca, porque meu trabalho é minha vida, me sinto muito mais interessante quando estou atuando. Então, por esta parte racional da minha vida ter sempre tomado conta da minha rotina, respondo que sou o Leonardo quando não estou atuando, pois é quando deixo o emocional equilibrar mais com a razão.

 


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postado em 23/09/2024 07:00
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