O cantor, compositor e produtor cultural Marquinhos de Oswaldo Cruz assinou contrato com uma gravadora, Deck, pela primeira vez aos 62 anos, depois de lançar de modo independente alguns trabalhos; história similar a outros grandes sambistas que também puderam contar com o suporte de uma gravadora depois dos 60 anos como Cartola, Clementina de Jesus, Candeia e Nelson Sargento.
Perguntado sobre a nova empreitada e a comparação com os sambistas anteriores, Marquinhos comentou: “Fico muito feliz e honrado em ter agora uma gravadora como parceira, mas quanto aos sambistas que trilharam esse caminho, são monstros sagrados. Deus sabe o quanto os admiro e qualquer semelhança é pura coincidência”, disse ele.
Marquinhos lembrou-se de quando criança andar de mãos dadas com Candeia por Oswaldo Cruz.
Marquinhos de Oswaldo Cruz é criador de um dos projetos culturais mais bem sucedidos do país, o Trem do Samba, que está no calendário do Rio há quase 30 anos e também criou a Feira das Yabás há 17 anos, mostrando comida de tradição em encontros memoráveis para cariocas e turistas. E, mais recentemente, o Trem do Samba na Estrada, com o qual visita bairros e cidades com shows e encontros.
“Sou um operário do samba”, conclui Marquinhos de Oswaldo Cruz.
Além de Marquinhos de Oswaldo Cruz, Chico Chico também assinou contrato com a Deck
Além de Marquinhos de Oswaldo Cruz, o cantor Chico Chico também assinou contrato com a Deck em outubro de 2023. Naquele momento o artista lançou dois singles e um EP inédito.
Esses lançamentos marcam uma nova fase do trabalho de Chico que começa com esses registros de suas composições numa roupagem contemporânea, com produção de Pedro Fonseca.
“A ideia é trazer a essência do Chico nesse EP, que já aponta um novo momento” – comentou Pedro.
Com influências diversas, passando por pop rock e folk principalmente, Chico sempre traz uma densidade nas músicas, um lado urbano e reflexivo, ao mesmo tempo que também carrega uma leveza solar, da mata, da natureza e da introspecção. Essa dualidade, expressa tanto no seu canto como nos arranjos, são a essência de sua personalidade musical e o mote desses novos registros.
Para Chico “é uma nova fase da minha carreira. O Pedro conseguiu transpor as coisas que a gente pensava para dentro das músicas de uma maneira bem fiel”, comentou ele.
No dia 1º de novembro chega a inédita faixa Espelho, gravada no estúdio Companhia dos Técnicos, de autoria do próprio Chico. O single traz um instrumental poderoso e a sempre vigorosa performance vocal de Chico Chico, que é acompanhado por Waltinho Villaça (guitarra e violão de aço), Thiaguinho Silva (bateria), Lucas Videla (percussão) e Frederico Puppi (violoncelo).
A produção e o arranjo são assinados por Pedro Fonseca, que também tocou piano, Rhodes, baixo, Hammond e synths.
Quem é Marquinhos de Oswaldo Cruz?
Marquinhos de Oswaldo Cruz, cujo nome verdadeiro é Marcos Sampaio de Alcântara, é um renomado cantor e compositor brasileiro, nascido em 4 de outubro de 1961, no Rio de Janeiro. Ele é um dos fundadores do Movimento Acorda Oswaldo Cruz e foi um dos reorganizadores do famoso Pagode do Trem em 1995.
Esse evento, iniciado na década de 1930 por Paulo da Portela, reunia sambistas no trem das 18h05, onde discutiam a organização do carnaval e celebravam com muito samba.
Ele também é conhecido por suas composições interpretadas por grandes nomes do samba, como Beth Carvalho, que gravou Uma geografia popular, uma parceria com Edinho Oliveira e Arlindo Cruz, no álbum Pérolas do pagode.
Em 2000, Marquinhos de Oswaldo Cruz lançou seu primeiro disco solo, Uma geografia popular, pelo selo Rob Digital. O álbum inclui composições próprias e homenagens a outros grandes nomes do samba.
Em resumo, o artista é uma figura importante na preservação e promoção do samba, especialmente no bairro de Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro. Sua dedicação à música e à cultura brasileira é evidente em seu trabalho e nas iniciativas que ajudou a criar.
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