Sob qualquer ângulo, os bastidores do extenso filme de ação quase ininterrupta O dublê indicam magnitude. Ao custo de US$ 125 milhões, o filme reúne dois dos mais quentes nomes da indústria de Hollywood: o astro Ryan Gosling, no papel-título, e a estrela Emily Blunt, arregimentada para dar vida a uma diretora de cinema. "Obviamente, o filme é uma carta de amor para a comunidade de dublês, eles são as pessoas que mais trabalham no show business. Se arriscam mais do que qualquer um. O filme é apenas uma campanha gigante para conseguir um Oscar para os efetivos protagonistas das acrobacias do cinema", brincou, em recente entrevista estrangeira, Gosling, nada menos do que um dos ímãs do megassucesso de Barbie, blockbuster que ultrapassou lucro de US$ 1,5 bilhão.
Na nova produção, Gosling encabeça a ação como o relutante Colt, algo acuado com o ambiente de filmagens. Tudo praticamente transcorre depois de um acidente — que vai transformar a relação dele com a cineasta Jody Moreno (Emily Blunt), um caso sério na sua vida. No dia a dia, a intérprete vive uma duradora relação com John Krasinski, como enfatizou, em entrevista da The Hollywood Reporter: "Sou casada com um diretor, sei o que é segurar a tempestade de um filme na cabeça e as pressões, além de ser puxada em um milhão de direções". Coestrela de Oppenheimer (outro filme a lucrar na faixa do bilhão de dólares), Emily Blunt celebrou que a esfera de ultrasseridade fosse completamente abolida na trama.
Com uma hilária cena em que Jody massacra Colt — castigando-o nas repetidas refilmagens de um personagem em chamas —, O dublê não economiza em referências: traz citações a Thelma e Louise, O último dos moicanos, Velozes e Furiosos, e aos sucessos de Rocky e Um lugar chamado Notting Hill. Nos arredores da Ópera de Sydney (Austrália) se desenvolvem grandes cenas de corre-corre. Um grande detalhe do filme que abusa de metalinguagem reside no passado do diretor, David Leitch, o mesmo de Trem-bala (2022), Deadpool 2 (2018) e Atômica (2017).
O condutor do enredo — escrito por Drew Pearce, sempre lembrado por Homem de Ferro 3 e pelas franquias Missão: Impossível e Velozes e Furiosos — se apegou muito à fonte original do longa, ocasionado de adaptação do seriado oitentista Duro na queda (criado por Glen A. Larson, morto há dez anos), estrelado pelo "homem de seis milhões de dólares" Lee Majors que, não à toa, desponta em cena, assim como Jason Momoa.
Enquanto, no filme, o astro Tom Ryder (feito por Aaron Taylor-Johnson) é substituído, sistematicamente, por Colt, além de ser refém da amalucada produtora de cinema Gail (Hannah Waddingham); na vida real o diretor (hoje, quase cinquentão) teve seu momento de anonimato, repondo, em cena, tipos gigantes na indústria, como Jean-Caude Van Damme e Brad Pitt. Claro que, segundo contou para a imprensa internacional, para O dublê, ele se abasteu de experiências pessoais. "Quero dizer, não diretamente, acontecem coisas malucas (numa filmagem), mas a verdade de Hollywood é mais estranha do que a ficção. Por ter uma riqueza de conhecimento no mundo dos dublês foi muito divertido de trazer para a tela grande e iluminar esses heróis oprimidos — foi ótimo dirigir com tanta experiência", explicou o profissional que carrega nos créditos a exitosa franquia de ação John Wick. Um detalhe no filme é unir dois recentes indicados ao Oscar: Blunt e Gosling.
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