MÚSICA

Aposta da nova MPB, Jota.Pê lança cinco faixas inéditas

Intitulada 'Se o meu peito fosse o mundo', a produção mergulha na personalidade do artista e traz feat com Gilsons em 'Feito a maré'

Jota.Pê lança álbum completo, intitulado 'Se o meu peito fosse o mundo' -  (crédito: Taís Valença/Divulgação)
Jota.Pê lança álbum completo, intitulado 'Se o meu peito fosse o mundo' - (crédito: Taís Valença/Divulgação)

Jota.Pê é um dos artistas promissores que vem conquistando espaço na nova MPB. Paulista de Osasco, o cantor mescla o violão orgânico com batidas eletrônicas no segundo álbum da carreira, intitulado Se o meu peito fosse o mundo, disponibilizado nas plataformas digitais em março de 2024. No total, são 10 faixas, sendo cinco inéditas: Quem é Juão, O que será de nós dois, Caminhos, Banzo e Feito a maré, um feat com os Gilsons.

A produção é um tanto autobiográfica e passa por amor, vivências negras e momentos do cotidiano. Segundo Jota.Pê, cada canção do álbum foi escolhida para definir quem ele é. “Esse é o disco mais importante da minha vida até agora”, enfatiza ao Correio. “Eu tentei colocar letras que representassem coisas sobre as quais eu quero falar agora ou que tivesse alguma ligação comigo. Tanto musicalmente como visualmente, precisava mostrar que eu sei de onde eu venho, quais são as minhas referências e quem vou ser artisticamente daqui pra frente”.

Para reforçar essa ideia, Jota.Pê trouxe uma nova versão das músicas Ordem natural das coisas, de Emicida, e Naíse, de Nina Oliveira. De acordo com ele, além da primeira delas falar sobre como momentos do dia a dia são importantes, ela integra o álbum AmarElo, uma das influências musicais usadas nesse disco. A segunda foi uma forma de expressar a gratidão do artista pelo forró, gênero que o sustentou financeiramente no início da carreira. “Eu tenho vontade de um dia gravar pelo menos um EP só de forró”, confessa.

Em faixas como Ouro marrom e Tá aê, o artista quis deixar a ancestralidade presente na letra e no som. “Eu quis mostrar essa brasilidade, mistura, diversidade de assuntos. De que a gente não é feliz ou triste o tempo todo, que a gente precisa falar de coisas sérias, como racismo, e que a gente precisa falar de como a nossa criança de antigamente vê o nosso eu de hoje”, conta.

O conjunto da obra traz referências de artistas que Jota.Pê sempre acompanhou. A capa do disco, por exemplo, foi inspirada no artista plástico afro-americano Barkley L. Hendricks, pioneiro em pintar pessoas negras de forma nobre e elegante. “Ele é um artista que se recusava a pintar pessoas negras nos estereótipos de sempre”, justifica o cantor. Alumbramento, de Djavan, também interferiu na estética do disco. “Como referência de pose, citando um artista que é muita referência para mim musicalmente”, completa. Além de Djavan, nomes como Emicida, Mayra Andrade, Tom Misch, Lenine, Liniker e Luedji Luna influenciaram no álbum.

Os próximos passos de Jota.Pê são levar a turnê do novo álbum pelo Brasil — passando por São Paulo, Paraná, Amazonas — e pela Europa no próximo mês, começando por Barcelona. “Eu realmente quero construir carreira internacional. Eu fiquei muito feliz de descobrir que, lá fora, a música brasileira é muito reverenciada, amam muito o que a gente faz aqui. Tem muita gente interessada em novas coisas de música brasileira que aparecem por lá”, explica Jota.Pê.

*Estagiária sob a supervisão de Nahima Maciel. 

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postado em 22/03/2024 16:03 / atualizado em 22/03/2024 17:10
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