TELEVISÃO

Finalista de A grande conquista, Fernando Sampaio é ator há mais de 20 anos

Com mais de duas décadas de carreira artística, incluindo publicidade e novelas, o ator, apresentador e produtor Fernando Sampaio, de 46 anos, vira a chave ao se tornar finalista de reality show. "Aproximação muito mais calorosa e espontânea", diz

Como diz a letra da música A estrada, eternizada pelo grupo Cidade Negra, "você não sabe o quanto eu caminhei para chegar até aqui..." Finalista do reality show A grande conquista, da Record, o ator, apresentador e produtor Fernando Sampaio, de 46 anos, iniciou sua carreira aos 12 anos, em Salvador (BA). No teatro, acumula mais de 10 peças e, na tevê, seu rosto marcou presença em diversas campanhas publicitárias, além de novelas como Amigas e rivais (2008) — no SBT —, Segundo sol (2017) e Vai na fé (2023) — na Globo — e uma variedade de produções da emissora de Edir Macedo que vão desde as novelas Cidadão brasileiro (2006) e Pecado mortal (2013) a produções bíblicas como Os dez Mandamentos, José do Egito, Milagres de Jesus, O Rico e Lázaro e Jezabel.

Foi, porém, quando integrou o elenco da segunda temporada do reality que reúne 100 concorrentes em uma vila que o baiano — que ostenta mais de 400 mil seguidores no Instagram — passou a se tornar, recentemente, reconhecido de forma contundente pelo público. "Agora, noto uma aproximação muito mais calorosa e espontânea. As pessoas se sentem mais à vontade", afirmou o artista, que ficou em quarto lugar na disputa. "O público pôde ver o Fernando Sampaio de verdade, sem as máscaras de um personagem."

Divulgação - Fernando Sampaio foi finalista do reality show da Record

Confira a entrevista

O que te motivou a ingressar em uma jornada como a de A grande conquista?

Em grande parte, a necessidade de superar uma série de desafios pessoais e profissionais que enfrentei nos últimos anos. Passei por situações extremamente difíceis, incluindo a perda de todo o dinheiro que ganhei em quase uma década de trabalho árduo, e a tragédia de ver minha casa pegar fogo, onde perdi tudo. Além disso, a pandemia e a escassez de oportunidades de trabalho só agravaram a situação, me levando a depender da ajuda de outros para sobreviver. Quando recebi o convite para participar do reality, vi essa oportunidade como um verdadeiro milagre, uma chance de transformar completamente a minha vida. Tenho um relacionamento de confiança com a Record, e sempre estou disposto a abraçar as oportunidades que eles oferecem, porque sei que pensam em mim para algo especial. Contudo, não posso negar que o aspecto financeiro foi determinante na minha decisão de aceitar o convite. Participar de A grande conquista era, para mim, uma forma de dar um novo rumo à minha trajetória, tanto pessoal quanto profissional.

Qual foi o maior desafio nessa travessia de um reality com 100 pessoas e chegar ao quarto lugar da competição?

Sem dúvida, o maior desafio foi conviver com pessoas que agiam de forma mentirosa e ardilosa. Em um ambiente com 100/20 participantes, ficou evidente para mim que alguns usavam estratégias questionáveis para se aproximar de pessoas com representatividade, buscando se beneficiar dessas conexões. Eu sempre fui alguém que valoriza a verdade e a autenticidade, e lidar com tanta desfaçatez foi extremamente difícil. Não consigo ver tanta falsidade e permanecer em silêncio, mas, infelizmente, muita gente ainda se deixa levar por discursos vitimistas e por aqueles que fingem ser quem não são. Essa realidade foi a que mais me desafiou durante a competição. Ser finalista do programa mostrou que muitas pessoas também perceberam minha indignação e coerência ao longo do jogo. Isso reforça que, apesar das dificuldades, a verdade e a autenticidade ainda são valorizadas por quem realmente observa o que acontece.

A que você credita o seu êxito dentro do programa? Qual foi a maior transformação pessoal que ocorreu ao longo desse processo?

Credito meu êxito no programa à minha autenticidade e verdade. Ser verdadeiro, surpreendentemente, pode ser um problema em um ambiente onde a manipulação e a falsidade são comuns. Mas mesmo diante das dificuldades, como ter que gritar para ser ouvido e não deixar que as inverdades prevaleçam, minha autenticidade me levou a não recuar e a enfrentar as situações de frente. A maior transformação pessoal que ocorreu ao longo desse processo foi aprender a acreditar mais em mim e na minha intuição. Sempre tive uma boa capacidade de ler as pessoas, mas, em algumas ocasiões, deixei meu coração me enganar. Com o tempo, percebi que essa intuição e a habilidade de entender as pessoas são dons que preciso valorizar e, principalmente, ser mais firme quando essas percepções me alertam. Esse aprendizado foi crucial para o meu crescimento pessoal e para o sucesso que alcancei no programa.

Você é ator há mais de 20 anos e fez diversos trabalhos na tevê. Sente que ter participado de um reality show mudou o assédio do público?

Percebo claramente que houve uma mudança no assédio do público após minha participação no reality show. Antes, por ter feito muitas novelas bíblicas e estar sempre presente na casa das pessoas como um personagem, o assédio era mais distante, respeitoso, e repleto de cuidado. Agora, noto uma aproximação muito mais calorosa e espontânea. As pessoas se sentem mais à vontade, me chamam de "Fê" e vêm me abraçar com uma familiaridade que não existia antes. Acredito que isso aconteceu porque, no reality, o público pôde ver o Fernando Sampaio de verdade, sem as máscaras de um personagem, e essa exposição criou uma conexão mais íntima e pessoal.

Dentre tantos personagens na tevê, qual você destaca como favorito?

Carrego dois personagens na minha prateleira de favoritos. O Matias, de O Rico e Lázaro, ocupa um lugar especial por toda a complexidade em torno da criação desse personagem. O arco dramático dele, com toda a sua dualidade, foi um verdadeiro desafio e me permitiu explorar nuances profundas de interpretação. Mas, o mais especial para mim é o Gahiji, de Os dez mandamentos. Ele é um ser doce, fiel, amoroso, e cheio de boas intenções, características que ressoam profundamente com a minha própria essência. Gahiji me trouxe um carinho imenso do público, tanto no Brasil quanto no exterior, e esse afeto continua até hoje.

Quais são os projetos para agora? Há algo que possa ser adiantado?

Quanto aos projetos futuros, estou com algumas coisas em andamento, mas ainda não posso adiantar muitos detalhes. No entanto, posso garantir que estou sempre buscando novos desafios que me permitam crescer como ator e continuar emocionando o público. Fiquem atentos, pois novidades estão a caminho! E o que posso adiantar por hora é que estou escrevendo um livro de reflexões, e tem sido uma experiência incrível. Esse projeto tem me permitido mergulhar em minhas próprias vivências e pensamentos, trazendo à tona insights que espero que possam tocar e inspirar outras pessoas. Estou muito animado com o que está por vir.

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