Uma união de linhas de baixo melódicas, mensagem importante e uma doce voz, assim pode ser explicada a artista Adi Oasis. A cantora franco-caribenha traz a turnê do disco Lotus glow para o Brasil com um R&B gostoso e dançante com um toque especial de uma mensagem importante para as mulheres negras que acompanham o trabalho da artista.
A passagem de Adi pelo Brasil será curta. Na última quinta (11/4) ela fez um show em São Paulo com participação da brasileira Luedji Luna. Neste sábado (13/4) é a vez do Rio de Janeiro, no Festival Queremos!. Ela divide o palco do já tradicional festival com nomes como Djavan, Banhart Devendra, Lenine e Suzano e Ana Frango Elétrico.
A cantora, que tocou em diversas bandas pelo mundo e apresenta o trabalho solo desde 2014, se apresentou no Brasil antes. Ela passou por Manaus, São Paulo e Rio. Porém, veio acompanhando o artista Cee Lo Green e só agora tem a oportunidade de retribuir o carinho intenso pelos fãs que a acompanham nas redes sociais. “É o meu segundo maior público, até mesmo antes da França”, conta Adi ao Correio. Ela é apaixonada pelo que viu no país. “É um lugar muito especial, tem 200 milhões de pessoas que vivem a cultura de forma muito forte”, elogia.
Ela sente que o público brasileiro se conecta de forma ímpar com as músicas que faz por conta de tudo que ela representa. “Eu recebo muitas pessoas escrevendo para mim do Brasil, dizendo obrigado por representar mulheres negras”, conta. “Meu objetivo é representar, representar minha ilha, mas também, em um espectro mais amplo, representar também pessoas negras morando na América”, explica a artista que nasceu na pequena ilha de Martinica, nas Antilhas. A relação é tão intensa que Adi lançou uma música com Luedji Luna.
Ela acredita que chegou ao público porque é verdadeira consigo mesmo e com o que quer. “O que eu estou aprendendo é que quanto mais verdadeira eu sou, mais as pessoas se conectam. Então eu sou apenas agradecida, principalmente, que as pessoas estarem ouvindo o que eu tenho a dizer”, aponta a cantora que ainda acredita muito no poder da arte. “Eu acho que quanto mais compartilhamos nossas histórias, mais podemos trabalhar juntos para fazer as coisas melhores e as coisas mudarem”, diz. Para Adi, o que ela quis dizer está ali, basta interpretar. “Eu passo minha mensagem nas músicas. Se a pessoa não entender é porque está ouvindo errado ou é a pessoa errada”, brinca.
Portanto, seja chegando a um palco em um festival do Brasil, ou nas paradas de sucesso, a artista quer transmitir a ideia e os próprios sentimentos pela música. “Eu só faço música com o meu coração. E se isso chegar ao mainstream, então bom. Mas eu não vou adaptar o meu som para fazer mais pop”, avalia a cantora que não vai reclamar se o sucesso bater à porta. “Você nunca sabe o que vai acontecer com a música pop. Então eu vou continuar fazendo o que estou fazendo. E se for um hit pop, claro, eu vou pegar o dinheiro”, fala em tom de piada. “Não é como se eu tivesse pensado em dinheiro quando decidi virar artista”, complementa rindo.
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