Criado pela Rocksteady Studios, mesmo estúdio responsável por três dos quatros jogos da série Batman Arkham, o Esquadrão suicida — mate a liga da justiça se passa no mesmo universo e traz um grupo de supervilões contra os maiores heróis da DC. Neste cenário (pós-descoberta da identidade secreta do Batman), se formou a Liga da Justiça, composta da Mulher-Maravilha, o Lanterna Verde John Stewart, o Flash Barry Allen e o Superman.
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Durante algum evento cataclísmico — não mostrado pelo jogo —, Brainiac invadiu a Terra, os maiores heróis lutaram contra o vilão, mas de alguma forma ele conseguiu controlar a mente de todos, exceto a Mulher-Maravilha, e os transformou em lacaios para a dominação do mundo. O jogo se passa em Metrópolis, cidade onde as aventuras do Superman ocorrem, porém, o mapa é menor que o do jogo Arkham Knight, mas que graças a movimentação ágil não parece demorar a chegar as longas distâncias.
Caras maus
A ótica de Esquadrão suicida — mate a liga da justiça é toda envolta nos quatro protagonistas da trama, que são vilões. Sendo eles: Arlequina, a ginasta e psicóloga mais louca do Arkham; Capitão Bumerangue, o inimigo número um do Flash que projeta várias armas em formato de bumerangue; Pistoleiro, um assassino frio capaz de utilizar qualquer arma e possui uma mira infalível e o Tubarão-Rei, um homem tubarão gigante, príncipe de uma antiga civilazação de Atlântida.
Para contextualizar o conceito do grupo, o Esquadrão Suicida ou Força Tarefa X (que é o nome oficial da equipe) é um time da DC composto por vilões condenados e presos, que são comandados por Amanda Waller, uma agente dos EUA que considera todos os participantes dispensáveis e os injeta com micro bombas (no pescoço, cérebro ou braço dependendo da versão) e aqueles que a desobedecem as ordens são mortos.
Além do elenco principal, outros vilões aparecem no modo campanha para auxiliar com equipamentos e itens, entre eles o Pinguim, responsável por fornecer armas aprimoradas ao jogador, a Hera Venenosa, que fornece ao jogador diversos "modificadores elementais" para inserir nas armas de combate corpo-a-corpo. O Homem-Brinquedo faz modificadores capazes de deter os membros da Liga. Além dos citados, o Coringa foi anunciado como o primeiro personagem por DLC do jogo.
O Esquadrão Suicida já teve diferentes membros em outras formações como Sanguinário, Pacificador, Katana, Magia, Crocodilo, Rick Flag, El Diablo e entre muitos outros personagens do Univeso DC, alguns até ganharam adaptação nos filmes do time de vilões. O jogo toma muita inspiração de personalidades e designs baseado nesses longas, tanto do filme dirigido por David Ayer, quanto o dirigido por James Gunn — o que fica evidente com as roupas e a personalidade da Arlequina do jogo, totalmente influenciada pela representação de Margot Robbie nos cinemas.
Movimentação
Quanto ao elenco principal, os personagens são bem diferentes uns dos outros em questão de movimentação. Bumerangue usa uma manopla que possui a energia que dá poderes ao Flash conhecida como Força de Aceleração, com esse poder ele é capaz de arremessar bumerangues no ar e correr rapidamente até conseguir agarrá-lo para um novo arremesso. O Pistoleiro, por outro lado, tem uma mochila a jato, que tem um limite de locomoção, mas dá um auxílio na hora dos tiroteios no ar. Arlequina usa o arpéu do Batman para se agarrar nos prédios e um bat-drone para se locomover pela cidade. Por último, o Tubarão-Rei tem um sistema de movimentação no melhor estilo Hulk, dando saltos enormes para se locomover pela cidade. Todos possuem o pulo duplo e o impulso como movimentos idênticos, além de escalarem, mas com animações diferentes, referentes as devidas movimentações do jogo.
Esse deslocamento é o maior acerto da Rocksteady, porque é um diferencial entre os protagonistas, que é algo que jogos com mais de um personagem jogável precisam ter.
Combate
É uma pena, contudo, que também não seja utilizado essa originalidade no jeito de atacar, já que todos os personagens possuem os mesmos recursos de ataque, sendo armas de fogo como: metralhadoras, fuzis de precisão, escopetas, pistolas e miniguns, que todos podem usar — desde a Arlequina com uma minigun ao Tubarão-Rei com uma pistolinha.
A Rocksteady poderia ter montado uma gameplay única para cada personagem, isso acrescentaria uma dinâmica que estimula a troca de personagens, no melhor estilo Overwatch de ser. Os vilões ainda contam com três habilidades especiais que recarregam com o tempo, mas que são desbloqueadas numa árvore de habilidades totalmente confusa. Mesmo com as habilidades ainda não é material suficiente para diferenciar o gameplay principal.
Apesar do jogo tentar uma variedade de missões, a gameplay é basicamente a mesma: mate uma leva de zumbis Brainiac e salve um guarda, destrua uma torreta, colete fragmentos de uma arma, isso valendo para todas as missões sem exceção, até para as batalhas de chefe, que são o chamariz do game. Nelas, você enfrenta algum membro da Liga, mas que também não possuem muita variedade entre si, para quem gosta do estilo, talvez se divirta, agora quem não é tão acostumado pode acabar enjoando rapidamente.
Sem heróis
O roteiro do jogo e a dublagem, em contrapartida, estão espetaculares, já que trazem personagens bem representados com características próprias e distintas, e no jogo você controla vilões, não haverá atos de heroísmo, as mortes são gráficas e tem vários momentos assim ao longo do jogo.
Assim como vale para o outro lado, a esperança morre quando Batman se aproxima dos vilões, Brainiac ainda conseguiu fazer com que o cavaleiro das trevas quebrasse seu juramento quando o morcego pega uma arma para matar uma vítima durante a campanha.
Vale destacar as interações entre o Esquadrão, que tem muitas piadas boas e mostra uma dinâmica funcional entre os personagens — com destaque para o Capitão Bumerangue por ser tapado, piadista e cara de pau, além de aproveitar muito a vingança contra o Flash.
Apoio no Legado
A Rocksteady foi responsável por adaptar o Batman para os consoles — o herói já tinha ganhado outros jogos, mas nenhum anterior verdadeiramente bom —, fazendo o jogo supremo que sintetiza o que é estar na pele do Homem-Morcego.
A trilogia Arkham, Asylum, City e Knight trouxe inovações e o último foi a chave de ouro trazendo uma Gotham a beira do caos, com criminosos à solta e o Batmóvel dentro da jogabilidade do game. Isso porque a franquia ficou famosa por aprimorar um dos combates mais conhecidos da indústria: um botão ataca, outro apara e outro desvia — mesmo sistema que mais tarde foi aprimorado em Marvel’s Spider-Man do PlayStation 4.
O jogo foi anunciado em 2017 e enfrentou diversos adiamentos, a proposta inicial do jogo era vir na onda dos game serviço como Fortnite e Destiny 2. Porém, acabou não sendo bem recebido na exibição do primeiro trailer com gameplay, vide outros títulos que viraram chacota na indústria, principalmente por conta da aposta nesse tipo de negócio, exemplos fortes de Anthem e Avengers, o trailer que mostrava passes de batalha e moedas digitais, lançado em fevereiro de 2023, faltando pouco tempo para a chegada oficial, foi bombardeado de críticas, vendo isso, a Rocksteady pediu para adiar o jogo para 2024, para remover esses aspectos da produção.
O produto final de Esquadrão suicida — mate a liga da justiça se apoia no passado do que a franquia Arkham criou. Não só isso, mas na primeira hora de jogo, você visita dois museus para saber o que houve com o mundo depois da descoberta da identidade secreta do Batman no final de Arkham Knight. A abertura do jogo é idêntica ao início de Batman: Arkham Asylum, você visita o Salão da Justiça que te conta através de hologramas como se formou a Liga da Justiça daquele mundo e ainda mais na frente você entra no museu do Batman, que fala sobre eventos da série Arkham. Nada disso é ruim de se ver ou relembrar, mas parece forçado, assim como a ideia de se passar no mesmo universo em que já não existia um Batman.
Considerações Finais
Esquadrão suicida — mate a liga da justiça tem boas ideias, mas a Rocksteady não conseguiu aprimorar o suficiente para tornar o jogo o mais divertido, o que mostra novamente o mesmo caso que ocorreu com a CD Projekt Red, de que nem todos os jogos de boas desenvolvedoras são realmente bons. O jogo ainda vai receber muitas atualizações e mais personagens no futuro, e talvez uma variedade maior de missões e lutas de chefes mais criativas. O maior acerto de Esquadrão suicida — mate a liga da justiça são seus personagens e movimentação que deveriam ter sido mais explorados e expandidos durante a gameplay.
Esquadrão suicida — mate a liga da justiça está disponível para PC, Xbox Series X|S e PlayStation 5.
*Esta review foi feita com uma cópia enviada pela Warner Games Brasil para PlayStation 5.
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