Inaugurado em 1974, o Espaço Cultural Renato Russo, da 508 Sul, chega aos 50 anos com uma programação que celebra a diversidade e a produção cultural do Distrito Federal. A festa teve início ontem e segue até dia 18 de agosto com apresentações de espetáculos de teatro, dança e música criados por artistas da cidade. Responsável pela programação, Márcio Menezes, do Instituto Janelas da Arte, Cidadania e Sustentabilidade, administrador do espaço nos últimos 2,5 anos, diz que um dos objetivos foi reunir expressões artísticas que sejam um retrato da cena cultural da capital. "Meio século é uma data muito simbólica em uma cidade muito nova e de um equipamento cultural que é um dos mais queridos do DF", diz, ao lembrar que o espaço foi responsável pela formação expressiva de artistas da cidade ao longo desses 50 anos. "Muitos artistas se formaram e começaram sua jornada por aqui, então a gente acredita que é importante celebrar convidando a comunidade artística e em geral para tratar esse equipamento cultural como algo de extrema importância para nossa capital."
A programação de hoje começa às 11h com a inauguração da Fanzinoteca na Musiteca Gibiteca. À tarde, é a vez de Zé Regino realizar o Concerto Palhaçaria para bebês, que também está na programação de amanhã. Hoje, o Circo dos Irmãos Saúde ocupa a praça central do espaço depois de uma sessão de Cantação de histórias. A partir das 18h, a Sala Marco Antônio Guimarães recebe a Mostra de Cinema Olhares sobre Brasília, com filmes realizados na cidade. À noite, o tempo é de dança, com apresentações de Kastelar e da Extensão Frevar, além do espetáculo Inabitável, da Cia. Pele, no Teatro Galpão Hugo Rodas. Amanhã, o grupo Pé de Cerrado toma conta da Praça Central e a Sala Marco Antônio Guimarães recebe o espetáculo Pedaços de Maria.
Outros grupos simbólicos da cidade também estão na programação dos próximos fins de semana. O Udigrudi retorna ao Renato Russo com ConSerto, criado a partir de instrumentos musicais muito particulares. O grupo, vale lembrar, nasceu no espaço e lá começou a gestar o Cano, com o qual obteve projeção internacional. Marcelo Beré, um dos criadores do Udigrudi, também foi coordenador do Renato Russo nos anos 1990. Na próxima semana, a Agremiação Teatral Amacaca (ATA) leva para o Teatro Galpão Hugo Rodas o emblemático Os saltimbancos. "Hugo Rodas, que dá nome ao teatro, montou, no início da jornada do Espaço Cultural Renato Russo, Os saltimbancos. E 50 anos depois, o espetáculo continua vivo e sendo apresentado na cidade", repara Menezes.
A música também tem um lugar especial na programação, com apresentações da Pé de Cerrado, da Orquestra Alada e da Orquestra Popular Marafreboi. Célia Porto vai cantar Legião Urbana e Plebe Rude e Distintos Filhos vão lembrar o movimento do rock e a importância do espaço para o gênero. "De alguma maneira, a programação reflete a história do espaço. A gente procurou trazer essa diversidade de linguagens da maneira mais vertical possível para contemplar todos os públicos. E o espaço está num local do berço do que foi Brasília, então a gente tentou abarcar de tudo um pouco para fazer um panorama cultural da nossa cidade", avisa Márcio Menezes.
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