Cinema

Uma questão de vocação se revela em dois documentários

Religião e música dão a base para os longas 'Votos' e 'Fausto Fawcett na cabeça', ambos em cartaz na cidade

Vidas em mosteiros e abadias podem ser um mistério completo, especialmente para quem não tem por costume o culto a grandes devoções e entregas religiosas. Foi a partir dessa premissa que a diretora carioca Ângela Patrícia Reiniger se dedicou ao documentário Votos, vencedor do Denver Movie Awards e exibido na 46ª Mostra de São Paulo.

Corroteirizado por Daniella Machado e Ângela Patrícia Reiniger, o longa trata do compromisso perpétuo abraçado com a conversão de costumes, ato não muito comum na contemporaneidade. Prosperar entre traços de pobreza, castidade obediência e estabilidade está na meta de muitos dos entrevistados. Formada PUC, vale a lembrança, Ângela Patrícia Reiniger é ex-produtora da MTV e traz no currículo Três irmãos de sangue, primeiro longa dela (produzido há 19 anos).

Noutra estreia em Brasília, Fausto Fawcett na cabeça, o campo é bem diferenciado, em relação à calmaria do longa-metragem Votos. Depois dos longas Betinho, a esperança equilibrista e As aventuras de Agámenon, o repórter, o diretor Victor Lopes apresenta o documentário Fausto Fawcett na cabeça. No longa, ele traz o que chama de "uma ópera doc" de contornos futuristas.

Premiado no Fest Aruanda, festival paraibano de cinema com filmes de projeção nacional, o título avança nas inquietações letras musicais do autor de sucessos entre os quais Rio 40 graus e Kátia Flávia. Criador alinhado à amiga Fernanda Abreu, Fawcett tem na produção escrita cinco romances. O chamado "filme-transe", nos cinemas, trata disso também.

 

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