Crítica // Como vender a lua ★★★★
Foi em 2016 que a dupla de queridinhos da América, Jennifer Lawrence e Chris Pratt estrelaram a ficção científica Passageiros (2016), num relativo fracasso de arrecadação, depois de US$ 110 milhões de investimento. Agora, num novo filme, Como vender a lua, na escala de produção similar, e com os pés muito mais no chão (ainda que com a mesma lua no coração), são os astros Channing Tatum e Scarlett Johansson que abraçam a bem representada emoção dos americanos inseridos no núcleo duro da Nasa e que viram o homem conquistar o espaço, em 1969.
Entre a exuberância da encenação dos bastidores do cinema cravada, recentemente, pelo diretor Damien Chazelle, no longa Babilônia, e um filme evento de corrida espacial, ao estilo de O primeiro homem (do mesmo Chazelle), o diretor Greg Berlanti comanda Como vender a lua detido no amor e ódio alternado pelos personagens de Tatum e Johansson; ele, o diretor de lançamentos espaciais Cole, e ela, Kelly, uma mistura de relações públicas e publicitária arrebanhada pela Nasa. Incansável, ela estrutura campanhas de cereais, de venda de roupa íntima e de relógios, tudo associado à conquista da lua. Cole, noutro extremo, quer estudar, meticulosamente, o desenvolvimento da missão Apollo 11. Um trauma profissional sufoca Cole.
Obcecada pelo aproveitamento (e pelo fracasso) de missões da Nasa, Kelly fará Cole, a contragosto, engolir "ordens do topo do topo". Em cena, muito "pega fogo", no embate entre o provável casal. "Senti algo entre nós", detecta Kelly, a dado momento. No papel do invocado Moe, Woody Harrelson serve como intermediário entre Kelly e os governos de Lyndon B. Johnson e Richard Nixon.
Outros coadjuvantes de destaque são Henry (Ray Romano, de O irlandês), colega próximo a Cole e Lance (Jim Rash), nada menos do que um exótico cineasta destacado para contornar um possível erro na transmissão lunar, criando um cenário "idêntico" ao da lua, a fim de ludibriar milhões de telespectadores, numa possível "versão alternativa" para a chegada à lua. Num jogo que mescla humor, ciência, religião e pesadelos logísticos ancorados à difusão da chegada do homem à lua, o diretor Greg Berlanti faz decolar um filme romântico e inesquecível, coroado pela presença de um gato preto em cena.
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