A partir do dia 21 de maior e até o dia 2 junho, o Festival de Circo Atual Arranha-céu, que está na terceira edição, traz uma programação diversificada. A partir de uma iniciativa do Coletivo Instrumento de Ver, o questionamento do evento é indagar qual é o lugar do circo. A resposta está nas temáticas das apresentações dos artistas convidados, que vão de abordagens infantis até lutas contra o patriarcado, além de um espetáculo para pessoas cegas.
Colóquios circenses, oficinas de acrobacias, uma exposição de fotografias e um cine-circo também fazem parte da programação. Beatrice Martins é idealizadora do projeto, ao lado de Julia Henning e Maíra Moraes no Coletivo, publicitária e artista, e ressalta que cada performance contará com diferentes faces da essência do circo.
“A King Kong Fran é uma palhaça diferenciada. Ela não faz gracinhas infantis, é um espetáculo polêmico apenas para adultos. O Cabaré da nega é um grupo de palhaços palhaços clássicos para toda a família. Além de idealizadora do Festival, estou no palco da apresentação franco-brasileira 23 Fragmentos, uma peça circense bilíngue, em português e francês”, explica Beatrice.
A grande novidade desta edição é o espetáculo direcionado para pessoas cegas, uma ideia nunca antes executada pelo coletivo e que traz linguagem visual e sensorial. A montagem será criada durante o Festival e a ideia é fornecer acessibilidade às pessoas cegas interessadas nas artes do circo.
“Os espetáculos são atuais. Alguns abordam feminismo, negritude e diversidade, outros são leves, para a família toda. É uma linguagem artística que engloba várias outras. Os custos são uma dificuldade, já que os equipamentos circenses, como os de acrobacias aéreas, por exemplo, demandam investimento e um técnico de segurança”, reflete.
Os momentos teóricos de bate-papos com pesquisadores e pensadores do circo estarão disponíveis on-line para qualquer pessoa interessada participar. O Colóquio pilotis abordará o tema de qual o lugar do circo brasileiro. “O circo está na rua, no galpão, no teatro, em todo lugar, física e simbolicamente. É visto como o primo pobre das artes, muitas vezes marginalizado. A realização do projeto é um próprio ato de resistência ", diz a artista.
O Colóquio cobogós contempla o lugar do circo nos meios de comunicação ao discutir sobre a divulgação desta arte na imprensa e nas redes sociais. Ambos os links dos debates estarão disponíveis no site do Festival, assim como a programação completa do evento.
Confira a programação completa:
Espetáculos:
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Assum preto, com Marco Motta (Brasil-Espanha), nos dias 23 e 24 de maio, no Teatro galpão Hugo Rodas (Espaço cultural Renato Russo), às 20h. Não indicado para menores de 12 anos.
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King Kong Fran, com Rafaela Azevedo, no dia 25 de maio, no Teatro galpão Hugo Rodas (Espaço cultural Renato Russo), às 20h. Não indicado para menores de 18 anos.
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Cabaré da nega, com o Circo travessia, no dia 26 de maio, no Teatro galpão Hugo Rodas (Espaço cultural Renato Russo), às 18h. Classificação indicativa livre.
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23 Fragmentos desses últimos dias, com Coletivo instrumento de ver e Le troisième cirque (Brasil-França), nos dias 1º e 2 de junho, no Teatro Plínio Marcos (Eixo cultural iberoamericano), às 19h. Classificação indicativa livre.
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A rama da Macaxeira, com Júlia Maia e Trupe raiz do circo, dia 2de junho, no Parque Ana Lídia (Parque da cidade), às 11h. Classificação indicativa livre.
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Nos Fardeaux — o fardo nosso de cada dia, com a Companhia um passo à frente (França-Brasil), nos dias 1º e 2 dej unho, na área externa do Eixo cultural iberoamericano, às 18h30. Classificação indicativa livre.
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Residência artística, de 21 a 25 de maio, na Sala multiuso (Espaço cultural Renato Russo).
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Olhos: corações que sentem, dia 25 de maio, na Sala multiuso (Espaço cultural Renato Russo), às 10h. Classificação indicativa livre.
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Cine circo, dia 24 de maio, na Sala Marco Antônio (Espaço cultural Renato Russo), às 18h.
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Exposição O circo nas fotografias, dia 1º e 2 de junho, no Hall do teatro Plínio Marcos (Eixo cultural iberoamericano), a partir das 18h.
Bate-papos:
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Colóquio pilotis, dia 28 de maio, às 10h, online.
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Colóquio Cobogós, dia 29 de maio, às 15h, online.
Oficinas:
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Redefinindo o movimento aéreo, com Marco Motta (Espanha-Brasil), nos dias 21 e 22 de maio, na Sala multiuso (Espaço cultural Renato Russo), das 15h às 18h. Não indicado para menores de 16 anos.
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Fundamentos da Parada de Mão, com Louisse Aldrigues, dia 23 de maio, na Sala multiuso (Espaço cultural Renato Russo), das 15h às 18h. Não indicado para menores de 16 anos.
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Manual de sobrevivência pernalta, com Davi Maia (Palhaço Aipim), Trupe Raiz do Circo, no dia 24 de maio, na Sala multiuso (Espaço cultural Renato Russo), das 15h às 18h. Classificação indicativa livre.
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Iniciando no Passinho, com André Oliveira DB, no dia 2 de junho, no Teatro Plínio Marcos (Eixo cultural iberoamericano), das 10h às 11h30. Para todas as idades.
Serviço:
Festival de Circo Atual Arranha-céu
De 21 de maio a 2 de junho no Espaço cultural Renato Russo, Eixo cultural Ibero-Americano, Parque Ana Lídia e online. Mais informações no site http://www.instrumentodever.com/arranhaceu2024
*Estagiária sob supervisão de Nahima Maciel
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