Há pouco menos de um ano, um projeto ousado encabeçado por Zack Snyder em parceria com a gigante do streaming Netflix chegou e assumiu o topo dos mais assistidos da plataforma. O longa Rebel Moon veio com a proposta de ser uma saga própria de ficção científica, sem se basear em livros, ou em nenhuma outra obra prévia. A partir de amanhã, a segunda parte dessa história estará disponível com mais ação e uma resolução do que ficou em aberto em 2023.
O novo filme apresenta a segunda parte da história de Kora (Sofia Boutella), uma jovem adotada por um sanguinário general e treinada para ser uma máquina de guerra. A personagem principal, arrependida dos próprios atos, foge e se refugia com camponeses em um planeta inofensivo. A narrativa central é desenvolvida em torno de uma pequena vila na lua Veldt, que desperta a ira do general por estar protegendo Kora. Novas revelações entrelaçam a vida da protagonista com o destino do universo.
Alguns traços da história, se destrinchados, podem ser tratados como semelhantes a outras obras. No entanto, o cerne principal do filme é original. “É legal também ver um projeto novo, com ideias novas, algo inovador. Apesar de dar para relacionar com aspectos que vêm de outros filmes, porque fazemos com o que conhecemos”, analisa Sofia Boutella ao Correio. “Interessante ver que um mundo novo completo surgiu. Vemos várias coisas se repetindo e pouca gente ousando fazer algo novo como a Netflix e o Zach fizeram”, exalta.
Rebel Moon traz consigo uma mitologia e uma estética muito bem apresentadas na tela. “É uma honra e um tanto quanto surreal. Eu me lembro a primeira vez que vi o primeiro filme, não conseguia imaginar eu mesmo fazendo parte daquilo. Rebel Moon já é muito parte da cultura da ficção científica mundial” destaca Michiel Huisman, que vive Gunnar no longa e está muito animado com toda a experiência. “É como um sonho de criança”.
Contudo, a grandeza do longa ainda não chega perto do que o diretor e autor Zach Snyder imagina para a história. “Pensando na mitologia criada, o que é visto nos dois primeiros filmes é só a ponta do iceberg”, conta. “O sentimento é de um filme gigante, mas o cenário é simples e pequeno. As implicações, porém, são imensas. O futuro, com certeza, guarda uma grande batalha”, complementa.
O cineasta crê que Rebel Moon não termina onde se finda o primeiro filme. Mesmo sem nenhum anúncio prévio de uma continuação, ele antecipa que ainda tem lenha para queimar. “Nós temos um grande material se quisermos continuar”, crava. Snyder tem fé na história que colocou no mundo. “Eu acredito que essa história e o impacto dela podem ser geracionais”, diz.
A mão que tudo fez
Responsável pelo não tão bem-sucedido universo cinematográfico da DC Comics, tendo comandado os criticados filmes Homem de Aço, Batman vs. Superman e Liga da Justiça, Zack Snyder encontrou em Rebel Moon a oportunidade de fazer algo com a própria cara e ideias e partir da estaca zero. O cineasta assina direção, produção, roteiro e cinematografia do filme. “Tem até uma música que não entrou que eu fiz parte da letra. Então eu estou realmente muito, mas muito, envolvido”, brinca Snyder.
O que não podia faltar da já conhecida assinatura de Snyder era um corte do diretor. Ele que conseguiu criar um movimento para liberar um corte de quatro horas de Liga da Justiça em 2020, agora prometeu 6 horas de filme, somando as duas partes de Rebel Moon, para o último trimestre de 2024. “Esses filmes vão representar uma versão muito mais pessoal, sem anotações vindas de outras pessoas”, antecipa.
O diretor explica que, na ideia original, os filmes seriam para maiores de 18 anos e contariam com uma exacerbada violência explícita e cenas de sexo. Porém, pelo alto potencial de retorno da história, a escolha foi por cortar os excessos e entregar uma história que pudesse ser vista por um público mais amplo. A ausência dessa escolha inicial fez com que o filme perdesse características que interessavam ao cineasta. “Havia uma ironia que se perdeu na versão adaptada para o público mais amplo, o filme ficou até um pouco mais sério sem a violência e o sexo”, comenta.
Segundo Snyder, as duas novas versões dos filmes, de três horas cada, chegam a um ponto que ele buscava há algum tempo como profissional do cinema. “Eles representam para mim uma visão muito única do que eu entendo como ficção científica. É uma desconstrução de um dos gêneros cinematográficos que sou fã. É um comentário sobre o gênero”, propõe o diretor que está ansioso para que os novos filmes sejam disponibilizados na Netflix. “Foi uma grande jornada e vocês vão poder aproveitá-la durante seis horas em breve”.
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