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Em entrevista, Paulo Miklos fala sobre os Titãs e o disco ao vivo

Ao Correio, Paulo Miklos fala sobre a turnê dos Titãs, o trabalho no cinema e o mais recente disco ao vivo

 Paulo Miklos se contenta com um pouco de tudo -  (crédito: Lucas Seixas/Divulgação)
Paulo Miklos se contenta com um pouco de tudo - (crédito: Lucas Seixas/Divulgação)

Nos primeiros meses de 2024, uma figura se mostrou recorrente em vários meios da cultura e entretenimento: Paulo Miklos. O ator e cantor estava em turnê com os Titãs, fazendo shows solo e em cartaz com o longa Saudosa maloca. O artista vive uma época atarefada já que divulga há pouco mais de um mês o álbum Paulo Miklos ao vivo e colhe os frutos de todo o trabalho que tem feito.

"O interessante é que a gente vai fazendo os discos, gravando os filmes e quando vê pipoca tudo ao mesmo tempo", diz Paulo Miklos ao Correio. Ele vive uma das épocas mais atarefadas da carreira visto que fez uma turnê por todo Brasil de reencontro dos Titãs, com mais de 48 datas, a maioria lotadas, tocou em média duas horas por noite. Em sequência, começou a divulgação do filme Saudosa maloca, que esteve em cartaz nos primeiros meses do ano. Pouco antes do filme sair do circuito comercial, já estava lançando o disco solo ao vivo e nos finais de semana se apresentava de praças públicas das cidades pequenas a casas fechadas.

Essa intensidade é geral, o cantor diz não saber viver de outra forma. No próprio show com os Titãs cantava, corria pelo palco e, quando parecia que o fôlego ia acabar, pegava um saxofone para tocar as faixas finais. "Eu não sei fazer de outro jeito, é entrega total, assim, e, principalmente, com público bacana. Meu desejo é ser envolvente, arrancar o máximo da galera e entregar algo de qualidade", conta o artista que só  lida com as consequências depois: "Não dou uma segurada em nenhum momento do show, é nos bastidores que o bicho pega. Afinal de contas, tenho 65 anos e não 25".

Miklos organiza cada show pensando no público para o qual vai se apresentar. Os fãs de Titãs em um grande festival são diferentes de quem paga para assisti-lo em uma casa de shows pequena. Por isso, a organização é de tocar o que vai agradar a maior parte do público. "Seja interpretando canções ou mostrando material novo, eu coloco paixão em tudo para fazer todo mundo pular junto comigo", afirma o artista.

Independentemente se for para um estádio ou festival com 50 mil pessoas, em uma praça de uma cidade pequena, ou em uma casa noturna para oitenta lugares, o esforço direcionado é o mesmo. "O combustível é o desejo do público, a presença do público lá, e, sem dúvida, é essa gana, essa vontade de botar as coisas para fora e de poder celebrar junto", reflete.

Camaleônico

O músico entende que por ter feito um pouco de tudo na carreira, espalhou fãs por todas as áreas e isso se reverte no público que o acompanha. "Coisas engraçadas acontecem comigo. O cara que me assistiu no filme do Carrossel quando tinha 13 anos vai ao meu show e lembra que eu fiz aquele papel", aponta o artista.

Porém, ele não atua para aumentar o próprio escopo na música. Apesar de ter a voz como principal instrumento e de ter iniciado todo o próprio processo com os Titãs e na música, Miklos se entende tanto ator quanto cantor. "Eu gosto muito de poder ter essa variação, essa quebra de rotina", observa. "Sair em shows repetir o mesmo show toda noite, embora o público seja diferente, tem um lado maçante. Depois de 45 anos, você já tem vontade de romper com essa lógica", complementa.

Paulo Miklos percebe  na inconstância um lugar que o satsifaz, como um bom ator quer viver várias vidas e processos distintos. "Por isso, gosto tanto de atuar, porque, por excelência, cada projeto de atuação do cinema ou séries de tevê é uma história completamente diferente, é um processo particular e próprio de cada um desses mergulhos em cada personagem", explica.

Novo disco

O mais recente dos lançamentos foi Paulo Miklos ao vivo, álbum que junta os dois álbuns que lançou desde que saiu dos Titãs em 2016. O músico queria de alguma forma registrar o trabalho que vinha fazendo com a banda que o acompanha nos quatro cantos do Brasil e escolheu o espaço intimista da Blue Note de São Paulo. "Esse disco é bacana porque ele lança luz nas coisas que andei fazendo na carreira solo", pontua. "Estou muito feliz porque acho que registrou não só esse momento, mas o caminho até chegar nesse ponto. Com esses músicos e os arranjos especiais", completa.

Mesmo em um show em uma casa pequena, Miklos fez uma grande entrega. "Quando você está trabalhando em um disco você busca tirar os excessos. Só que ao vivo é um excesso, propriamente dito. O momento da coisa estar rolando, do público estar cantando, você está provocando quem foi lá para te ouvir a participar", analisa o cantor.

O músico sente que a é a representação de algo que fez parte da própria trajetória e que precisava ver o mundo, se espalhar pela imensidão do streaming. "Quando eu canto uma música, quando eu crio uma interpretação,  acho que é uma coisa viva, que tem uma história, um começo, meio e fim", conta. Porém, ele acredita que não é o fim de uma etapa, talvez seja até o contrário disso. "Eu quero viver isso, vou fazer tudo para divulgar bastante esse trabalho", destaca.

 


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postado em 05/06/2024 10:15 / atualizado em 05/06/2024 10:23
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