Literatura

Morre Alice Munro, primeira autora canadense a ganhar o Nobel de literatura

Alice Munro era uma mestra da arte de escrever contos e transformou a condição humana em tema e marca de seus personagens

Agraciada com o Prêmio Nobel de Literatura em 2013, a escritora canadense Alice Munro morreu nesta terça-feira (14/5), aos 92 anos. A notícia da morte foi confirmada pelos agentes literários da autora, a primeira canadense a ganhar o Nobel.

Nascida em Wingham, uma cidadezinha na província de Ontário, Alice Munro era considera uma mestra do conto, gênero no qual se especializou e com o qual criou um universo de personagens marcados pela veia sombria. A autora publicou os primeiros textos em revistas canadenses na década de 1960. A primeira reunião de contos, Dance of the happy shades, foi publicada em 1968 e boa parte dos personagens foi inspirada nas pessoas da cidadezinha da autora, especialmente fazendeiros. 

Os contos foram bem recebidos pelo The New York Times, jornal no qual ela publicaria várias histórias nos anos seguintes. No Brasil, a Biblioteca Azul publicou títulos como Amiga de juventude, A vista de Castle Rock, Fugitiva, O progresso do amor, Falsos segredos e Ódio, amizade, namoro, amor, casamento. Este último inspirou o filme Longe dela, de Sahar Polley, lançado em 2006. Outros três contos da autora também serviram de base para Pedro Almodóvar fazer Julieta, de 2016.

Foi a autora americana Cynthia Ozick, uma das maiores contistas contemporâneas dos Estados Unidos, quem cunhou para Munro a expressão “Tchekov canadense”. A profundidade psicológica de seus personagens, sempre às voltas com alguma situação limite e extremamente marcados pela condição humana, levou Ozick a fazer a associação com o autor russo. Livros como Ódio, amizade, namoro, amor, casamento, um conjunto de nove histórias que retratam momentos das vidas dos personagens, fizeram Munro também ser considerada uma mestra das histórias de formação.


 

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