Um samurai, 4 aldeões, uma sacerdotisa em apuros. Apesar de soar como um filme de ação japonês, esse é apenas o começo de quase todas as fases de Kunitsu-Gami: Path of Goddess, o mais novo lançamento da Capcom. Os Coléricos, monstros do plano espiritual, invadiram a montanha Kufaku, numa luta para livrar a montanha das criaturas, a sacerdotisa Yoshiro invoca o protagonista Soh, um espírito guerreiro que dança com sua espada que consegue derrotar os monstros, 11 entidades maiores se espalharam pela montanha aterrorizando as vilas e cabe a dupla libertá-las.
Proteja e Purifique
O gameplay do jogo talvez seja seu maior atrativo, fora estilo visual que entrarei em detalhes em breve, Soh funciona como um samurai tradicional com seus golpes de espada, e o combo das suas habilidades da dança, funcionando como um ataque fraco e um ataque forte, alternando os botões podemos fazer combos com Soh que sucedem mais golpes, também tendo um botão de defesa, esquiva e uma habilidade especial, no melhor estilo Hack ‘n’ Slash que a Capcom é experiente. Quando adentramos uma vila nova, vemos que a corrupção aprisionou os aldeões que moravam ali, então Soh deve purificá-los e dar uma função a cada um, essa parte permite que o jogador escolha uma classe para cada aldeão, que tem um leque de combatentes, como O Arqueiro, O Lenhador, mas também temos classes com papeis diferentes como Ascético, uma espécie de mago, que congela o inimigo por alguns segundos e o Ladrão, que consegue achar tesouros pelo mapa para receber mais pontos ou provisões,os quais são os itens de cura do jogo. Essas funções podem ser alteradas a qualquer momento do jogo, mas apenas se o jogador tiver uma certa quantidade de pontos disponível, mesmo assim, não deixa de ser bom, já que em muitos momentos é preciso redefinir sua estratégia.
O jogo funciona com um sistema de dias, dividido em duas fases, isso para todos os vilarejos, a primeira da manhã, onde Soh deve libertar os aldeões presos pela corrupção e atribuí-los alguma função, destruir e purificar os rastros da corrupção na área e, caso você encontre todos, o jogo até te oferece um bônus para ajudar, dando um novo item que pode ser equipado antes da fase. Assim que purificamos algum rastro da corrupção ganhamos mais pontos que servem tanto para diversificar as classes utilizadas no seu time ou para abrir o caminho para Yoshiro, que inclusive, o nível só se encerra quando a sacerdotisa chega ao final do caminho e purifica ela mesma o portão Torii corrompido pelos Coléricos, mas óbvio, nada é tão simples ou fácil.
A segunda fase é a noite, depois que o tempo passa, os Coléricos surgem no mapa, esses que tem vários tipos, alguns voadores, outros mais agressivos e dependendo do nível até versões enormes das criaturas. Nesse momento o jogo se torna um leve RTS (Real Time Strategy ou Estratégia em Tempo Real) com Soh tendo que comandar suas tropas para derrotar os Coléricos, posicionar melhor os arqueiros, colocar os Lenhadores e os Ascéticos a frente para lutar diretamente contra os monstros e dessa forma defender Yoshiro, que nesse momento se torna alvo desses monstros, com todos indo na direção dela para impedir que ela purifique o portão. Yoshiro, recebe uma barra de vida que se chegar ao fim durante a noite, o nível falha, e uma nova partida deve ser começada, ela não é a única, os aldeões também possuem uma quantidade de vida, que pode ser curada pelas provisões e caso chegue a zero o aldeão volta para o casulo corrompido e só pode ser liberto na próxima manhã. Por fim, Soh também tem uma barra de vida que se zerada, assume uma forma espiritual e deve perambular, pelo mapa, até um certo tempo, quando pode finalmente retornar do mundo espiritual e combater novamente, só que com apenas metade da vida. Esse estado de alma flutuante impede muitas coisas, desde atacar até comandar os seus personagens e é muito uma punição do jogo por você morrer, mas considero isso excelente, porque ele estimula a ser cuidadoso e montar estratégias eficazes para combater as ondas de Coléricos.
Caso você tenha conseguido fazer tudo que queria na fase da manhã, o jogo permite que você acelere o tempo e passe direto para a parte noturno do combate. Isso vale também para a seleção de itens e níveis que o jogo deixa você acelerar o cursor, um recurso estranho, mas eu pessoalmente não recuso.
Reconstruir
Depois que um vilarejo é salvo das criaturas, Soh deve reconstruir os lugares atingidos, assim, o espírito indica alguns aldeões para reconstruir templos e limpar escombros. Essas tarefas são finalizadas assim que você retorna de outra missão, elas não podem ser terminadas se você tentar passar o tempo na aldeia, acredite, eu tentei.
As melhorias nos seus personagens de apoio podem ser feitas nessas bases purificadas, Yoshiro monta uma tenda lá e Soh pode requisitar algumas coisas, esses upgrades são feitos com um ponto especial, recompensados com as tarefas concluídas, dessa maneira, podemos melhorar golpes e habilidades das funções, selecionando a máscara específica e comprando seu novo poder.
Além disso, a tenda de Yoshiro, deixa você salvar o jogo, equipar dois bônus para auxiliar no combate e trocar seu especial. E você pode retribuir a ajuda dela oferecendo alguma comida da culinária japonesa para ela se deliciar.
Outras Mecânicas
Conforme o jogo vai avançando, novas mecânicas são adicionadas tanto para auxiliar suas táticas e estratégias, quanto para atrapalhá-las. Um exemplo rápido são os carpinteiros que aparecem um pouco a frente, que podem ser designados para criarem barreiras mágicas, impedindo alguns Coléricos de irem diretamente até Yoshiro, essa fase de preparo é essencial ficar atento para qualquer coisa que possa auxiliar seus comandos na batalha contra as criaturas.
Outra mecânica que pode exemplificar como o jogo vai ficando mais desafiador, são as lanternas em um dos níveis é um vilarejo localizado dentro de uma caverna, e os aldeões só conseguem atacar nas regiões no qual a luz cobre, então na fase de preparação, você deve acender o máximo possível ou para aumentar a dificuldade pode arriscar lutar contra as criaturas no escuro.
Uma que muda o estilo de jogabilidade e uma fase em que Yoshiro é capturada, desencarnando Soh, que se torna um espírito e não pode lutar diretamente contra as criaturas, restando para você que gerencie os demais guerreiros para derrotar os Coléricos e libertar a sacerdotisa das criaturas.
As Máscaras
Para conseguir mais máscaras, temos que derrotar os 11 monstros ao longo da montanha através das lutas de chefe, que aqui são batalhas a parte, mantendo o objetivo principal de defender Yoshiro, mas com um adicional, nesse modo você pode mandar todos ou defenderem a sacerdotisa, ou atacarem a criatura, mas cuidado, os chefes ainda invocam Coléricos nas batalhas para atingir Yoshiro enquanto você está ocupando lutando contra ele.
Ao fim dessas lutas, ganhamos uma nova máscara que adiciona uma nova classe para o jogador designar ao aldeão e como dito anteriormente, cada uma tem atribuições diferentes, e cada vez que uma nova é adicionada, a ansiedade de testá-la em campo de batalha cresce.
Ukiyo-e vivo
Eu, como bom apreciador da cultura nipônica, consumo muito conteúdo baseado na mística e mitologia do japão, e geralmente esse material só sai do oriente para cá porque tem algum apelo com o público ocidental, (ou a gente se apropria também; vide O Último Samurai). Mas mesmo com esse contato eu mal via a arte tradicional em si, e no Japão existe um estilo chamado Ukiyo-e (Traduzindo seria pinturas do mundo flutuante) que é um estilo de xilogravura do país, o quadro mais famoso desse gênero, A grande onda de Kanagawa, de Hokusai, mostra o poder da natureza a fluidez que o estilo traz, além de repetir elementos fantásticos em coisas mundanas, assim como faz uma “caricatura” das pessoas que aparecem nesse estilo.
Esse é o estilo artístico adotado pela direção de arte em Kunitsu-Gami: Path of Goddess é um Ukiyo-e vivo que desenha a história como uma canção ou uma peça do teatro Kabuki. Isso foi o primeiro atrativo para mim desde o primeiro trailer do jogo, as cores são um destaque na obra, que parece uma tela da xilogravura viva, para mim isso trouxe sentimentos ótimos, já que a única vez que tive contato com esse estilo foi em Okami, um jogo de aventura onde você controla um lobo com um chicote nas costas, também da Capcom, e que muitos chamaram na época de Zelda de PlayStation, e já foi confirmado que cosméticos de Okami vão fazer parte de Kunistu-Gami, o que me parece um casamento perfeito, além desse micro-retorno de um clássico da era do PS2. E não tô querendo levantar rumor nenhum, mas tá na hora da Capcom dar mais uma chance para Okami também.
Considerações Finais
Com uma premissa simples, uma gameplay misturando dois gêneros muito distintos e o seu estilo único de arte, Kunitsu-Gami é um primor de jogabilidade, as mecânicas adicionais tornam a experiência mais e mais desafiadora, obrigando o jogador a se adaptar às adversidades e formular uma estratégia eficiente para proteger Yoshiro e defender a montanha Kafuku, as adições de classes conforme as lutas de chefe, criam uma vontade de re-jogar níveis anteriores para utilizar as novas adições e tentar concluir os desafios bônus que o jogo pede.
Kunitsu-Gami é uma boa pedida para os fãs de jogos Hack ‘n’ Slash, samurai e de estratégia, conseguindo balancear todos esses elementos com um gameplay diversoque evolui mecanicamente, e ainda consegue ser desafiador e convidativo. Kunitsu-Gami: Path of the Goddess chega em 19 de julho para PC PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One e Xbox Series X|S.
*Esta análise foi feita com uma cópia envia pela Capcom para PlayStation 5
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