A segunda edição do projeto Dona Imperatriz promoveu durante quatro meses um ciclo formativo gratuito para mulheres do mercado cultural no primeiro semestre de 2024. Para encerrar em celebração a formação dessas mulheres pretas, periféricas e LBTs, o projeto promoverá um baile em Taguatinga no dia 22 de junho.
Com entrada gratuita e aberto ao público, o evento final oferecerá oficinas nas áreas de elaboração de projetos, audiovisual e marketing. Também haverá uma roda de conversa sobre o impulsionamento artístico feminino. A programação musical contará com a participação de Aqualtune, Julia Nara, Babi, Lis Martins, Ramona Jucá, Thabata Lorena e a Batalha do beco.
A idealizadora do projeto, Thabata Lorena, afirma que a iniciativa partiu da vontade de estruturar as carreiras dessas mulheres para além das redes sociais. As artistas produziam conteúdos nas redes, mas não necessariamente entendiam de registro autoral, produção musical e elaboração de projeto.
“Existe a ideia de que uma carreira solo é uma carreira sozinha. Mas não precisa ser. Os artistas solos podem se apoiar entre si, sem necessariamente estarem no mesmo empreendimento. Também prestigiamos os trabalhos de outras pessoas”, diz Thabata.
Apesar de ser um projeto interseccional, a idealizadora ressalta que é um espaço no qual todos são bem-vindos. Acima de tudo, existe o respeito, e Thabata deseja celebrar a conquista com todo mundo que se sinta convidado.
Durante o ciclo formativo, o rapper Aqualtune, ao lado de outras artistas, teve a oportunidade de gravar cinco composições. As canções produzidas no decorrer do projeto serão lançadas durante o baile de encerramento. Elas também construíram portfólios artísticos e realizaram um ensaio fotográfico para impulsionar a carreira.
Aqualtune explica que o projeto proporciona um profundo autoconhecimento às artistas das mais diversas formas, com formação profissional em várias áreas e aprimorando das ferramentas de trabalho musical.
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“Como pessoa não binária acredito que a inclusão de pessoas pretas LBTs nos dá a possibilidade de nos reconhecer dentro do cenário, nos apoiarmos e principalmente mostrarmos que somos força artística musical dentro dos diversos estilos, em especial do hip hop, que existimos e produzimos sobre diversos temas e vivências, além da violência de gênero e do racismo”, diz o rapper.
Ele enxerga o cenário do hip hop como uma construção das pessoas pretas com uma produção que é majoritariamente consumida por elas. Mas por ser uma indústria extremamente masculina, cis e hetero, existe a dificuldade de ocupar espaços que são próprios por direito. “Se o hip hop é a rua e a periferia, nós, pretos e periféricos LBTs, somos essenciais para a construção desse movimento. Só somos lembrados em edições de ‘diversidade’, ‘especial das mulheres e LGBTs’, cumprindo muitas vezes papel de cota para a cena. Queremos o centro e não mais as sobras”, alega.
Confira a programação completa:
15h - Oficina Elaboração de projetos: apresentação de ferramentas e a importância da ocupação dos espaços institucionais com Lela do Cerrado
15h30 - Oficina de formalização CEAC: A importância do credenciamento para o Cadastro de Entes e Agentes Culturais (CEAC) da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF com Nega Cruz
17h - Oficina Audiovisual, Marketing de guerrilha com Ramona Juca - Coletivo Mercado Sul Vive
18h30 - Recepção
19h - Roda de conversa: Impulsionamento artístico mulheres pretas e LBTs
20h30 - DJs
21h - Apresentações culturais: Aqualtune, Julia Nara, Babi, Lis Martins, Ramona Jucá, Thabata Lorena e Batalha do Beco
Serviço
Baile Dona Imperatriz
No dia 22 de junho (sábado), a partir das 15h, no Mercado Sul (Taguatinga Sul). Entrada gratuita.
*Estagiária sob supervisão de Nahima Maciel
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