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Festival Sinfônico surpreende pela versatilidade de atrações e estilos

O festival convidou Liniker, Murica e Guaja para subirem ao palco e se apresentarem acompanhados de arranjos orquestrais

Poucos são os festivais sediados em Brasília que conseguem transmitir tão bem a sensação de acolhimento e cuidado com o público como o Festival Sinfônico V. Na 5ª edição, o evento trouxe uma seleção de atrações cuidadosamente pensadas, tudo para que os arranjos feitos pela Orquestra Filarmônica de Brasília harmonizassem com os diferentes estilos e vozes dos artistas que se apresentaram no último sábado (24/8). Nomes como Liniker, Murica e Guaja foram destaque durante a noite.

Com início previsto para às 18h, o Festival Sinfônico V recebeu no palco da Concha Acústica (Setor de Clubes Esportivos Norte) o Fuá do Seu Estrelo para abrir a série de apresentações do segundo sábado de evento. Acompanhados da OFB, o grupo musical mostrou o porquê de ser declarado patrimônio cultural imaterial do DF, uma vez que unem como ninguém canto, dança e performance de tablado.

Na sequência, a Orquestra Popular Marafreboi subiu ao palco para celebrar o melhor dos ritmos folclóricos de origem nordestina, caso do maracatu, do frevo e do boi-bumbá. “Brasília, que foi construída por mais de 60 mil pessoas que vieram serrar pau, bater prego e mexer massa, predominantemente essas pessoas eram nordestinas. Por isso que as coisas do Nordeste se caem tão bem aqui no nosso quadradinho”, explicou o maestro Fabiano Medeiros da Marafreboi.

O grupo Pé de Cerrado trouxe para o festival um show recheado de cultura regional e tradicionalismos típicos do Cerrado brasileiro. Para além de um cancioneiro instrumental pautado nos ritmos populares do Centro-Oeste nacional, a banda de instrumentistas trouxe para a Concha Acústica um pouco de ciranda e carimbó, danças típicas dos estados de Pernambuco e Pará, respectivamente.

Logo depois, a artista Guaja foi a responsável por uma das performances mais memoráveis da noite. “Um corpo mutante em transição, que atravessa espaços e contextos. Eu sou semente de olhar e tom. Eu tenho pele, eu tenho cabelo, eu sou um corte atemporal. Eu sou transmutante do presente”, proclamou a cantora indígena do povo Guajajara ao final da apresentação, que emocionou a plateia e foi aplaudida de pé após discurso potente sobre a importância de uma relação pacífica entre indígenas e não-indígenas.

O show do rapper Murica, penúltima atração da noite, foi exemplo de como hip-hop, quando acompanhado por arranjos de orquestra, ganha uma roupagem completamente nova — e muito interessante. “Hoje é a união do rap e da orquestra”, disse Murica, entre uma música e outra. O artista recebeu no palco o também rapper Gustavo Peres, com quem colabora no projeto de hip-hop Puro Suco.

Contudo, toda a espera para assistir ao principal show da noite valeu a pena. A cantora e compositora Liniker iluminou a Concha Acústica com composições sensíveis e vocais vigorosos. “Dá um nervoso cantar com orquestra”, confessou Liniker durante a apresentação. A artista cantou sucessos do primeiro disco, caso de Clau, Lili, Psiu, Lalange e Baby 95. Fã de Djavan, Liniker aproveitou a oportunidade para cantar Oceano, célebre canção do cantor alagoano.

Responsável por um dos melhores discos do ano, Liniker cantou a faixa Caju pela primeira vez ao vivo no final do show. Durante a performance, ela agradeceu ao público da capital federal por sempre ter dado suporte à carreira dela.

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