Música

Pianista brasileira faz recital em comemoração à Revolução dos Cravos

Inês FIlipe traz para o Auditório Camões, na Embaixada de Portugal, repertório com compositores portugueses

Pianista portuguesa Inês Filipe -  (crédito: Fotos: Ares Soares e Divulgação)
Pianista portuguesa Inês Filipe - (crédito: Fotos: Ares Soares e Divulgação)

Investir no que não está normalmente nas salas de concerto brasileiras também é uma das propostas de Inês Filipe, que realiza recital na quarta-feira no Auditório Camões, na Embaixada de Portugal. Premiada em seis concursos internacionais, sendo um deles o 17º SIPO Internacional Piano Festival, que tinha no júri Paul Badura Skoda, Inês selecionou compositores portugueses do século 20 cujos nomes são fundamentais para a história da música erudita portuguesa. “A escolha de obras dos portugueses é para tentar divulgar os compositores da minha nação. Foi uma escolha bastante contrastante e fruto do que tenho pesquisado sobre os compositores portugueses, recolhendo obras que nunca foram tocadas e gravadas”, avisa a pianista.

Fernando Lopes Graça é o mais importante do repertório e também o mais ousado. Escreveu centenas de obras para piano e é uma referência da vanguarda portuguesa. “Foi  muito controverso. É difícil as pessoas gostarem e compreenderem porque foi revolucionário, não só teve um papel musical muito importante, mas quebrou barreiras em termos de estilos e de forma musical”, avisa Inês. As dissonâncias e a estrutura musical irregular são algumas das características do compositor, que foi também um militante na luta contra a ditadura de Antonio de Oliveira Salazar. “E como estamos a comemorar os 50 anos da revolução e da liberdade em Portugal, seria impossível não falar dele. Quase todos os espetáculos  em Portugal, este ano, são em torno dele”, conta a pianista, que também incluiu no programa Armando José Fernandes, compositor que atravessou praticamente todo o século 20 e é dono de um estilo mais neoclássico e convencional.

Inês vai tocar ainda obras de Rey Colaço e de Claude Debussy, incluindo os prelúdios que acabou de gravar em disco dedicado ao compositor francês. “Escolhi Debussy porque é o que tenho trabalhado mais ao longo dos meus estudos. Esses prelúdios são todos muito contrastantes, com diferentes caráteres e sentimentos que simbolizam diferentes coisas”, explica.

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postado em 05/08/2024 10:20 / atualizado em 05/08/2024 10:20
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