Depois do primeiro Batidão tropical emplacar o disco de maior sucesso da carreira da cantora drag queen Pabllo Vittar em 2021, ela repetiu o feito e trouxe o segundo volume em abril desse ano. A cantora alcançou mais de 4.7M de streamings nas primeiras 24 horas de lançamento do sexto álbum de estúdio da carreira. São 14 faixas que refletem a origem dela por meio de homenagens a grandes nomes dos ritmos nortistas e nordestinos do Brasil. Idiota é a única faixa inédita autoral.
Pabllo Vittar nasceu no Maranhão, mas também passou parte da infância no Pará. O gosto pela música foi influenciado pela mãe e pelas bandas de forró eletrônico das décadas de 1990 e 2000, essenciais na construção do repertório de referências da cantora. O lançamento reverencia essa época e traz regravações de sucessos das bandas Calypso, Djavú, Magníficos, Forró Muído e do duo sueco Roxette que marcaram a infância de Vittar.
Diferentemente do volume 1, o novo álbum conta com diversas participações externas. A cantora traz feats com DJs nortenses, Will Love e Maderito, e conta com a participação da paraense Gaby Amarantos cantando versão em português de I don't want to get hurt, dos Roxette, em Não vou te deixar. Um dos principais nomes do forró, Taty Girl, também colabora com a própria canção Falta coragem.
Em meio a batidas eletrônicas, as faixas secretas Faixa 8, Faixa 10 e Faixa 14, assim nomeadas, trazem mensagens da própria Vittar aos fãs. Em diálogo com o público, ela anuncia: "Essa música aqui, ainda não está na hora de você ouvir!", indicando que mais lançamentos relacionados a esse álbum estão por vir. Além disso, cita ritmos, referências e feats que constam no álbum, indagando a opinião dos ouvintes sobre o resultado.
Pabllo Vittar está entre as drag queens mais populares do mundo e foi a primeira a receber o prêmio de Melhor Artista Brasileiro pela MTV EMA em 2019, mesmo ano em que a revista norte-americana Time a nomeou como uma das líderes da nova geração. A cantora conquistou carreira nacional e internacional misturando pop com gêneros regionalistas como forró eletrônico e eletrobrega. Vittar entrou em turnê do Batidão tropical em abril e segue nela até o final do ano. Em agosto, ela chega a Brasília.
Saiba Mais
Entrevista // Pabllo Vittar
Por que produzir um segundo Batidão tropical? Você pretende lançar outros volumes desse álbum no futuro?
Sim, eu ainda vejo muitos volumes do Batidão. É um projeto que vai se estender pela minha vida! O primeiro Batidão tropical foi construído na pandemia, muito levado pela troca com meus fãs de maneira online dessa época. A aceitação foi incrível. Tanto meus fãs quanto o público geral gostou muito do trabalho, então depois disso decidi que seria um projeto pra vida toda. É a maneira de juntar minhas raízes, reviver momentos incríveis da minha infância e adolescência e ainda poder levar essa musicalidade incrível ainda mais longe.
Por ser um álbum de reencontro com suas raízes, ele deve ter te gerado muitas emoções. Qual foi o impacto dessa produção a nível pessoal?
Este álbum é um reencontro com a minha infância. Foram dias emocionantes de gravações do disco, muitos ensaios, planejamentos, construções das músicas inéditas. E foi algo maravilhoso. Eu já pulei, já chorei de alegria de realizar mais um sonho. Esse com certeza é um dos maiores projetos da minha carreira, porque eu voltei ao passado, senti muita nostalgia durante as gravações.
Você traz um álbum repleto de regravações da banda e da companhia Calypso, Forró do Muído e Roxette, por exemplo. O que esses grupos representam para você? Por que você selecionou tais músicas em específico?
Nos anos 2000, essas eram as bandas que estavam fazendo muito sucesso e fizeram parte da minha infância e adolescência. A minha mãe sempre escutava em casa, era algo que passou a ser parte da minha rotina. Além de serem muito bem representadas nos paredões e eventos onde eu vivia, essas bandas me marcaram e construíram meu gosto musical. Eu criei um laço com elas e são referências para mim.
Você é uma artista versátil que passeia por vários ritmos na sua carreira, mas sem deixar de lado o forró eletrônico. Você acha que consegue se expressar melhor através dele?
O forró faz parte de mim. Essa regionalidade é presente na minha carreira desde o início. Não dá para eu me desvencilhar disso porque é o que eu sou. Me sinto realizada por poder me expressar com um ritmo tão importante para a minha construção como artista e pessoa.
Pede pra eu ficar e Ai ai ai mega príncipe foram lançadas antes do álbum e deram um gostinho do que estaria por vir no novo álbum. Como o público recebeu esses singles?
Receberam de braços abertos e eu fiquei muito feliz! Fiquei sabendo esses dias pela gravadora que Pede Pra eu Ficar virou single de ouro. Me lembro de quando assistia às bandas de forró ganhando seus discos de ouro nos programas. Essa recepção me fez ficar ainda mais ansiosa pelo álbum!
Enquanto no primeiro Batidão não houve feats, você trouxe várias participações nesse segundo volume. Por quê?
No primeiro Batidão, por ter sido produzido 100% na pandemia, foi um disco totalmente solo. Por isso, no volume dois eu convidei artistas incríveis, que foram e ainda são referências para o meu trabalho! Will, Maderito, Gaby Amarantos e mais alguns feats que estão por vir fizeram parte do meu crescimento musical e eu fico muito feliz em poder trabalhar com eles hoje.
Você é uma artista que tem impacto internacional e escolheu produzir algo totalmente regional. Como você equilibra a Pabllo internacional com a Pabllo regional?
Sinto que essa divisão está deixando de existir. Então, eu não penso tanto mais em nacional e internacional. Claro que o Batidão é super voltado ao nosso mercado e o Brasil já vai receber super bem, mas ele também será trabalhado lá fora e assim vamos levando nossa música pra todo canto do mundo. Logo lanço mais algumas coisas em inglês e espanhol, o que vai conseguir levar às pessoas que não falam português a também ouvir o Batidão tropical.
*Estagiária sob a supervisão de Severino Francisco.
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