Um dos nomes em ascensão da música brasileira, Ana Frango Elétrico já figurou nas principais lineups de eventos brasileiros nos últimos tempos. Faltava Brasília, mas, a partir de hoje não falta mais: Ana abre o último dia do festival CoMA e promete finalmente uma apresentação de banda cheia para os fãs brasilienses neste domingo (11/8).
Uma atração muito pedida na capital desde o disco Little electric chicken heart, de 2019, Ana Frango Elétrico vem se destacando no indie brasileiro há sete anos tanto pelas composições e lançamentos quanto assinando a produção musical de outros artistas. A apresentação de Brasília será do mais recente disco, Me chama de gato que sou sua, lançado em 2023.
Com apenas um show na cidade, quando lotou a Infinu, a voz da nova geração do indie se anima com a oportunidade de fazer uma performance mais completa na capital. “Foi um show que me surpreendeu e me deu mais vontade de estar e tocar em Brasília”, lembra.
Em entrevista ao Correio, Ana prepara o público de Brasília para o show deste domingo E Também fez reflexões sobre o caminho, o processo e as fases pelas quais está passando.
Entrevista // Ana Frango Elétrico
O que você tem feito na turnê do seu novo disco? Como tem sentido a recepção dos fãs?
Tenho trabalhado muito (risos), descoberto e redescoberto esse disco em palcos maiores, cada show é um show. A recepção está sendo mais calorosa do que eu imaginava.
As vezes fico em dúvida em relação as baladas do disco, as músicas lentas, e é engraçado ver que elas funcionam no meio de um show animado, trazem emoção e conexão com o público, independente do palco.
Você já tocou em Brasília na Infinu, que é uma casa menor e intimista, agora vai tocar em um dos principais festivais da cidade. Como você espera esse reencontro com o público de Brasília?
Fico muito feliz e animade, foi um show que me surpreendeu e me deu mais vontade de estar e tocar em Brasília. Fico com curiosidade para ver agora a resposta do público em relação ao novo álbum.
Recentemente, conversando com amigos ligados à música, foi levantada a sua multiplicidade artística e o seu poder na produção. Qual a importância para você de estar atuante em diversas etapas criativas?
Eu não me considero nem uma cantora nem instrumentista fora da média, mas sou artista. Eu me considero uma pessoa com visão estética e artística. Cursei pintura, tinha algum desejo de estudar direção teatral. Acho que a produção musical é esse lugar, solo fértil de conceitualização e estética, olhar externo do que imagino pra mim ou para outros artistas. E não só musical, como gráfico, estético mesmo. Arquitetura invisível do som.
Há uma diferença clara de energia entre os trabalhos que você já lançou, mas, ao mesmo tempo, há uma linha que você segue como uma assinatura/identidade. Como foi o processo de se encontrar nesse lugar?
Foi natural. Acho que esse lugar é a verdade. Sempre faço música para mim e quero evoluir ao máximo, melhorar. Meu primeiro trabalho eu não tinha pretensão de nada, pelo contrário, acho que a vontade era provocar. Hoje em dia tenho objetivos, sei o que quero fazer, quando começo algo já sei onde quero chegar.
Atualmente você está em turnê internacional, e você também já tocou em alguns dos grandes festivais do Brasil e do mundo. Como você enxerga o reconhecimento, não só de do convite para esses eventos, mas de ter um público já internacionalizado?
Acho que é o famoso quem vê close não vê corre (risos). Acho que isso tudo está em construção. Todos esses festivais toquei no máximo às 16h e internacionalmente estamos fazendo esse trabalho de formiguinha, aos poucos dominando.
Meu objetivo tem sido consolidar um público de porte médio nacional e internacional, um público verdadeiro e atento. Isso acho que estamos conseguindo. Digo no plural pois acho que foi a nova estratégia desse lançamento. Minha, do meu empresário Santiago Perlingeiro e do Selo Risco. Daí o desejo é parcerias com labels do Japão e Europa também.
Você sente que já se consolidou no mercado? Tem intenção de caminhar mais em direção ao mainstream do que atualmente?
De jeito nenhum (risos). As contas ainda são incertas. Aquela conta de tudo que entra sai. Não sobra poupança, minha poupança sempre foram meus discos.
A intenção é conseguir fazer artisticamente o que eu quero com qualidade, querendo ganhar dinheiro e remunerando todos os artistas que trabalham na equipe com respeito financeiro. E a mim também.
CoMA no Correio
Ao longo do mês de julho, o Correio fará, nos meios on-line e impresso, um passeio entre as atrações do Festival CoMA, contando um pouco sobre a história dos artistas, relação com a capital e as expectativas para os shows no festival.
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