Música

Sessão solene pelo Dia do Rock promete agitar o Espaço Renato Russo

Graças à Lei nº 7.386/2024, o rock brasiliense agora tem sua própria data comemorativa

A banda indígena de rock Arandu Aeakuaa é atração na 508 Sul -  (crédito: Caio Cortonesi)
A banda indígena de rock Arandu Aeakuaa é atração na 508 Sul - (crédito: Caio Cortonesi)

Por Bianca Lucca*

No 1º Dia do Rock Brasiliense, 27 de março, o Espaço Renato Russo recebe shows de bandas candangas para celebrar o gênero. O deputado distrital Ricardo Vale (PT) escolheu homenagear o ícone do rock de Brasília, Renato Russo, com a escolha da data da celebração: o dia de nascimento de Renato. Graças à Lei nº 7.386/2024, o rock brasiliense agora tem sua própria data comemorativa.

O diretor musical e baterista da banda Baião de 2, Flávio Leão, irá se apresentar no festival e acredita que a importância histórica e cultural do rock brasiliense é de ser um patrimônio cultural imaterial da população. "A cena do rock de Brasília é o maior marco que a gente tem como identidade de povo. Foi algo construído nos anos 1980 que é a cara da cidade. Eu poderia dizer que isso até é uma forma do folclore brasiliense. Outros estados têm suas manifestações folclóricas e culturais, nós temos o rock. O Brasil inteiro conhece Legião Urbana e Capital Inicial."

O principal objetivo de Flávio ao entrar na cena musical é o da inclusão de pessoas portadoras de deficiência no mundo artístico. O baterista ressalta que além de shows, redes sociais e divulgações, a verdadeira inclusão só pode ser concretizada a partir da efetivação de políticas públicas que deem visibilidade para a pauta.

Outra banda que se apresentará na comemoração é a Cálida Essência. O vocalista e guitarrista do grupo, Sérgio Fonseca, aborda filosofia, existencialismo e caridade em suas músicas. Para ele, o rock brasiliense significa resistência: "O rock surgiu como um instrumento de questionamento e representatividade. É o estilo musical mais volátil que existe, já se misturou com todos os outros tipos de música. Ele busca sensibilizar e abrir a consciência das pessoas. Preservamos essa chama resistindo e buscando mais espaço."

A banda de rock indígena Arandu Aeakuaa será outra atração da celebração. O fundador do grupo, Zândhio Huku, é indígena Xerente, do estado do Tocantins. Ele compõe em três idiomas indígenas (Xerente, Tupi e Xavante) e mistura a música indígena brasileira com o heavy metal e a música regional do Norte/Nordeste e Centro-Oeste. A proposta da banda é a de ocupar espaços, defender e divulgar as culturas e as lutas dos povos indígenas do país.

Dentro da diversidade do rock brasiliense, o grupo ainda se destaca pela sua disparidade. Zândhio ressalta que faz parte da única banda de rock do país que compõe em idiomas indígenas. "Continuamos a fazer o que já fazemos, que é abordar as cosmologias e lutas dos povos indígenas do Brasil em nossas músicas. Afinal, Brasília também é terra indígena, assim como todo este vasto continente."

Estagiária sob a supervisão de Severino Francisco*

Dia do Rock Brasiliense

Sessão Solene pelo Dia do Rock Brasiliense, dia 27, no Espaço Renato Russo (508 Sul),
a partir das 18h.

 

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postado em 27/03/2024 06:01 / atualizado em 29/05/2024 12:14
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