Inspirado na série de podcasts e nos livros de mesmo nome, da dupla criativa Deive Pazos e Alexandre Ottoni do Jovem Nerd, Ruff Ghanor conta a história do clérigo que deve enfrentar as forças malignas de um dragão ancião conhecido como Zhamir.
Origem
A base do jogo vem do primeiro programa, do já tradicional Nerdcast de RPG (Role Playable Game), que contou com sua jornada iniciada no sistema de Dungeons and Dragons, ambientado em um mundo com capa e espada, fortemente inspirado pelas obras de J.R.R. Tolkien, escritor de O Senhor dos Anéis.
A aventura jogada no podcast se passa em uma cidade chamada Ghanor, onde os jogadores são incumbidos de resgatar uma princesa sequestrada por um terrível mago chamado Zhamir. Os heróis se embrenham em vários confrontos até chegarem à tumba de um antigo clérigo que deu nome a região, Ruff Ghanor, responsável por aprisionar Zhamir naquela frágil forma humana. Em sua tumba, os heróis encontram o martelo e o escudo do guerreiro e partem para enfrentar o vilão Zhamir, que sacrifica a princesa em um ritual e recupera sua forma draconiana, numa árdua batalha os aventureiros vencem o dragão.
Com uma trilogia de podcasts concluída, veio a curiosidade de Jovem Nerd e Azaghal de explorarem o que mais poderiam contar sobre o mundo de Ghanor, que conteúdo mais aquele mundo medieval conseguiria ter de interessante para os fãs. A partir dessa lenda de um clérigo lendário, o escritor Leonel Caldela, juntamente da dupla, desenvolveu A Lenda Ruff Ghanor, uma história que contava como um garoto selvagem se tornou um clérigo lendário.
Mais uma trilogia veio, agora em livros, com três títulos (O quarto já anunciado), As crônicas de Ghanor conta uma história pregressa aos podcasts, sendo os livros: O Garoto-Cabra, O Herdeiro do Leão e o Melhor Amigo do Homem.
Depois do Jovem Nerd ser adquirido pelo grupo Magazine Luiza, foi anunciado que novos projetos estariam a caminho, um deles sendo no mundo dos jogos, que foi finalmente revelado em 2022, que adaptaria a história do primeiro livro para o mundo dos games. Assim chegamos a Ruff Ghanor.
São Arnaldo
Ruff Ghanor é um jogo produzido pela DX Gameworks, Magalu Games e Nonsense Creations, um deckbuilder (Focado em jogabilidade com cartas, com você operando seu próprio baralho), RPG e roguelike (Consiste em um estilo de jogo que perder te traz para o início da narrativa mais te cede alguns bônus para que a “próxima rodada” você volte mais forte), 100% brasileiro é inspirado em diversos RPGs de turno, porém com uma jogabilidade única.
O jogo adapta a história do primeiro livro, o Garoto-Cabra, contando um pouco sobre adolescência de Ruff Ghanor, um jovem clérigo devoto de São Arnaldo, que possui o poder do terremoto. No jogo, conhecemos muito sobre sua vida no mosteiro onde cresceu com seus dois melhores amigos, Áxia e Korin, sendo treinado pela sua mentora em combate, Sibrian e o mestre dos clérigos, o Prior. A vida de Ruff e seus amigos muda quando um hobgoblin do exército de Zhamir chega a cidade, depois de um dia de terror na vila, o monstro aparece morto e o Prior teme que o dragão irá procurar vingança pelo seu lacaio.
O elemento principal do jogo está na construção do seu baralho de cartas. Cada uma possui um valor de um a três, podendo variar entre ações de ataque, defesa e magia. Todos os personagens têm cartas assim. Ruff é o único que possui os feitiços, o primeiro que você libera é o terremoto, podendo juntar conforme você acumula um ponto específico, adquirido ao longo das batalhas.
O segundo elemento do jogo é a parte roguelike, que consiste em manejar sua vida ao longo da sua jornada para não reiniciar a aventura. Ruff luta ao lado de outros personagens, como o Prior, Korin, Sibrian e Áxia, caso eles morram o jogo segue, mas se Ruff tomar o dano final, a jornada reinicia, o que torna todo o gerenciamento do baralho e a utilização das cartas numa desafiadora campanha de estratégia, já que cada rodada pode ser o fim.
O terceiro elemento de jogabilidade são os encontros. O jogo possui três tipos, um de batalha, um de evento e um de história. Marcados por cores diferentes para o jogador não se confundir, eventos e história em teoria não são perigosos, mas podem gerar cartas inconvenientes, já que em algumas respostas de evento, se rolam “dados” com uma opção de “puxe 2 cartas amarelas” ou “puxe uma 5 cartas com pelo menos 8 de dano”. A puxada do baralho é automática, caso ela dê certo, o jogador é recompensado com itens que o bonificam, caso contrário, ele é prejudicado com cartas que aplicam efeitos se não forem jogadas durante o combate.
A trama é dividida em três atos, sendo eles marcados por lutas de chefe para a conclusão. A maioria do tempo de gameplay é preenchido pelos eventos, sendo em maioria os de combate, sendo facilmente a atividade mais repetida pelo jogo. O que não é ruim, na verdade, muito pelo contrário, cada luta de Ruff Ghanor pode decretar o fim do clérigo de São Arnaldo com a estratégia, administração de recursos de cura e escudo sendo essencial para chegar longe no jogo.
Quando você falha e Ruff morre, você é jogado para a tela da Forja do Inferno que mostra novas cartas que você pegou nesta última rodada, lá você pode comprá-las com o dinheiro adquirido ao longo da campanha pregressa, preenchendo seu baralho e facilitando a aquisição de cartas melhores, o que ajuda muito para o início de um novo jogo.
Considerações finais
O que mais se destaca em Ruff Ghanor é seu gameplay mostrando uma ideia original que casa muito bem com os gêneros que o jogo quer seguir, além de adaptar uma história de forma maestral, com seus diálogos presentes no livro e modificados para se encaixarem melhor no jogo. O jogo com certeza teve inspiração em outros títulos que usam cartas, desde Hearthstone até Kingdom Hearts: Chain of Memories, só que tudo que Ruff Ghanor se presta a fazer, ele executa excelentemente, pegando só o que tem de melhor em ambos os jogos. Não se engane, Ruff Ghanor não é fácil, o jogo é desafiador mesmo com uma jogabilidade tão simples e conforme o clérigo fica mais forte, os desafios ficam mais árduos.
Talvez o único carecimento do jogo seja uma dublagem presente nesses momentos de diálogo e cenas mais recorrentes, que fazem falta, mas não são impeditivos para aproveitar a história rica do mundo Jovem Nerd trazido ao mundo dos jogos.
O jogo está completamente em português do Brasil, contando até com cenas dubladas em pontos esporádicos da campanha. Ruff Ghanor está disponível para PC, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox Series X|S, Xbox One e Nintendo Switch.
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