O mega festival Lollapalooza Brasil teve mais um dia de shows no autódromo de Interlagos, na Zona Sul de São Paulo. O evento que teria este sábado (23/3) comandado pela banda Paramore teve o duro golpe de perder a atração principal, mas não perdeu a energia do público que pode acompanhar a história sendo feita diante dos próprios olhos pelo segundo dia seguido com o show de despedida do Titãs O Encontro.
Segundo dia de Lollapalooza tem shows de Kings of Leon e Titãs
Lollapalooza 2024 começa com dia histórico e chuvoso
Se não tinha grupo pop punk de Hayley Williams, nomes do calibre de Kings of Leon, Limp Bizkit, Hozier, Jessie Reyez, Thirty Seconds to Mars, Manu Gavassi e BK’ fizeram a festa que foi encerrada de forma magistral com o último show da turnê de reunião da lendária banda Titãs.
Uma atração não tão amada que bateu ponto em Interlagos mais uma vez foi a chuva. Ela permaneceu constante durante praticamente todo o dia, o maior período sem as gotas cairem do céu não passou de 30 minutos e a lama tomou toda a grama do autódromo de Interlagos tornando a locomoção muito difícil, um dos dias mais difíceis de andar pelo festival dos 10 anos que ele é realizado neste local.
Destaques
Rapper que fazia a segunda participação no Lolla, BK’ aproveitou o clima de chuva para fazer um show que conduzia o público pelas músicas de amor. O músico, que no início do próximo mês fará um show histórico na praça da Apoteose no Rio de Janeiro, não cedeu ao clima frio de São Paulo e foi o responsável por começar aquecer o público que já tinha assistido shows de Supla, Céu e MC Luanna.
No cair da noite, após shows interessantes de Jessie Reyes, Xamã e Pierce of Veil, outro artista muito aguardado no Brasil movimentou o público. O cantor Hozier assumiu o microfone. Conhecido pelo hit radiofônico Take me to church, o artista mostrou que vai muito além de um só sucesso. O repertório completo foi cantado a plenos pulmões por uma multidão. O show culminou em um grande momento quando, nos braços do público, Hozier cantou os versos de sua canção mais popular. O público pode, finalmente, tirar do peito o grito guardado desde 2014.
Hozier foi seguido por uma das bandas mais experientes no quesito terras brasileiras da line-up. Thirty Seconds to Mars, o grupo liderado pelo cantor e ator vencedor do Oscar Jared Leto, chegou na disposição de entregar um espetáculo.
O conjunto proporcionou uma experiência completa: labaredas, fogos de artifício, papel picado, bolas infláveis, fãs no palco, camiseta do Brasil e até uma aparição surpresa do lateral-esquerdo do Fluminense, Marcelo. Eles, que já excursionaram o país algumas vezes, estavam dispostos a levar os espectadores a loucura. Por este motivo o show, que abriu a noite do palco principal, foi digno do tamanho da banda que acaba de completar 25 anos de estrada. Thirty Seconds to Mars marcou o próprio nome na história do festival.
A noite continuou com veteranos, quem seguiu a festa foi a banda de rock Limp Bizkit. O grupo que completa 30 anos de atividade este ano trouxe o som pesado no que foi um dos show mais cheios do dia. Também bastante acostumados com o Brasil, os artistas trouxeram um repertório para subir a energia do publico, que respondeu muito bem às canções escolhidas. “Queria dar um beijo na cara de cada um de vocês que estão fazendo essa noite ser linda para nós”, declarou o vocalista Fred Durst no palco.
O hardcore misturado com hip-hop que está no cerne da banda estadunidense criou um clima distinto. O dia que havia sido muito mais de sucessos para os fãs cantarem junto ganhou o a movimentação das rodas punk, o poder dos solos de guitarra e as batidas aceleradas tanto das baquetas do aniversariante John Otto, quanto das pick-ups do Dj Lethal. O fato de fazer o público bater cabeça, contudo, não impediu o grupo de emocionar o público com balada melódica do grupo The Who, consolidada como sucesso na versão do Limp Bizkit.
Seguindo a toada do segundo dia deste Lolla, outra banda conhecida pelos sucessos perfeitos para cantar com o público ao vivo subiu ao palco. Kings of Leon mais uma vez salvou o festival paulista, visto que novamente assumiram um espaço de line-up que estava sem dono, a primeira vez que haviam feito isso foi em 2019. Os norte-americanos tiveram a dura missão de entreter o público no espaço que era destinado ao Paramore.
Como de costume a banda tocou os maiores sucessos e carregou o público. Assim como fizeram em 2019, os integrantes trouxeram os espectadores de volta para era do indie. Apesar de as vezes parecerem protocolares, os artistas fizeram um show da magnitude de um headliner de Lollapalooza com direito a tornarem-se uma só voz com o publico em faixas coma Use somebody e Sex on fire.
“A vida até parece uma festa”, cantou Paulo Miklos na abertura do ultimo show de reunião da formação original dos Titãs, intitulado Encontro. A banda brasileira foi responsável por fechar o segundo dia de shows do Lollapalooza Brasil 2024 e manteve a faixa Diversão como a forma de iniciar esse show histórico que tem apresentado Brasil a fora há quase um ano.
Miklos, Sergio Britto, Nando Reis, Branco Mello, Cherles Gavin, Tony Bellotto e Arnaldo Antunes fizeram o mesmo show que haviam ensaiado e tocado mais de 45 vezes. No entanto, nunca perde a emoção nem a graça, mesmo sem a surpresa de ver esse encontro mágico ocorrer no palco após tantos anos. Era muito mais novo para eles do que pra quem assistia. “Tocamos todas essas vezes para o ‘nosso’ público essa é a primeira vez da turnê que fazemos um festival, mas percebi que vocês são nosso público também”, constatou Britto.
Nada pararia o até logo dos Titãs. As gotas mais grossas de chuva, a lama que já tomava quase todo piso do autódromo e até um problema técnico no microfone de Branco Mello na canção Flores não chegaram nem a perturbar a banda, muito menos o publico que lotou o palco até o final do lendário show. Os Titãs se tornaram o primeiro artista brasileiro a assumir o posto de show principal de encerramento de um dia de Lollapalooza sem serem substitutos de um cancelamento. A apresentação era tão grande de em história que o Lollapalooza permitiu que excedesse o toque de recolher do festival.
A própria banda pergunta ao publico na musica Pra dizer adeus: “é cedo ou tarde demais para dizer adeus, para dizer jamais?”. Após este show a reposta é cedo, cedo demais para dizer adeus para o necessário grupo que mudou a história da música brasileira há 40 anos.
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