O presidente Luiz Inácio Lula da Silva presenteou o Papa Francisco com uma obra do artista pernambuco J.Borges — que faleceu na manhã desta sexta-feira (26/7). O quadro foi dado ao pontífice em junho do ano passado durante uma reunião no Vaticano.
A obra que o Papa Francisco recebeu é intitulada Jesus, Maria e José, a sagrada família e retrata Jesus como uma criança, ao lado dos pais José e Maria, sob um céu estrelado.
Lula lamentou a morte de J.Borges, lembrou o legado do artista e disse que se sentiu feliz por poder levar a obra do pernambucano ao pontífice.
"Nos despedimos hoje de José Francisco Borges, o J. Borges, um dos maiores xilogravuristas do país. Autodidata, começou a trabalhar muito cedo no agreste pernambucano. Fiquei muito feliz de poder levar sua arte até o Papa. Meus sentimentos aos familiares, amigos e admiradores deste grande artista do nosso país", afirmou o petista.
Nos despedimos hoje de José Francisco Borges, o J. Borges, um dos maiores xilogravuristas do país. Autodidata, começou a trabalhar muito cedo no agreste pernambucano. Fiquei muito feliz de poder levar sua arte até o Papa. Meus sentimentos aos familiares, amigos e admiradores… https://t.co/5SExOpaD6T
— Lula (@LulaOficial) July 26, 2024
O artista e poeta J.Borges morreu na manhã desta sexta, aos 88 anos. Ícone da xilogravura, ele morava em Bezerros, no Pernambuco. O velório de J. Borges está marcado para a tarde desta sexta-feira (26/7) no Centro de Artesanato de Pernambuco. O sepultamento será no sábado, no Cemitério Parque dos Eucaliptos.
Segundo o governo de Pernambuco, o artista nasceu no Sítio Piroca, zona rural de Bezerros, município do Agreste Central, no dia 20 de dezembro de 1935, e foi por meio das histórias contadas na hora de dormir pelo pai, o agricultor Joaquim Francisco Borges, que José Francisco Borges, o mestre J. Borges, entrou para a poesia de cordel.
Em 1964, estimulado pelo poeta e amigo Olegário Fernandes, o pernambucano escreveu o primeiro folheto, O Encontro de Dois Vaqueiros no Sertão de Petrolina, com capa ilustrada pelo mestre cordelista e xilogravurista José Soares da Silva, conhecido como Dila.
A xilogravura produzida por J.Borges ganhou projeção a partir dos anos 1970, quando os artistas plásticos José Maria de Souza e Ivan Marquetti encomendaram as primeiras gravuras em grande formato, tendo como temática o folclore nordestino.
Ao longo de mais de 50 anos de trajetória artística, J.Borges produziu 314 folhetos de cordel e um número incalculável de xilogravuras já expostas em diversos museus, como o Louvre, na França, o de Arte Popular do Novo México, em Santa Fé (EUA), o de Arte Moderna de Nova York e a biblioteca do Congresso norte-americano, em Washington
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