O festival de cinema de Berlim foi acusado, neste domingo (25/2), de ter servido de plataforma para vários cineastas que, na véspera, fizeram declarações sobre a guerra de Israel contra o Hamas em Gaza que o prefeito da capital alemã considerou "antissemitas".
"O antissemitismo não tem espaço em Berlim e isso também se aplica aos artistas", denunciou o prefeito da capital alemã, Kai Wegner, na plataforma X.
"O que aconteceu ontem na Berlinale significou uma relativação insuportável", acrescentou, pedindo prestação de contas à direção da mostra.
O prefeito se referiu, sobretudo, às opiniões expressas durante a cerimônia de entrega dos prêmios do festival, na noite de sábado, por cineastas que acusaram Israel de "genocídio" por seus bombardeios na Faixa de Gaza, que deixaram quase 30.000 mortos - sobretudo civis -, segundo o Ministério da Saúde do Hamas, no poder em Gaza.
Ao contrário, estes diretores omitiram que a ofensiva israelense foi provocada por um ataque de milicianos do Hamas no sul de Israel em 7 de outubro, que provocou a morte de pelo menos 1.160 pessoas, a maioria civis.
Um deles foi o diretor de cinema americano Ben Russell, que usou um lenço palestino e acusou Israel de genocídio.
Por sua vez, o documentarista palestino Basel Adra, que recebeu um prêmio por um filme sobre as expulsões de palestinos na Cisjordânia ocupada, acusou Israel de "massacrar" a população palestina e criticou as vendas de armas da Alemanha para Israel.
Suas declarações foram aplaudidas pelo público presente na sala.
Uma dirigente do Partido Social-democrata, do chefe de governo, Olaf Scholz, Helge Lindh, qualificou de "chocante" o aplauso do público.
"Sinto vergonha de ver no meu país pessoas que hoje aplaudem acusações de genocídio contra Israel", declarou ao jornal Die Welt.
O Festival de Berlim é financiado, sobretudo, pelo Estado alemão.
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