A escritora irlandesa Edna O'Brien, conhecida pela sua literatura rebelde e feminista, morreu no último sábado (27/7) aos 93 anos, anunciaram neste domingo seu agente e sua editora. O'Brien morreu "tranquilamente no sábado, 27 de julho, após uma longa doença", segundo uma mensagem da sua agente Caroline Michel e da sua editora, a Faber, publicada na conta na rede social X desta última.
"Edna O'Brien foi uma das maiores escritoras do nosso tempo", pois "revolucionou a literatura irlandesa, captando a vida das mulheres e as complexidades da condição humana em uma prosa luminosa e simples", acrescenta em mensagem.
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O Presidente irlandês, Michael D Higgins, descreveu-a como "uma das escritoras mais excepcionais dos tempos modernos" e prestou homenagem em uma declaração, na qual afirmou que O'Brien era uma autora dotada de "coragem moral para confrontar a sociedade irlandesa com realidades ignoradas há muito tempo".
O seu primeiro romance, "The Country Girls" (1960), sobre a iniciação sexual de meninas católicas, baseado em sua experiência pessoal, foi um marco na literatura irlandesa moderna por romper tabus sexuais e sociais.
O livro foi banido das livrarias de Dublin e, por vezes, queimado por "falta de religião e pornografia". Os seus seis livros seguintes tiveram o mesmo destino.
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Em cerca de vinte romances, a irlandesa retrata seu país como violento e atrasado. Com sua linguagem crua e lírica, investiga a intimidade das mulheres sacrificadas por uma educação que ela considerava repressiva e medieval.
O'Brien nasceu em 1930 no seio de uma família rural católica rigorosa do condado de Clare, no oeste da Irlanda. Foi educada num colégio conventual e depois mudou-se para Dublin, onde se licenciou em Farmácia em 1950 e se apaixonou por escritores como Leo Tolstoy, Francis Scott Fitzgerald e T.S. Eliot.
Em 2018, O'Brien ganhou o prestigiado prêmio Nabokov da PEN americana por romper as "barreiras sociais e sexuais para as mulheres na Irlanda e em outras partes do mundo".
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