Audiovisual

Como fazer animação é tema de encontro com diretores do DF nesta quarta

Ricardo Makoto e Alex Ribondi conversam com o público sobre como fazer animação em painel organizado pelo IFB

Diretores de PiOinc: Alex Ribondi e Ricardo Makoto -  (crédito: Arquivo Pessoal)
Diretores de PiOinc: Alex Ribondi e Ricardo Makoto - (crédito: Arquivo Pessoal)

"Uau! O pessoal de Brasília está se destacando (no prestigiado festival Anima Mundi), então tenho alguma esperança de entrar no mercado" — foi com este pensamento do diretor de cinema Ricardo Makoto que, há 14 anos, atuante em publicidade, optou por trocar a direção de criação, um ápice profissional, pela carreira na animação. Hoje, aos 51 anos, com um filho adolescente, ele idealiza projetos como o curta PiOinc, vencedor de edital com 16 vagas, entre 500 projetos do Petrobras Cultural, o sétimo curta da carreira. A codireção coube a Alex Ribondi, que integra o painel, aberto ao público em geral, no qual, ao lado de Makoto, tratará da produção de animações. O evento será nesta quarta-feira (28/2) e na quinta-feira (29/2), às 19h, no IFB (Campus do Recanto das Emas — Núcleo Rural Monjolo).

"No primeiro dia, traremos a elaboração dos cenários e dos personagens. Tudo foi construído no mundo real, em feltragem (técnica de modelagem com lã) e, depois, foi passado para o mundo virtual", explica Alex. Sobrinho do jornalista e teatrólogo Alexandre Ribondi, Alex conta que admirava a habilidade do tio em criar textos interessantes e divertidos. "Sempre tive o incentivo da família toda para explorar e me aventurar no mundo da arte, desde a infância. Adoro estar perto e trabalhar com crianças; isso se tornou muito forte após o nascimento da Malu, minha filha de 12 anos", avalia o roteirista que, a partir de música do Túlio Borges, adaptou o enredo do curta sobre a amizade entre um porco solitário e um pássaro sem asas.

Idealizado para a fase pré-escolar (crianças com até seis anos), PiOinc conquistou público inesperado, quando examinados registros das redes sociais. "O público expandiu para mulheres entre 40 e 60 anos. Foi surpreendente", observa Ricardo Makoto. Estimado em R$ 400 mil de orçamento, o filme demandou a mescla de duas técnicas: 3D (digital) que rendesse um estilo com resultado próximo ao stop-motion. "Tivemos que reaprender a animar: os bonecos em lã e os cenários existiram, mas simulamos elementos como as luzes, para dar a ideia do quadro a quadro", conta Makoto, mais centrado na condução do visual.

Com vivências no Núcleo Bandeirante, Brazlândia e Valparaíso (GO), há 45 anos o paulista Makoto está no DF, em que, a partir de histórias em quadrinhos, publicou em fanzines. Recentemente, premiado no Japão (em importante evento de filmes educativos), com o curta baseado na mitologia indígenas dos camaiurá (Mato Grosso), Kwat e Al — Os bebês heróis do Xingu, conta que "desenhava escondido", diante dos parentes que não apostavam que animação "desse futuro". Numa realidade de vitória, hoje tem parceiros como o coprodutor Sasha Kratzer (responsável pela trilha) e a empresa goiana Plural Imagem e Som. "No segundo dia do curso, vamos falar sobre o processo de animação e sobre a parte musical e sonora do filme. Tivemos um grande desafio, ao criar a história e animar uma trama sem diálogos, apenas com os sons dos bichos. Trataremos dos quesitos técnicos de sonorização e mixagem", adianta Alex Ribondi.


Workshop Making of PiOinc

No IFB (Campus do Recanto das Emas — Núcleo Rural Monjolo), dias 27 e 28 de fevereiro, às 19h. Inscrições em: https://forms.gle/tutSCyuvHydFYnWeA

 


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postado em 27/02/2024 00:01 / atualizado em 27/02/2024 13:50
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