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Lobão: Sony Music relança álbum acústico de 2007 com faixas bônus

'Acústico (Deluxe)' é o 14º título da discografia do roqueiro brasileiro

O cantor e compositor Lobão teve parte expressiva de sua obra revista no CD Acústico, em 2007, gravado para um programa de televisão, incluindo ainda duas canções inéditas até então. Trata-se de um apanhado saboroso para velhos fãs e essencial para que as novas gerações travem contato com algumas das canções mais interessantes de sua lavra.

À época agraciado com um Grammy Latino de Melhor Álbum de Rock Brasileiro, o mesmo chega agora aditivado às plataformas de streaming, numa ação do departamento de Estratégia de Catálogo da Sony Music. O lançamento dá prosseguimento ao Projeto de digitalização do catálogo – PDC, da gravadora, que visa liberar e disponibilizar produtos de áudio, incluindo discografias completas de seus artistas e ainda álbuns e raridades de seus arquivos; digitalização e masterização dos áudios originais (em grande parte dos casos, a partir do tape original); digitalização, “escaneamento” e restauração dos materiais gráficos originais.

O diferencial em relação a este álbum de Lobão, que foi reintitulado Acústico Lobão (Deluxe), é que ele faz parte de uma ação da gravadora chamada Projeto #TBT, inserida no referido projeto de digitalização do catálogo, que consiste no relançamento dos CD’s originais de seu acervo, porém com a inclusão dos áudios das faixas que haviam sido lançadas anteriormente somente nos DVDs dos respectivos projetos, ou seja, que não haviam sido incluídas nos CD’s até então.

Tal projeto foi iniciado em agosto de 2023 e, até o momento, já teve 13 produtos originais “aditivados”, disponibilizando 74 novas faixas nas plataformas digitais, diluídos em 13 produtos.

Todos eles ganharam o sufixo Deluxe no título. Artistas do sertanejo (Bruno & Marrone e Diego & Victor Hugo), do pagode (Turma do Pagode), da MPB (Zé Ramalho) e do rock já entraram nesse novo formato. Neste último caso, primeiramente o grupo Capital Inicial e agora Lobão.

O Acústico (Deluxe), 14º álbum dos 18 da carreira de Lobão, chegou ao mercado nesta quinta-feira (18), em pleno Mês do Rock, em todas as plataformas digitais, com três faixas a mais em relação ao produto original.

O repertório é um passeio pelas diversas fases de sua carreira. Após ser baterista de algumas bandas importantes, como Vímana e Blitz, ele foi lançado em carreira solo no ano de 1982, com o LP Cena de Cinema, mas foi estourar mesmo dois anos depois, com o disco Ronaldo foi pra guerra, de seu grupo Lobão e os Ronaldos, que emplacou nacionalmente a autoral Me chama e Corações psicodélicos (dele, com Bernardo Vilhena), ambas revividas neste Acústico, bem como o “lado b” Bambina (dele, com Alice Baster Barros e Bernardo Vilhena).

Ainda com seu antigo grupo, viria o sucesso Décadence avec Élégance, gravada em compacto simples em 1985, que ele reviveu algumas vezes, uma delas neste projeto. Do álbum seguinte, O rock errou (1986), que trazia uma capa polêmica, com ele vestido de padre, ao lado de sua companheira à época, Daniele Daumerie, nua, temos a romântica Noite e dia (dele, com Júlio Barroso, do grupo Gang 90, que já a havia gravado, bem como Marina Lima, que a lançou pouco antes, em 1982), Canos silenciosos (com Bernardo Vilhena), sobre a invasão de policiais numa festa regada a sexo, drogas e rock’n’roll, e ainda a antológica Revanche, outra com Vilhena, que só havia saído no Acústico em DVD.

Esta balada que estourou nas rádios à época de seu lançamento trazia um retrato melancólico da sociedade desigual e pequeno-burguesa que habita as grandes cidades: “E se tudo deu errado / Quem é que vai pagar por isso?”.

Lobão: problemas com a justiça e sucesso de álbum ao vivo

Após ter cumprido pena de três meses de prisão por porte de maconha no auge da carreira, fato amplamente discutido na mídia de então, ele voltava com o visceral LP Vida Bandida (1987), revivido neste álbum ao vivo, porém, em canções mais brandas, como a sua debochada parceria com Arnaldo Brandão e Tavinho Paes, Blá, blá, blá… Eu te amo (Rádio Blá) (“Ela adora me fazer de otário / Para entre amigas, ter o que falar”), e a bucólica Chorando no Campo, com Vilhena, outra que só havia saído anteriormente em DVD.

De Cuidado! (1988), foi pinçada Por tudo que for, outra com Vilhena, e de Sob o sol de parador (1989), a balada pop Essa noite não, dele com parceiros bem diversos como Vilhena, Daniele Daumerie e o futuro presidente da Mangueira, Ivo Meirelles.

A letra cortante, em contraste com o ritmo calmo e a melodia dócil, disparava: “A maior expressão da angústia / Pode ser a depressão / Algo que você pressente / Indefinível / Mas não tente se matar / Pelo menos essa noite não”.

Ouça o álbum:

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