Artes cênicas

22ª edição do 'Dança em Trânsito' desembarca em Brasília; veja programação

Festival Dança em trânsito traz a Brasília cinco espetáculos contemporâneos do Brasil, da Espanha e de Israel

Espetáculo Portátil, no Dança em trânsito, do Grupo Tápias -  (crédito:  Luciana Ponso)
Espetáculo Portátil, no Dança em trânsito, do Grupo Tápias - (crédito: Luciana Ponso)

A 22ª edição do Dança em trânsito desembarca em Brasília com uma seleção de espetáculos vindos da Espanha, de Israel e do Brasil para transformar palcos e ruas da cidade em espaços de celebração do diálogo entre dança, diversidade e arquitetura. No total, cinco espetáculos serão apresentados no Museu Nacional da República e no Centro Cultural Banco do Brasil hoje e amanhã.

A programação começa com Descaminhos, do grupo carioca Afrobunker, que investe em uma mistura de hip-hop com dança contemporânea. "O espetáculo traz um lugar até religioso da dança, um lugar incorporado, que transita entre o contemporâneo e a dança afro", avisa Flávia Tápias, curadora do festival. "São meninos muito jovens e que têm uma potência muito grande, que dialogam muito bem pelos espaços onde transitam."  O aproveitamento da  espacialidade e a expertise de como utilizar os espaços e fazer com que façam parte do espetáculo são algumas características do grupo, que se apresenta no Museu da República e no CCBB. "Eles fazem quase um site specific, transformam o espetáculo para o lugar onde vão se apresentar. É muito bem desenhado, tem uma dramaturgia muito bonita", garante Flávia.

Inspirado em uma série de cartas de amor, o espetáculo Guarda-me, de Márcia Milhazes, também ocupa o Museu da República hoje, junto com Todo esse ruído, dos espanhóis da companhia Qabalum, e de Portátil, do Grupo Tápias. Também no Museu da República, o israelense  Michael Getman apresenta First things, resultado de uma residência com o bailarino Ariel Gelbart. "É um bailarino muito potente e traz uma pesquisa muito grande em cima do gesto como ponto de partida. É muito interessante como ele chegou nessa desconstrução, porque o Ariel é um bailarino que dança até balé clássico, mas ele traz um corpo muito desconstruído para a cena e, ao mesmo tempo, construído de uma outra forma. Tem um olhar bem contemporâneo na dramaturgia do trabalho", avisa Flávia Tápias.  

Realizado em formato itinerante, o Dança em Trânsito é um festival que se prolonga por cinco meses, com início em junho e fim em outubro, e ocorre em 33 cidades do Brasil, incluindo as capitais e regiões mais remotas. Esta semana, Flávia Tápias se apresentou em Serra Pelada (PA). "O maior desafio do Dança em Trânsito é o trânsito, é conseguir chegar, é o acesso às cidades menores e maiores com grupos que sejam diversos e que tenham espetáculos de qualidade para todos os públicos", diz a curadora. "Lógico que não tem uma companhia que possa circular pelas 33 cidades, seria um auge isso, mas não é possível, então a gente divide em circuitos e isso facilita muito a logística, que é sempre a parte mais difícil do festival." Flávia conta ainda que a seleção dos grupos é feita por convocatória e que, este ano, o foco foi na diversidade dentro da dança contemporânea, com espetáculos de linguagens variadas.

Dança em trânsito

Hoje, às 17h30, no Museu Nacional da República, com entrada franca. Amanhã, às 19h30, no Centro Cultural Banco do Brasil Brasília (CCBB — SCES Trecho 2). Entrada franca para os espetáculos na área externa. Ingressos: R$ 30 e R$ 15,00 (meia) para espetáculos no teatro

 


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postado em 22/08/2024 05:01
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