A Mangueira desfilará em 2024 para homenagear um de seus ícones: a cantora Alcione, que faz parte da escola há 50 anos. Com o enredo A negra voz do amanhã, o desfile trará referências à cantora, à sua espiritualidade e à terra natal dela, o Maranhão.
Dentro da comunidade da escola, Alcione viveu experiências com o samba e também com projetos sociais. A cantora é uma das fundadoras e também presidente de honra da escola de samba mirim Mangueira do Amanhã, que estimula crianças e jovens a se envolverem no carnaval. "Como pessoa, eu me achei na Mangueira. Aqui eu queria me divertir, brincar, me dedicar", disse Alcione em entrevista à TV Globo.
Ao descobrir que seria o enredo da Mangueira em 2024, a cantora ficou surpresa. "Eu falei 'O que, meu Deus?'. Na minha cabeça, o que eu vou fazer como enredo, se eu nunca me imaginei? Mas não dava mais para dizer não, e eu sou, com muita honra, enredo da minha escola."
A letra do samba-enredo do desfile foi escolhida em outubro do ano passado. De autoria dos compositores Lequinho, Júnior Fionda, Gabriel Machado, Fadico, Guilherme Sá e Paulinho Bandolim, a canção fala sobre jazz, amor, valores e esperança. "É muito bom o samba, e o povo vai cantar na avenida!", ressalta Alcione.
A Mangueira vai se apresentar na Sapucaí na segunda-feira (13/2), à 1h. O desfile será transmitido ao vivo na Globo.
Confira a seguir a letra do samba-enredo da Mangueira para o carnaval 2024:
Xangô chama Iansã
Que a voz do amanhã já bradou no Maranhão
Tambor de Mina, encantados a girar
O divino no altar, a filha de toda fé
Sob as bênçãos de maria, batizada Nazareth
Quis o destino quando o tempo foi maestro
Soprar a vida aos pés do velho cajueiro
Guardar no peito a saudade de mainha
Do reisado a ladainha, São Luis o seu terreiro
Ê bumba meu boi! Ê boi de tradição!
Tem que respeitar Maracanã que faz tremer o chão
Toca tambor de crioula, firma no batuquejê
Ô pequena feita pra vencer
Vem brilhar no Rio Antigo, mostra seu poder de fato
Fina flor que não se cheira não aceita desacato
Vai provar que o samba é primo do jazz
Falar de amor como ninguém faz
Nas horas incertas, curar dissabores
Feito uma loba impor seus valores
E seja o pilar da esperança
Das rosas que nascem no morro da gente
Sambando, tocando e cantando
Se encontram passado, futuro e presente
Mangueira! De Neuma e Zica
Dos versos de Hélio que honraram meu nome
Levo a arte como dom
Um brasil em tom marrom que herdei de Alcione
Ela é Odara, deusa da canção
Negra voz, orgulho da nação
Meu palácio tem rainha e não é uma qualquer
“Arreda homem que aí vem mulher”
Verde e rosa dinastia pra honrar meus ancestrais
Aqui o samba não morrerá jamais
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