Não há uma única definição de felicidade e nem um só jeito de ser feliz. Os estudos sobre a ciência da felicidade mostram que construir a felicidade e o bem-estar é uma habilidade que pode ser treinada por meio das escolhas conscientes que fazemos a cada dia, de nossas ações, da qualidade dos pensamentos que nutrimos e dos relacionamentos que cultivamos.
Entrelaçar o conteúdo dos estudos pesquisados com os depoimentos das 190 pessoas entrevistadas em todas as regiões do Brasil foi uma das experiências mais emocionantes da construção do livro Construindo a felicidade- a ciência de ser feliz aplicada no dia a dia.
Para começar, é essencial destacar os equívocos mais comuns sobre o conceito de felicidade. Em primeiro lugar, assim como saúde não pode ser definida apenas como ausência de doença, felicidade não significa ausência de problemas.
Outros equívocos: pensar que só poderemos ser felizes quando alcançarmos determinadas metas, como ter uma casa própria, trocar de carro… Achar que outra pessoa é que terá o poder de nos fazer felizes… Imaginar que felicidade é um estado permanente, tipo “céu na terra”.
O que dizem os estudos sobre a ciência da felicidade? A seguir, confira alguns tópicos fundamentais:
1. Construção do sentido da vida (propósito)
O objetivo concreto pode variar no decorrer da vida, mas a essência permanece. O que nos motiva para viver o dia a dia, olhar para trás e para a frente? Qual a contribuição que oferecemos com nosso trabalho e com nossos relacionamentos em família e no círculo social?
2. Dar e receber amor
Uma conhecida pesquisa da Universidade de Harvard, que acompanhou a vida de muitas pessoas desde a adolescência até o envelhecimento, mostrou que o fator mais importante para a construção da felicidade é a boa qualidade dos relacionamentos que tecemos no decorrer da vida com a família, colegas de trabalho, amigos (e não o fato de ganhar muito dinheiro ou de ter prestígio profissional, por exemplo).
3. Prática da gratidão
Valorizar o que temos e aproveitar da melhor forma o que está ao nosso alcance, em vez de cultivar mágoas e lamentar perdas e frustrações. Olhar cada dia de vida como um presente (incluindo os desafios e as dificuldades), aproveitá-lo da melhor maneira, guiando-se pela pergunta: “O que de melhor posso fazer com o que está diante de mim?”
4. Cultivar gentileza e generosidade
Em tempos em que tantas pessoas estão mergulhadas nas redes de ódio e no individualismo, privilegiar gentileza e generosidade é fator essencial para tecer bons relacionamentos e inspirar outras pessoas a fazer o mesmo.
5. Sentir-se parte de um todo maior
O desenvolvimento da espiritualidade (que não significa necessariamente ser praticante de uma religião) dá, para muitas pessoas, um grande alento em épocas difíceis. Cultivar a fé permite a descoberta de forças que nem sabíamos que tínhamos e o fortalecimento da esperança em tempos melhores. Afinal, em todos os tempos (inclusive os difíceis) e em todos os lugares do mundo, todos nós desejamos ser felizes!
Por Maria Tereza Maldonado
Mestre em Psicologia. Tem mais de 40 livros publicados, entre eles “Construindo a felicidade” (Editora Ideias & Letras). Em 2024, para comemorar seus 75 anos, criou a palestra-show “Longevidade com alegria de viver”.
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