Música

Sarau Sertão Rua traz expressões artísticas para o Gama

Com poesias, música e intervenções artísticas, o Sarau homenageia religiões de matriz africana e as tradições brasileiras

O Sarau Sertão Rua é um projeto de expressão artística integrado ao movimento Plataforma de Cultura Periférica. Neste sábado (13/4), o Gama será palco para o evento. O Espaço Cultural Galpãozinho sediará o terceiro e último encontro da temporada, repleto de música, poesia, intervenções artísticas e batalha de rimas.

Amanda Eta Mainha, idealizadora do evento e cantora no grupo musical Coco de Quebrada, busca proporcionar visibilidade artística para as religiões de matriz africana e para a cultura nordestina. “A proposta do Sarau é movimentar a cultura periférica. O Gama é uma região com várias potências artísticas, e vi a necessidade de movimentar a arte na minha quebrada", explica Amanda. "Na maioria das vezes, os jovens têm que ir para outros lugares para ter contato com a cultura. Daí nasceu o projeto, trazendo a arte marginal e a nordestina que, infelizmente, sofrem muitos preconceitos. É importante movimentar e ocupar espaços que são nossos, do povo. A cultura é saúde mental.”

A idealizadora aposta na potência do coletivo. Ao juntar a arte com a rua, acredita abrir novas oportunidades para os jovens que muitas vezes acabam sendo aliciados para a vida do crime. A combinação de música, poesia e intervenções artísticas contribui para a missão do Sarau de proporcionar um espaço inclusivo e acolhedor.

“Nossa expectativa é continuar ocupando vários locais públicos do Gama com muita arte. Não é fácil, são muitos desafios para o movimento acontecer. Temos palco aberto na nossa programação para as pessoas serem livres para expressar sua arte da forma que elas sentirem, então sempre vem uma intervenção artística diferenciada para se apreciar", diz Amanda. Em breve, ela avisa, haverá uma edição maior que deve ser anunciada no Instagram @sarausertaorua. "O futuro próximo vem com muita arte na quebrada”, garante Amanda.

A cantora Camila Drak ise apresenta no evento trazendo referências de maracatu, samba de coco, tambor de crioula, drill, trap, grime e boombap. Ela deseja passar a mensagem de que todos podem expressar sua arte livremente. “Vejo que somente dessa forma podemos expandir e retomar nossos ritmos tradicionais da mão da burguesia", acredita

Outro organizador do evento é Guilherme Azevedo. Ele destaca que o Sarau integra o amplo projeto Plataforma de Cultura Periférica, que surge da necessidade de reunir e impulsionar a diversidade de manifestações culturais que se consolidam nas periferias do DF. A Plataforma vem realizando, desde fevereiro, atividades culturais em duas cidades do Distrito Federal: Gama, com os encontros do sarau Sertão Rua e Ceilândia, com o tradicional Sarau-Vá.

“Por meio de parcerias estratégicas, a Plataforma viabiliza a captação de recursos como o Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal (FAC/DF), que financia a realização do Sarau e garante sua continuidade. Ao proporcionar uma forma de divulgação e intercâmbio entre artistas, poetas, autores e agentes culturais de todas as cidades do DF, a Plataforma amplia o alcance e o impacto do evento, promovendo uma maior participação da comunidade e estimulando o desenvolvimento cultural das periferias ", conta Guilherme.


Serviço


Sarau Sertão Rua

Neste sábado (13/4), no Espaço Cultural Galpãozinho (Gama), a partir das 16h.


Programação:


16h: DJ Boquinha Dub
17h: microfone aberto para poetas locais compartilharem suas criações e intervenções urbanas.
18h: Batalha do Inflama
19h30: Coco de Quebrada, os anfitriões do evento, convidam o grupo Baque Dandalunda.
21h: Camila Dark e DJ Rubens MC no Beat.


*Estagiária sob supervisão de Severino Francisco

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