Crítica

Filme com Kristen Stewart tem violência e um talento de 'Bebê rena'

Recheado de situações violentas e de críticas machistas, o longa ´O amor sangra´ toma fortes liberdades junto à realidade

Love lies bleeding: O amor sangra -  (crédito:  synapse)
Love lies bleeding: O amor sangra - (crédito: synapse)

Crítica // Love lies bleeding — O amor sangra ★ ★ ★

Um dado deixa o segundo longa-metragem dirigido pela londrina Rose Glass ainda mais hypado: a corroteirista Weronika Tofilska é diretora da maioria dos episódios do atual fenômeno da Netflix Bebê Rena. Em 2020, a diretora Glass foi premiada como revelação no British Independent Film Awards pelo terror de estreia, Saint Maud, centrado na perturbação de uma enfermeira.

No novo filme, O amor sangra, a instabilidade circunda o amor lésbico entre Lou (Kristen Stewart) e Jackie (Katy O´Brian, vista em Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania). A última é uma forasteira, em disparada, e carente de estrutura para alcançar uma pretensa glória
na disputa por concurso de fisicultura sediado em Las Vegas. Numa passada por cidadela do Novo México, ela crava uma tumultuada relação com a gerente de academia Lou, filha de Sr. Lou (Ed Harris).

Ainda que o andamento da edição de Mark Towns tenha o mérito de naturalizar o excesso de situações brutais e exageradas; no fundo, o filme — que competiu ao troféu Teddy, reservado à fita de temática LGBTQIA+, no Festival de Berlim — encerra um potente registro que
radicaliza, à última instância, a denúncia de escancarado machismo. Além do trabalho perturbador da equipe de maquiagem, um dos destaques é a atuação luminosa de Anne Baryshnikov (coadjuvante de Manchester à beira-mar) na pele de instável admiradora de Lou.

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postado em 03/05/2024 13:05 / atualizado em 04/05/2024 10:29
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