Nesta quinta-feira (13/6) será realizado o lançamento do livro A Passageira, de Lorena Martins, na livraria Platô. O livro de poesia conta a história de um alguém que sempre está em movimento. Um corpo que se desloca, assim como a autora. “Eu gosto de pensar que o corpo é o lugar, um continente de experiência. É a partir desse corpo que você transita, vê o mundo e sente. E eu só posso escrever a partir desse corpo, assim como criar esse sujeito lírico a partir do meu corpo, né?”, conta a escritora.
O livro é dividido em quatro partes: a primeira, Travessia, retrata a atmosfera do medo que vem na pandemia e agora dos desastres naturais causados por uma crise climática e das guerras em Gaza e na Ucrânia. A segunda, Transatlântico, é uma espécie de confluência entre duas personagens que estão em trânsito. “Nessa parte, me vem a imagem de um corpo em deslocamento, que viaja, que transita e a partir da experiência se produz do que é passageiro, né? De estar de passagem por aqui, pelos lugares, pela vida mesmo”, explica.
Já na terceira parte, Trânsito, a autora fala sobre memórias, encontros e partidas que teve ao longo de suas vivências. Na quarta e última parte, Terra, é retratada a relação da autora com Brasília. Lorena voltou à cidade em 2021, depois de dez anos no exterior. “Foi muito impactante chegar naquele momento, com questões políticas e históricas tão marcantes. Para mim foi muito difícil”, diz. “E se você for observar, os capítulos são todos meios de deslocamento, né? Trânsito, travessia. E por fim, terra, que é quando eu aterrisso no Brasil, que é a minha terra, quando eu volto, que é a parte final.”
Nascida no Rio Grande do Sul e criada em Porto Alegre, a escritora é formada em Letras pela UFRGS e mestre em escrita criativa pela PUCRS. “Eu comecei a escrever na adolescência, porque esse sempre foi o meu maior lugar de expressão. Publiquei meu primeiro livro com 29 anos, mas sempre escrevi e trabalhei com texto. Acho que sempre teve esse amor pela leitura, um amor pelos livros mesmo”, conta.
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Atualmente mora em Buenos Aires, mas já morou no Irã, Roma, Estônia e agora retorna a sua terra, o Brasil, e passa por Brasília, que usa como inspiração para sua escrita. “É uma cidade que simplesmente impacta muito. Não só pela sua arquitetura, mas por sua beleza e energia”. No histórico de lançamentos, tem “água para viagem” (2011) e “Corpo continente” (2019), e agora em 2024 lança a terceira obra, " A Passageira”, desenvolvida no período de 2020 a 2023.
Gaúcha de nascença, a autora destaca que estarão sendo recebidas doações de artigos de higiene para mulheres desabrigadas pelas chuvas no Rio Grande do Sul. “Está sendo um momento muito drástico. Eu sendo de lá, mas não morando lá, me senti muito impotente, me senti muito triste também por ver as pessoas que estão lá, os amigos, a minha família e toda a população sofrendo.”, Lorena chegou a repensar o lançamento do livro nesse momento por conta do momento de desastres, mas chegou a outra conclusão. “Eu pensei: ‘não, o livro tá na sua hora, né?’ Tem um livro do senador Luciano Zerissimo que se chama ‘Poesia numa hora dessas?’ e aí eu me questionei, né? Poesia numa hora dessas, eu acho que é numa hora como essa que talvez a gente precise mais.”
Serviço
A Passageira
DE Lorena Martins. Nesta quinta-feira, a partir das 19h, na Livraria Platô (CLS 405 – Bloco B). Entrada franca.
*Estagiaria sob a supervisão de Severino Francisco
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