A expectativa é grande para a estreia de Justiça 2, série original do Globoplay que dá sequência a uma antologia iniciada em 2016. Especialmente para os brasilienses, que poderão reconhecer locais do Distrito Federal na tela da produção, que será disponibilizada na plataforma na quinta-feira (11/4) e foi gravada quase que integralmente em Ceilândia.
"Brasília foi algo que o Gustavo Fernandez, diretor artístico, trouxe para a série, e a ambientação em Ceilândia mostrou-se uma opção possível e perfeita. O Plano Piloto é quase um pano de fundo, pouco explorado. E a nossa viagem a Ceilândia foi encantadora. Tem essa proposta de contraponto histórico, de explorar histórias não contadas e silenciadas historicamente", afirmou a autora, Manuela Dias, ao Correio nesta quarta-feira (3/4).
Manuela acrescentou, ainda, que contou com a ajuda de João Ademir, um roteirista de Ceilândia. "Ele trouxe essa idiossincrasia, a prosódia própria da cidade. O João pôde dividir esse espaço com o trabalho e foi muito rico. A sociedade tende a achatar essas coisas, mas, quando a gente vê o mundo através dos olhos delas, a gente restitui o volume humano. A teledramaturgia desachata e restitui essa humanidade", completou.
A cidade do cotidiano
Gustavo Fernández conta que a primeira ideia era Barreiras, uma cidade na Bahia, bastante diferente do que o Brasil conhece, bem próxima da divisa com Maranhão e Tocantins. "Nós estivemos lá e, além de uma dificuldade logística, não havia muitas possibilidades para a narrativa. Na questão de transporte aéreo, Salvador e Brasília eram os aeroportos mais próximos. Daí veio o estalo! Eu trabalhei em filmes em Brasília, dois trabalhos, passei três meses na cidade, que é muito mais ligada aos poderes federais, mas eu pude conhecer a cidade do cotidiano, e ela me encantou. Com uma arquitetura cinematográfica que não se limita a Niemeyer e Lucio Costa, Ceilândia é bem planejada, com identidade visual perfeita para o que queríamos", contou o diretor artístico, que já buscava ideias antes para gravar na capital e veio a oportunidade.
Conforme o Próximo capítulo adiantou, a narrativa de Justiça 2 segue dividida em núcleos separados que se entrelaçam ao decorrer dos episódios, que serão disponibilizados em blocos de quatro. A trama gira em torno de quatro pessoas que são presas em um jogo de vingança e redenção, do que é justo e o que é injusto. Juan Paiva, Murilo Benício, Belize Pombal e Nanda Costa vivem, respectivamente, os protagonistas Balthazar, Jayme, Geíza e Milena. O elenco ainda conta com nomes como Paolla Oliveira, Alice Wegmann, Júlia Lemmertz, Marco Ricca, Marcello Novaes, Maria Padilha, Gi Fernandes, Danton Mello, Fábio Lago e Jorge Guerreiro.
Justiça 2 terá também o retorno de Leandra Leal como Kellen, única figura remanescente da temporada exibida em 2016, ambientada em Recife. Tudo mudou, por isso a série é tratada como uma antologia — série com histórias independentes da temporada anterior no mesmo universo narrativo. Agora, o cenário escolhido para a história foi Brasília e o Correio visitou, a convite da Globo, o set de gravações de uma das tramas, em Ceilândia, em 2023.
“Brasília é muito mais que um Eixo Monumental e toda parte política. Não é uma coisa desgarrada em que as pessoas se modificam de quatro em quatro anos”, pontuou Paolla Oliveira, na ocasião, ao jornalista Pedro Ibarra. A atriz já havia feito Felizes para sempre?, série escrita por Euclydes Marinho, exibida em 2015 pela Globo, que abordava justamente a política da cidade. “Na minha outra série, a gente estava muito inserido no mundo que as pessoas imaginam sobre Brasília. Essa tem Brasília como pano de fundo, tem a capital que a gente não conhece, tem as belezas da natureza do Planalto Central”, afirmou.
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