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Dragon’s Dogma II: Mesmo com problemas, jogo ainda traz sensação de jornada épica

Jogo épico de aventura traz um mundo vasto e interativo, além de sua customização massiva

Grandes batalhas aguardam o Nascen no mundo de Dragon's Dogma II. -  (crédito: Reprodução/Capcom)
Grandes batalhas aguardam o Nascen no mundo de Dragon's Dogma II. - (crédito: Reprodução/Capcom)

Dragon’s Dogma II é um RPG de ação e aventura produzido pela Capcom e elaborado pela mente criativa de Hideaki Itsuno, diretor responsável pelos últimos jogos da série Devil May Cry, a ideia por trás dessa criação vem desde os primórdios para ser uma aventura épica em single-player, com auxílio apenas de NPCs controlados pela máquina fazendo parte da equipe do jogador.

A Jornada do Dragão

O elo forjado com o dragão, após a criatura comer o coração do protagonista é o motivo principal para o desenrolar da aventura.
O elo forjado com o dragão, após a criatura comer o coração do protagonista é o motivo principal para o desenrolar da aventura. (foto: Reprodução/Capcom)

O jogo consiste em uma aventura medieval com um personagem criado pelo jogador, esse que tem seu coração roubado por um dragão e se torna o Nascen, criando um elo com a criatura, e sendo obrigado a caça-lá para cumprir com seu destino.

Uma das coisas mais assustadoras do jogo com certeza (de um jeito bom) é o seu criador de personagens. Sabendo disso, foi o primeiro material sobre o jogo que a Capcom liberou. O game é extremamente detalhado e ganhou as redes sociais graças as invenções dos jogadores que recriaram atores, personagens e bizarrices.

Com Duna também em alta, comigo não foi diferente e toda minha aventura foi feita na companhia de Timothée Chalamet ou Muad’dib como ficou apelidado no jogo.


Peões e combate

Os companheiros dessa aventura, os peões são aqueles que auxiliam o jogador a se defender do perigo.
Os companheiros dessa aventura, os peões são aqueles que auxiliam o jogador a se defender do perigo. (foto: Reprodução/Capcom)

O principal sistema no jogo é o de Peões, como o Nascen é capaz de invocar espíritos de guerreiros e contrata-lós para o seu time, o jogador pode trocar seus companheiros de aventura diversas vezes, alguns desses que já foram personagens de outros jogadores e podem indicar lugares secretos pelo qual o Nascen ainda não tenha passado ou fraqueza de criaturas que o Nascen não tenha descoberto.

Os Peões servem como um suplemento do jogador, o essencial é eles cobrirem classes que o jogador não tem preferência em jogar. A exemplo: se o Nascen é um guerreiro, seria bom um mago ou um arqueiro para sua equipe não ter problemas com déficit de ataques com criaturas voadoras (mas nada impede também de manter Peões de mesma classe).

O combate do jogo muda conforme as classes (aqui chamadas de vocações) Magos e Arqueiros tem uma jogabilidade a distância, respectivamente um utilizando as magias e outro utilizando flechas. As outras duas classes são de Guerreiro e Ladrão, ambos focados em combate corpo a corpo. As quatro classes iniciais são oferecidas no início do jogo, mas é possível se especializar em uma vocação específica ou misturá-las, podendo criar um arqueiro especializado em magias, um guerreiro que também conjura feitiços ou ainda um herói capaz de usar todo tipo de arma.

O jogo possui um vasto elenco de inimigos e criaturas como trolls, grifos, quimeras, goblins e dragões, trazendo aquela sensação raiz de aventura épica de mundos de fantasia como vistos na obra de Tolkien. E na continuação, além de um sistema aprimorado de escalada em cima das criaturas, o ambiente influencia fortemente a luta contra os monstros, um pulo bem-dado de alguma elevação pode desequilibrar criaturas gigantes e fazê-las tombarem por causa do Nascen, assim como também não é difícil levantar voo agarrado a alguma criatura voadora.

As missões são bem variadas, algumas genéricas, clássicas de um RPG “Vá até algum lugar, me busque tal coisa e volte” ou “Vá até um lugar, lá tem um monstro terrível, mate-o que eu lhe entregarei um grande tesouro”.

Em compensação a história principal além de trazer uma trama política como cerne, traz também combates memoráveis desde sua primeira batalha contra a Medusa.

Terra-média em todos os conceitos

Criaturas mágicas como o grifo são poderosos oponentes ao longo da jornada.
Criaturas mágicas como o grifo são poderosos oponentes ao longo da jornada. (foto: Reprodução/Capcom)

Assim como tomou inspiração nas coisas boas que Tolkien trouxe para o Senhor dos Anéis, Dragon’s Dogma II tomou liberdade para se inspirar em partes não tão boas. Antes mesmo do lançamento do jogo, Hideaki Itsuno se declarou contra a “viagem rápida” nos jogos, recurso esse que serve para alcançar objetivos mais rapidamente, sem ter que ir atravessar o mapa. Nas palavras de Itsuno: “Viajar é chato? Isso não é verdade. É apenas um problema porque seu jogo é chato. Tudo o que você precisa fazer é tornar a viagem divertida." 

O jogo conta com dois sistemas de “viagem rápida”: Um através das pedras chamadas Port Crystals, mas que exigem um item extremamente raro chamado Ferrystone para utilizá-la, que é impraticável ter em abundância; e o segundo é a viagem pelas carroças, mas diferente de Red Dead Redemption II que é pago uma quantia ao cocheiro, acontece uma ceninha e rapidamente você está aonde queria. Aqui em Dragon’s Dogma, a viagem é na base da emoção, ao longo do trajeto percorrido pela carroça, inimigos podem te atacar, obrigando o Nascen a entrar em combate, e isso pode acontecer mais de uma vez ao longo da viagem, mas a pior parte nem é essa, caso a carroça seja destruída, o jogador tem de percorrer todo o caminho a pé.

Além desse problema, o jogo tem sido fortemente criticado na questão de desempenho, com os quadros oscilando muito, foi apontado outrora que o jogo apresentaria essa instabilidade graças a quantidade massiva de NPCs presentes no jogo. Com essa informação os jogadores tomaram a seguinte conclusão, se matarem boa parte dos NPCs, o jogo fluirá melhor e manterá uma estabilidade, brevemente a comunidade assumiu essa posição buscando uma melhor performance para o RPG.

Considerações Finais

 

A sincronia com seus companheiros de combate é tudo em Dragon's Dogma.
A sincronia com seus companheiros de combate é tudo em Dragon's Dogma. (foto: Reprodução/Capcom)

Dragon’s Dogma II vai aparecer facilmente na lista de prêmios no fim do ano, o jogo é a realização de um RPG diferente em proposta e jogabilidade, que segue uma cartilha própria.

Seus sistemas de Peões é maravilhosamente polido, com uma IA inteligente e funcional, salvando o jogador de vários perigos ao longo da jornada. Assim como as árvores de habilidade para o Nascen não devem nada para o jogador, podendo ser variada e misturada permitindo a execução de diversas habilidades.

As criaturas no mundo são únicas como nunca vistas em nenhum RPG, parecem viver num mundo ativo e vivo, que permite ao jogador esbarrar em briga de monstros e derrota-lós com auxílio do ambiente em que estão localizados. Dragon’s Dogma II é uma excelente porta de entrada para o mundo dos RPGs, vai fazer os mais experientes ficarem horas aperfeiçoando suas habilidades, equipamentos e equipe e com certeza vai ser lembrado como aventura épica single-player que bateu o pé e fez seu próprio modus operandi.

Dragon’s Dogma II está disponível para PC, Xbox Series X|S e Playstation 5.

*Está análise foi feita com uma cópia cedida pela Capcom para PC

 

  • Criaturas mágicas como o grifo são poderosos oponentes ao longo da jornada.
    Criaturas mágicas como o grifo são poderosos oponentes ao longo da jornada. Foto: Reprodução/Capcom
  • Os companheiros dessa aventura, os peões são aqueles que auxiliam o jogador a se defender do perigo.
    Os companheiros dessa aventura, os peões são aqueles que auxiliam o jogador a se defender do perigo. Foto: Reprodução/Capcom
  • A sincronia com seus companheiros de combate é tudo em Dragon's Dogma.
    A sincronia com seus companheiros de combate é tudo em Dragon's Dogma. Foto: Reprodução/Capcom
  • O elo forjado com o dragão, após a criatura comer o coração do protagonista é o motivo principal para o desenrolar da aventura.
    O elo forjado com o dragão, após a criatura comer o coração do protagonista é o motivo principal para o desenrolar da aventura. Foto: Reprodução/Capcom
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postado em 10/04/2024 12:16 / atualizado em 23/04/2024 12:46
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