PROJETO CULTURAL

‘Todo mundo tem raiz’ oferece oficinas e atividades com artistas indígenas

O projeto visa provocar reflexões sobre as origens e identidades ancestrais em Taguatinga no sábado (01/6) e no dia 20 de julho

A idealizadora do projeto Ayanna Duran -  (crédito: Damião Paz Pixoré)
A idealizadora do projeto Ayanna Duran - (crédito: Damião Paz Pixoré)

Para refletir sobre e reforçar a identidade ancestral do Brasil, a região de Taguatinga recebe o projeto Todo mundo tem raiz, no sábado (1/6) e no dia 20 de julho. A partir de atividades culturais com oficinas e apresentações de artistas indígenas, a Casa Canoa será palco para o evento com entrada gratuita.

A idealizadora do projeto, Ayanna Duran, é uma mulher indígena chiquitana de linhagem direta do pai e de mãe goiana. Ela criou a proposta a partir de uma composição própria homônima que narra a ancestralidade cultural de seu povo. “É importante fortalecer a nossa cultura que foi tão violentada. Meu povo tem uma conexão com a Mãe Terra e é matriarcal. Procuramos atrair pessoas que também buscam estar ligadas à natureza.”

Ayanna deseja que o público se recorde de onde veio e de onde vem tudo o que consome. Tudo parte da natureza e relembrar essas origens em uma era majoritariamente digital é um trabalho constante.  “Foi criado um conto romântico da colonização. Nossas narrativas foram apagadas e violentadas. Esse lugar de invisibilidade é quebrado com o contato e a conexão com os que vieram antes de nós”, afirma.

Cada artista selecionado para o projeto traz uma representatividade única. A idealizadora acredita que esse trabalho também envolve afetividade e carinho. “Para não ser estressante, nos fortalecemos e nos cuidamos. Isso envolve confiança e coragem. Eu estou no DF há sete anos lutando e sobrevivendo com a arte, passei muita dificuldade e aos poucos adentro no espaço cultural. As relações coletivas de afetividade me fortalecem a continuar”, ressalta Ayanna.

Um total de 85% das pessoas envolvidas no projeto são indígenas e negras. As pautas antirracistas são a base do trabalho para fortalecer a economia periférica e a cultura ancestral. No futuro, Ayanna pretende que sua equipe seja formada totalmente por pessoas negras, indígenas, PCDs e LGBTs. 

A arte possibilita a valorização e a educação sobre identidades que foram violentadas ao longo do tempo. Como educadora social e mulher indígena, Ayanna percebe a arte dentro de si mesma. “Cada indígena traz uma maneira de lutar contra tudo que foi feito desde 1500. Sempre que eu posso, estou rezando para receber orientações e para honrar o meu povo. É através da educação que eu consigo fazer isso. Ensinar para melhorar o mundo.”

Confira a programação completa:

Sábado (1/6)


Oficinas:

- Pinturas Ancestrais com Ayanna Duran, das 9h às 11h 

- Descansa Guerreira com Mirna Kambeba Omaguá Yetê Anaquiri, das 15h30 às 17h30

Atrações Musicais:

18h - DJ Kaju

18h30 - Ayanna Duran
20h - DJ Kaju

20h30 - Guaja

Dia 20 de julho 


Oficinas:

- Cerâmica Ancestral",  com Yaku Runa, dividida em duas etapas:

.Bio Jóias em Cerâmica, 9h às 11h

.Instrumentos Musicais em Cerâmica, das 15h às 17h30 

Atrações Musicais:

18h - DJ Kaju

18h30 - Ayanna Duran 

20h - DJ Kaju

20h30 - Yaku Runa


Serviço

Todo Mundo Tem Raiz

No sábado (1/6) e dia 20 de julho, a partir das 9h, na Casa Canoa (Mercado Sul de Taguatinga). Entrada franca. Classificação indicativa livre.

*Estagiária sob supervisão de Nahima Maciel

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postado em 29/05/2024 14:10 / atualizado em 29/05/2024 14:10
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