TELEVISÃO

"Um masterclass diário", afirma Guthierry Sotero, sobre No Rancho Fundo

Em sua primeira novela como elenco fixo, Guthierry Sotero, o Nastácio de No Rancho Fundo, relembra passagens por Amor de mãe e Vai na fé e exalta parcerias de cena com os veteranos Andréa Beltrão, Alexandre Nero, Du Moscovis e Debora Bloch

Guthierry Sotero, ator -  (crédito: Márcio Farias/Divulgação)
Guthierry Sotero, ator - (crédito: Márcio Farias/Divulgação)

Guthierry Sotero começou a sua carreira artística em 2019, através da cultura hip hop, no slam e no rap. No mesmo ano, entrou para o teatro, fez a sua primeira peça, chamada Enquanto respirar, no Centro de Artes da Maré. Sua estreia no audiovisual foi quando interpretou Bruno na série Tudo igual… SQN,  primeiro projeto da Disney no Brasil. Ele emendou na televisão, com participações nas novelas Amor de mãe (2020) e Vai na fé (2023), da Rede Globo, onde também atuou no filme Ritmo de Natal. Atualmente, Guthierry integra o elenco de No Rancho Fundo, com papel fixo, dando vida a Nastácio, um dos filhos dos protagonistas vividos pelos veteranos Andréa Beltrão e Alexandre Nero, e aguarda a estreia da série Veronika, do Globoplay, em que defende o protagonista Rodriguinho na fase jovem. 

Entrevista | Guthierry Sotero

Como se preparou para este papel na novela das 18h?

Eu fui convidado para testar enquanto rodava o longa Ritmo de Natal, o filme dos Estúdios Globo. Então, fui alternando entre a rotina de gravação do filme com teste que recebi (que já era em cima) para poder estudar o que seria o Nastácio e o Maikon ao mesmo tempo. Foi uma loucura boa e um desafio maravilhoso. Lembro que ouvia 24h as poesias do Bráulio Bessa, cordéis e fiz ligações para amigos nordestinos para entender mais a musicalidade e me sentir mais confortável durante o teste, essa troca com eles foi fundamental para eu me sentir bem. 

Quais são as semelhanças entre ator e personagem?

Nós temos o defeito de querer agradar os outros, ainda que isso nos faça mal em algum momento, o amor pela família, a religiosidade, o gosto pelo trabalho, a vontade de dar orgulho a quem amamos, o jeito atrapalhado no amor e também em não saber reagir ao flerte de alguém. A semelhança que eu queria muito que tivéssemos é essa relação próxima com os irmãos, quando tenho cenas com os irmãos eu aproveito demais e vou aos poucos curando os meus traumas.

Como tem sido gravar com Andréa Beltrão e Alexandre Nero?

Tem sido um aprendizado único. Eu fico apreciando cada movimento deles e me sinto muito agraciado de ter esse privilégio de contracenar com os dois, não só eles, mas também outros gigantes como Mariana Lima, Débora Bloch, apesar de não contracenar tanto, vejo o Du Moscovis de perto também e o monstro que é o Welder Rodrigues. Tem sido um masterclass diário aprender com eles, o Nero é generoso demais e a naturalidade que ele encontrou o Seu Tico Leonel me impressionou muito no início das gravações, eu lembro de ficar meio que "fingindo costume" até ver a primeira cena dele com a gente, aí no final da cena eu disse: "É, eu estava fingindo costume, mas depois de hoje é impossível, você é muito bom!" Ele me abraçou, agradeceu e a gente riu da situação. A Andrea é uma das maiores atrizes que esse país já viu e a simplicidade dela é algo fora da curva. Nas últimas semanas, eu perguntei a ela:  "Quando foi que você se olhou no espelho e disse 'é, eu sou fod@!?". E ela respondeu, com uma elegância e humildade que, ali, eu entendi o porquê ela é essa referência para todos nós. Ela está sempre disposta a aprender com todo mundo, dá dicas de atuação, de vida, alguns conselhos… Eu realmente sou muito grato e estou feliz demais com esse projeto. 

E a parceria em cena com os Igors (Jansen e Fortunato) que fazem os irmãos dele?

A gente se aproximou de uma forma muito natural desde o início da preparação, a gente marca de sair junto, eu jogo bola com o Jansen pelo menos duas vezes na semana, a gente se encontra nos sambas da vida também. Temos realmente uma relação de irmãos, desde demonstrar afeto dizendo que ama até o momento de encher o saco dentro e fora do set. Sou feliz demais pelos parceiros que tenho e pela troca com eles, são atores talentosíssimos e muito generosos, me ajudaram muito na questão do sotaque também e hoje a gente brinca que eles me ensinam a musicalidade nordestina e eu mostro pra eles o "carioquês". 

E o que mudou na abordagem pública de Vai na fé para cá?

Acredito que ainda tem muito vestígio de Vai na fé, isso é inevitável, mas a abordagem tem sido grande, assim, eu não sou de sair tanto, porém, sempre que saio alguém fala comigo. O que eu senti foi um público com mais idade e predominantemente nordestino, a novela tem ido muito bem e eu estou em êxtase com esse carinho e afeto do público, visto que é um horário um pouco difícil, é a hora da volta do trabalho, mas tem sido lindo trocar com as pessoas nas rua.

 


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postado em 28/07/2024 08:00 / atualizado em 28/07/2024 16:47
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