Roger Waters, o icônico cofundador do Pink Floyd, não deixou passar em branco as críticas de Nick Cave sobre sua posição em relação ao boicote a Israel, conhecido como BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções).
Em um episódio recente do podcast Reason, Cave não poupou palavras ao chamar o apoio de Waters ao BDS de “embaraçoso” e “profundamente prejudicial”. A provocação não passou despercebida, e Waters decidiu dar sua resposta através das redes sociais, de maneira direta e incisiva.
No vídeo publicado em seu Instagram para seus 1,3 milhões de seguidores, Waters não se conteve. Ele fez questão de ler um comentário preparado em resposta a Cave, detalhando suas críticas. “Caro Independent, aqui está minha resposta ao sujeito australiano. Nick Cave, porra”, começou Waters, com um tom de desdém evidente.
O ex-Pink Floyd prosseguiu, criticando Cave por sua suposta falta de compreensão sobre a situação que ele e outros defensores do BDS veem como um grave problema de injustiça.
Waters continuou a sua resposta com um apelo fervoroso: “Nós, o povo indígena da Palestina, nesta agonia, imploramos a você, por favor, não cruze a linha de piquete do BDS para cantar para ganhar seu jantar em Israel.” Ele ressaltou a importância do boicote como um ato de solidariedade e protesto contra o que ele considera ser a ocupação e a opressão contínuas na Palestina.
A reação de Roger Waters e a defesa do BDS
Para Waters, a posição de Cave é um reflexo de uma visão mais ampla e problemática sobre o conflito israelense-palestino. “Não é complicado, Nick”, afirmou Waters, enfatizando que a questão é clara e direta para aqueles que apoiam o movimento BDS. Ele argumenta que o simples ato de se apresentar em Israel, mesmo que seja apenas para um show, serve para ignorar ou legitimar o que ele considera ser uma situação insustentável de ocupação e injustiça.
Em seu vídeo, Waters foi incisivo ao explicar que a participação de Cave em eventos em Israel contribui para “encobrir a ocupação sionista israelense de 75 anos, o roubo de terras, o apartheid e o genocídio do nosso povo”. Ele também fez um apelo para que Cave e outros artistas se unam ao movimento BDS, seguindo o exemplo de figuras como ele e Brian Eno, que são conhecidos por seu apoio ao boicote.
Waters encerrou seu comentário com uma mensagem clara para Cave e outros críticos: “Por favor, preste atenção.” Ele fez questão de reafirmar sua convicção de que o boicote é uma forma legítima e necessária de protesto e que aqueles que o apoiam não devem ser desencorajados ou desviados por críticas de figuras proeminentes da música.
Esse confronto entre Waters e Cave destaca a tensão crescente no debate sobre o BDS e as questões relacionadas ao conflito israelense-palestino. Waters continua a defender sua posição com vigor, enquanto Cave e outros críticos permanecem em desacordo com as estratégias de boicote e as implicações políticas envolvidas. O debate certamente continuará a gerar discussões acaloradas dentro e fora da comunidade musical.
Djenifer Henz – Supervisionada por Marcelo de Asssis
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