Intérprete de Renato Russo reconhecida pelo próprio compositor, a cantora Célia Porto comemora o aniversário de 50 anos do Espaço Cultural Renato Russo com um show em homenagem ao vocalista da Legião Urbana. Hoje, a partir das 17h, Célia incorpora o compositor acompanhada de quatro músicos: Rênio Quintas, Daniel Sarkis, Ge Mendonça e Stive Marta. Atemporal é como a cantora descreve a icônica banda brasiliense que revolucionou o rock nacional.
Célia revisita o repertório da Legião constantemente. Autora de um álbum de homenagem à banda (Célia Porto canta Legião Urbana, lançado em 1996), o disco teve aval de Renato, que a ajudou a escolher o repertório. O projeto idealizado por Rênio Quintas foi lançado depois da morte do compositor. O repertório das releituras é revivido quando Célia pretende fazer um show: "Ele está sempre aqui, vivo ao decorrer dos meus trabalhos."
O destaque do CD é ter tido o envolvimento de Renato ao longo do processo, destaca Célia, que prestigiou o trabalho da cantora em vida. Fã de Legião desde a adolescência, o disco e a aproximação com o compositor são de extrema importância para a carreira de Célia. "O carinho e os conselhos de Renato marcaram a minha história profissional e pessoal. Legião é um conceito e sigo com o legado deles ao representar a poesia brasiliense", afirma. O CD foi muito bem aceito pela comunidade de fãs legionários.
Com muita dedicação profissional, Célia promete um show emocionante, divertido em que o público cante junto. Ela antecipa que o repertório abrange músicas que Renato escolheu pessoalmente para releitura: Eu sei, Esperando por mim, Os anjos, Vinte e nove e Andrea Doria. "A apresentação contempla desde o início até o último momento da banda com o Renato Russo", diz.
A intérprete percebe uma nova geração que gosta, acompanha e reflete sobre a atualidade das músicas da Legião Urbana, em contraponto a outra, que é avessa à banda. "Vejo uma espiral de fases entre o gostar e o não gostar da cultura antiga. Mas o que a Legião tem a dizer é profundo e psíquico, além de simplesmente ser uma música que você ouve sem reflexão", argumenta. O rock brasiliense surgiu após um grande período de repressão como um grito por liberdade, e Célia observa que nem todos os jovens estão preparados para pensar em tal profundidade.
Envelhecer como artista e manter o trabalho é um desafio para Célia. Acompanhar as tendências da atualidade de uma geração que consome as mídias muito rápido é difícil. A música da cantora é uma mensagem de um laço com a capital e, muitas vezes, atingir grandes festivais não parece dar certo com a proposta. "O artista tem que ser o reflexo do povo. Acompanho muitos músicos da cena local. O que me faz florescer forte é a conexão que tenho com Brasília e a arte brasiliense", reflete.
Célia Porto canta Legião Urbana
- Hoje, a partir das 17h, no Espaço Cultural Renato Russo
*Estagiária sob supervisão de Severino Francisco
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