O cinema brasiliense será representado pela participação do cineasta Emanuel Lavor no Festival Internacional de Cinema de Berlim, pela segunda vez seguida. Emanuel roteirizou e co-dirigiu o curta Miçangas (2023), que foi um dos selecionados para o festival, também conhecido como Berlinale, da edição passada. Prestes a iniciar mais um evento focado na sétima arte, o Berlinale deste ano tem o primeira longa-metragem do cineasta brasiliense selecionado entre os participantes dos laboratórios de criatividade, os chamados Talents Labs. Focado nos roteiros de longa-metragens, o Script Station conta com 10 participantes internacionais, sendo Emanuel o único brasileiro na categoria, com o longa A onça. O longa que, ainda está em processo de finalização, tem a participação a das atrizes Dira Paes e Denise Fraga e faz parte dos projetos contemplados pelo edital da Ancine para novos realizadores.
"Eu estou escrevendo o longa-metragem desde 2020. Fizemos um financiamento coletivo para divulgar o projeto para que eu pudesse ir estudar roteiro na EICTV, em Cuba e, lá, pude aprimorar o roteiro. Depois, encontramos um fluxo muito especial nesses mercados, laboratórios e fundos dentro do Brasil", explica Emanuel ao Correio.
A única outra brasileira que divide espaço este ano no Talents Labs com Emanuel é Alice Riff, selecionada para a oficina de roteiros e ideias de documentários, intitulada de Doc Station, com o documentário A sala dos professores (2024). Os Talents Labs do Berlinale, que acontecem em anos variados, mas tiveram início em 2004, já receberam cerca de 326 brasileiros entre os 9800 participantes de todas as edições, que compõem 3% do total.
O brasiliense comemora a oportunidade de participar de um festival tão renomado no mundo do cinema. "Ter essa dimensão de participar da Script Station é muito especial no sentido de que é um espaço não só muito competitivo, mas que abre um portal para internacionalização do projeto, fortalece o projeto para que ele possa ter uma projeção fora do país."
Além do aprendizado vinculado aos laboratórios, fazer parte do 74° Festival Internacional de Cinema de Berlim é uma ocasião que abre portas para conhecer pessoas e narrativas de diferentes culturas dentro do mercado de trabalho. "A organização do festival busca histórias intrigantes e projetos que não apenas desafiam as normas da sociedade, mas que também apontam para novas formas de resiliência. A seleção é bem sensível e que leva em conta obviamente a qualidade artística e narrativa do projeto, mas também o nosso olhar sobre essas temáticas", ressalta Emanuel.
*Estagiária sob a supervisão de Severino Francisco
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